Qual a importância dos sonhos? De acordo com Freud, “o conteúdo do sonho, é geralmente a realização do desejo”. Nele se encontram sempre dois sentidos: o sentido manifesto, que é exatamente o que sonhamos, ou seja uma “fachada” (despiste do superego) e o sentido latente (id), o real significado, por trás dessa fachada.
Além de simples definição existem fatores que precisam ser analisados para que se possa compreender e dar o devido valor a importância dos sonhos.
Entendendo a importância dos sonhos
Adicionalmente ao descrito anteriormente, ele acrescenta que “os sonhos são cargas emocionais armazenadas no inconsciente, que projetam imagens e sons”. Como eles são oriundos dessas cargas emocionais, pode-se chegar à origem das emoções que geraram tais imagens e sons.
Dentro da intenção de se interpretar os sonhos, também é fundamental compreender suas simbologias. Sendo assim, se faz necessário compreender o objeto projetado e o modo como nos relacionamos sentimentalmente com ele.
Tal entendimento desses relacionamentos, nos conecta e nos dá a chance de nos nortear, nesse desejo de compreensão. Um objeto pode gerar um sentimento de paz para um indivíduo e um sentimento de angústia para outro.
A importância dos sonhos: Somos diferentes
Durante muito tempo os sonhos tiveram um sentido profético, muitas vezes reveladores ou ainda, estiveram presentes em grandes descobertas (ou se preferir, insights) em grandes cientistas e pesquisadores.
Os sonhos, apesar de sua maioria, se apresentarem de formas enigmáticas ou parecerem aleatórios possuem uma elaboração, e possuem mecanismos ao longo de sua duração, consequência dos duelos de nossos processos psíquicos, de nossos mecanismos de censura da parte inconsciente do ego.
São 7, tais mecanismos que atuam na elaboração dos sonhos, a saber:
- – dramatização ou concretização,
- – condensação,
- – desdobramento ou multiplicação,
- – deslocamento,
- – representação pelo oposto,
- – representação pelo nímio e
- – representação simbólica.
Vejamos esses elementos que formam os sonhos
Dramatização ou Concretização – Como o sonho não possui pensamentos abstratos, na elaboração do sonho ele se torna imagem concreta, “tangível”, por assim dizer.
Condensação – Nessa elaboração, condensamos várias coisas fazendo com que o sonho pareça uma miscelânea de coisas sem sentido, com várias informações que, inclusive podem trazer coisas do passado distante e os mais recentes.
Desdobramento – É o oposto da condensação. Aqui, uma pessoa ou objeto do conteúdo latente se “quebra” (desdobra) em dois sou mais do conteúdo manifesto.
Deslocamento – Tallaferro considera este processo o mais importante, no tocante a como o sonho pode ser “deformado”, pois ele substitui uma imagem do conteúdo latente por outra no conteúdo manifesto. Importante adicionar que, caso esse deslocamento não seja de imagem e sim de emoção, chamamos isso de projeção.
Representação pelo oposto
Aqui, o conteúdo latente do sonho apresenta uma emoção intensa, mas tal emoção “aparece” oposta. Representação pelo nímio – Significa pegar a parte pelo todo. Neste mecanismo, apenas uma parte menor do sentimento, desejo ou intenção aparece.
Representação simbólica – Pode ser entendida como um tipo especial de deslocamento. Dentro deste processo, um objeto ou um ato aparece, com uma certa constância (como consequência de algo reprimido, do conteúdo latente).
Compreender a elaboração dos sonhos, é fundamental para que o psicanalista consiga apoiar o paciente a desvendar o que está no conteúdo latente. Existem mais fatores inerentes aos sonhos, como as fases do sono, onde eles se apresentam. Mas não será abordado neste momento.
A importância dos sonhos e relatos
Quando falamos em sonhos, e toda a importância de sua representação e relatos históricos, seja através da religião ou da ciência, é muito interessante vê-lo passando por transformações ao longo da história da humanidade. Olhando para a psicanálise, se atesta a importância dos sonhos para nos descobrirmos. Pois a experiência do “sonhador” é uma explosão de sentimentos, que se originam em nossas memórias.
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Na seara do autoconhecimento, os sonhos se apresentam como possibilidades, caminhos que podem se abrir, como se estivéssemos vendo frestas de sol, em estradas escuras. Freud sugere um roteiro, para iniciar essas descobertas. Funcionaria como um “sonhário”. Um diário para anotar, diariamente, os sonhos.
O objetivo principal é conseguirmos interpretar nossos próprios sonhos. Com isso teríamos a chave mágica, para abrir a porta , que nos leva para a via régia do inconsciente.
Conclusão
Sonhos…Palavra doce, que nos faz suspirar, nos enaltecer o espírito, que algumas vezes até podemos encarar como o início de um projeto de vida. A palavra, tanto vai nos remeter a tentar entendê-la na psicanálise, na neurociência ou simplesmente dentro de nossas vidas, no dia a dia.
Recentemente passamos por uma experiência coletiva que fez vários de nós deixar de sonhar. Com a pandemia da COVID-19 nos entristecemos profundamente, e com certeza muitos de nós tivemos que refazer sonhos ou planos.
É fundamental sonharmos com o melhor, com construções de amor, de união, de crescimento consigo e com o próximo. A importância em sonhar se projeta continuamente em nossas vidas. Seja premonitoriamente (como por muito tempo algumas civilizações se guiaram) ou como forma contínua e única de tentarmos, verdadeira e legitimamente avaliarmos nossas experiências e transformá-las em algo maior e melhor.
Esperemos e lutemos por, no mínimo, pequenos sonhos mas grandes realizações pessoais. Não deixemos de sonhar. Jamais.
Este artigo sobre a importância dos sonhos foi escrito por Poliana B. Falcão([email protected]), mulher feliz, assumindo o que sempre quis: conhecer e evoluir sempre, para ser o melhor possível para mim, e para o outro; estudante de Psicanálise (com muito amor e honra).