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Ansiedade: a guerra individual e interna

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Por que a ansiedade está cada vez mais presente no dia-a-dia das pessoas? O tema é muito complexo, pois fatores eminentes podem desencadear a ansiedade, assim como diversas doenças ligadas a essa desarmonia do espírito. Irei focar em algumas situações que considero mais contemporâneas.

Entendendo a ansiedade

A ansiedade pode ser uma consequência de situações emocionais no decorrer da vida mas, será que esse mundo plural, interativo, repleto de opções e informação não estimula mais competição e, consequentemente, frustração?

A ansiedade se tornou algo comum entre as pessoas que vivem nos grandes centros. Também aos que têm acesso sem controle ao mundo fantástico e nem sempre verdadeiro, das redes sociais. A ansiedade é o estopim para a depressão e síndrome do pânico, doenças gravíssimas que se tornaram o mal do século.

A mídia é um dos grandes vilões desse mundo de fantasia, ficção ou de artificialidade, já que mantém em alta um protótipo de beleza, de estilo, de sucesso, de padrão social e cultural, o qual, nem sempre, está ao alcance dos simples mortais.

Fonte de ansiedade: a vida nas redes sociais é perfeita

A aparência nem sempre expõe seus dramas, suas tristezas, seus medos e traumas, pois esse mundo virtual pode nos transportar na tão sonhada existência, mesmo que seja só de fachada.

Quando eu era criança, as bonecas tipo Suzy se tornaram um símbolo de perfeição feminina, desejo da maioria das meninas daquela idade. Eu nunca tive uma Suzy. Minha mãe não achava uma boneca adequada para criança, pois ela sabia que aquele perfil de boneca não seria um incentivo positivo para mim.

As meninas da geração Y e a Barbie, com seus inúmeros acessórios e uma casa estilo palácio de princesa, além do namorado Ken, com corpo másculo e escultural, continuaram a ditar um padrão perfeito de vida e beleza para aquela geração.

O mundo exterior

A Barbie ainda é a boneca mais vendida do mundo. Esse sucesso está vinculado à beleza, à adolescência e ao status. Hoje, esses brinquedos evoluíram com inclusão das Barbie e Ken negros, diversas adaptações visuais, à representação de diferentes etnias e ao discurso multicultural, incluindo as deficiências físicas.

Parabéns para os estudos científicos. Foi comprovada maior realização no grupo de meninas que brincavam com as bonecas Barbie com representatividade do que no grupo que brincava com a boneca tradicional.

Essa analogia nada mais é, de como o mundo exterior pode interferir no nosso mundo interior, causando uma das mais comuns doenças – a ansiedade. Por esses motivos, precisamos nos blindar dos clichês, para entendermos o que realmente nos realiza, nos traz tranquilidade, paz e amor próprio.

A primeira infância

Quando nos conhecemos e entendemos nossas limitações e reconhecemos nosso potencial, a libertação de ínfimos conceitos não mais afetam nossa mente. Na primeira infância, o diálogo com os pais para fortalecer laços de confiança, proteção e autoestima são fundamentais para a segurança psicológica do indivíduo em formação.

Em casos da falta de compreensão dos progenitores por variados motivos como desconhecimento, desapego familiar, dificuldade financeira, desamor, vícios, brigas, e também a repetição cíclica, podem gerar sequelas como a insegurança psicológica, depressão, ansiedade, além de outras enfermidades.

A ajuda terapêutica não é só para os que estão em aflição, mas para todos que buscam o autoconhecimento.

A dor de cada um é única e não pode ser medida

A pessoa que decide estudar para se tornar um profissional que entende a mente humana, deve desenvolver diversas habilidades como, empatia, atenção, paciência, dedicação, amor à profissão e, principalmente, aprender a interpretar os sinais na fala, nos gestos e também no silêncio do paciente.

Este artigo sobre ansiedade foi escrito por Marilise Barbosa Moreira([email protected]). Este é o segundo artigo que escrevo para publicação no blog do IBPC. Gostei da experiência. Colocar em palavras tudo que venho estudado funciona como uma revisão e reflexão sobre assuntos tão atuais, como a ansiedade. No meu dia a dia no trabalho, quando algum colega me procura com a intenção de desabafar na espera de eu que tenha alguma palavra de conforto, me sinto ainda mais impulsionada e sedenta na continuação dos meus estudos psicanalíticos.

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