Histeria na Visão Freudiana

A Histeria na Visão Freudiana

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A histeria na Visão Freudiana é vista como um tipo de neurose, tendo como principal característica a transformação da ansiedade apresentada de forma psicossomática para um estado físico. Etimologicamente é um vocabulário grego “hystéra”, que se relacionava ao útero feminino.

Assim a histeria era relacionada à uma visão feminina da doença, por ser designada como uma disfunção uterina.

A Histeria na Visão Freudiana e na Grécia

A histeria é um assunto que despertou o interesse de se realizar um estudo a partir do surgimento da medicina no período da Grécia Antiga por meio de Hipócrates (± 400 a.C.), onde identificou a histeria como uma situação ocorrida na medicina , relacionada a um incômodo uterino, levando a surgir uma desordem particularmente relacionada ao feminino.

Assim, através de uma atenção mais detalhada a respeito do relacionamento entre histeria e feminino da antiguidade que Freud deu início a uma pesquisa mais profunda e detalhada a respeito da teoria da sexualidade.

Freud compreendeu assim que não existia nenhuma relação entre sexualidade de genitalidade e unindo a sexualidade adulta à formação da sexualidade infantil tendo como princípio na primeira infância.

Diagnóstico da Histeria

Há algum tempo atrás se fazia o diagnóstico para a pessoa com histeria utilizando-se de um conceito chamado de neurose histérica ou histeria de conversão. Na atualidade, ocorreu uma evolução no que se refere à apresentação de uma nova maneira de se construir um diagnóstico, sendo denominado como transtorno dissociativo ou conversivo.

Aqueles que apareciam com determinados sintomas e atitudes ficaram submetidos ao estudo de médicos, de neurologistas, psiquiatras, padres e bispos da época, e também por a pesquisadores que tinham interesse em conhecer um ouço mais a respeito da histeria

Histeria na Visão Freudiana

Os atendimentos às histéricas foram o elemento principal para Sigmund Freud conhecer elementos que iriam ajudá-lo a descobrir o inconsciente, , no final do século XIX, quando decidiu criar um meio para tratar as pessoas com a tal histeria, assim surgiu a Psicanálise. E, diga-se de passagem, que este criado por Freud vem sendo utilizado até hoje em pleno século XXI.

Assim começou o interesse de Sigmund Freud pela histeria quando Sigmund Freud teve pleno interesse pelos estudos de Charcot no que se refere aos elementos que causariam o trauma da histeria, dizendo que sua Teoria da Sedução por meio do qual o trauma que o paciente histérico trazia era proveniente de uma vivência de origem sexual, muitas vezes mal resolvida, acreditando que a histeria teria surgido por meio de um abuso sexual vivenciado pelo sujeito na época em que era ainda criança.

Por outro lado, podia acontecer de existir uma situação irreal, gerando uma rejeição relacionada à teoria da sedução, através da existência de um trauma de ordem psíquica. Em seu livro Estudos sobre a histeria, Freud informa que a inter-relação ocorrida entre o acontecimento favorável à existência do trauma e o surgimento da histeria apresenta de forma objetiva e direta, ocorrendo com clareza o fato apresentado.

A Histeria no Romance Primo Basílio de Eça de Queiroz

Dentro da literatura à respeito da histeria destaca-se a presença de Luísa uma mulher portuguesa vista como aquela que é submissa aos hábitos decorrentes de um casamento que determina à mulher uma condição de dependência e por isso tem a obrigatoriedade em seguir regras rigorosas de uma sociedade onde a mulher não tinha vez nem voz.

Neste romance, há uma visão da condição de vida da mulher no século XIX, vivente do ano de 1878, apresentando uma das características primordiais do Realismo- naturalismo por meio de enfatizar a sociedade da época, contaminada e dominada por meio das chagas sociais provenientes das regras matrimoniais direcionadas à mulher.

É o período incisivo a uma burguesia capitalista decadente, por meio do qual a família e o casamento passaram a ser um meio de crítica aos escritores da época.

Eça de Queiroz e a histeria na Visão Freudiana

Neste discurso, cita-se Eça de Queiroz por meio do Primo Basílio como representante a família e o casamento como elementos distorcidos de uma sociedade burguesa e patriarcal, onde a mulher era vista como um ser inferior ao homem sem vida própria e apenas como do lar e da família.

Surge em Eça de Queiroz uma situação no Primo Basílio, onde o adultério era executado pela personagem Luísa ,levando a um triângulo amoroso entre seu primo Basílio, seu primeiro amor, e o marido Jorge.

Este fato ocorreu por causa do regresso do Primo Basílio, levando a mulher dependente e submissa a um tradicionalismo perverso, esta sendo Luísa, a personagem principal, por ser condicionada a se entregar ao seu primeiro amor, vindo a ocorrer uma situação desagradável e desgastante quando gera o fim do relacionamento, devido ao abandono de Luísa, levando-a a passar por um trauma.

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    Afastamento dos padrões sociais

    Mas ao saber que Basílio havia voltado, através de uma notícia de jornal, Luísa teve um retorno imediato à uma situação saudosista por meio de recordações vividas com o seu amor.

    Vale destacar que o Primo Basílio é visto para Luísa como um elemento de referência a um momento vivido com bons momentos que foi abruptamente rompido, ficando no seu passado, iludida por uma promessa de casamento não concretizado que foi substituído pelo abono. Desta forma, o personagem Basílio está presente na vida de Luísa como representante da falta presa a um passado.

    Este retorno de Basílio representa a condição de uma vida afastada dos padrões sociais da época, porque Basílio iria oferecer de certa forma a fuga de uma vida infeliz e insatisfeita de Luísa, ou seja, referindo-se a um eu – insatisfeito, gerador de um grande drama do histérico.

    Conclusão

    Destaca-se a importância da histeria a partir do momento em que diversos autores da literatura mundial a apresentam em suas obras em personagens femininas que ficaram marcadas e sempre serão lembradas em pleno século XXI, graças a Sigmund Freud com seus estudos e descobertas no século XIX.

    Este artigo sobre o conceito de histeria na visão freudiana foi escrito por Sandra Araújo([email protected]), moro em Salvador, fiz Letras Vernáculas na UFBA, professora de português do Colégio Estadual Alípio Franca, cursando Psicanálise nesta instituição.

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