A impotência sexual masculina é algo recorrente, mesmo que eles não falem abertamente sobre isso. Muitas vezes, por vergonha, os homens evitam o contato sexual. Ou, ainda, buscam auxílio de remédios perigosos para “solucionar” o problema. Você sabe o que a psicanálise analisa acerca dessa problemática? Confira agora o significado da impotência sexual para a psicanálise!
O que está por trás da impotência sexual?
Como cuidadora de idosos, pude observar que muitos homens ficam impotentes com o decorrer da idade. Eles reclamam sobre esse problema aos mais íntimos Porém, têm muita dificuldade em relatar o assunto a um especialista. Por causa de vergonha ou por desconhecimento e crenças limitantes, eles preferem tratar com remédios, muitas vezes por automedicação. E não procuram auxílio médico ou de um analista para saber a origem do problema e se tem tratamento.
Ademais, muitas vezes, essa não busca de tratamento deriva da vergonha e frustração. Na psicanálise, através dos estudos de Freud, a impotência masculina pode estar associada a diversos fatores internos ou externos. Por exemplo, a fixação incestuosa, inibição por ameaça de castração, o horror ao feminino e, por último, a atitude masoquista.
Na referência de Freud (1892-1901) à impotência sexual em sua obra, o autor, em momento algum, esclarece a teoria da causa. No entanto, fornece uma série de opções que possibilitam a investigar e extrair considerações sobre o motivos da impotência sexual. Bem como as falhas e os pontos obscuros da sexualidade humana. Na cronologia do tema da impotência sexual na obra de Freud, seguimos a ordenança e esclareçamos o sentido do contexto em que o tema é abordado.
Estudos de Freud acerca da impotência sexual
Freud cita pelo menos três considerações a respeito da impotência que são: A interpretação dos sonhos, Estudos sobre a Etiologia da Neurose e a Psicopatologia da vida cotidiana. Antes de considerar os motivos psíquicos que governam, o objetivo é fornecer ao tema uma abertura acerca da impotência. No manuscrito A, de 1892, se dá a primeira consideração Freudiana a respeito da impotência sexual, enviado a Fliess, sobre a neurastenia e a neurose de angústia. Ademais, a complexidade do que é considerado pode alertar sobre o tema frigidez, que é a anestesia sexual da mulher.
Freud pensava se a impotência causaria neurose, ou se algo diferente criaria essa questão. Há uma dúvida sobre se a impotência do homem possui a mesma estrutura da anestesia da mulher. Ou seja, quando o autor relata que tem um problema de impotência, o analista percebe que a etiologia da neurose ( neuroses como a histeria, hipocondria) no sistema nervoso eram afecções. E não era preciso o reconhecimento na localização orgânica, onde afetava as funções dos órgãos e do corpo sem apresentar inflamações ou lesões.
Assim, de forma que a impotência sexual para Freud era um problema recorrente neste primeiro manuscrito (Laplanche e pontales,2004 p. 260) e nos outros textos até 1895. Mas que poderia causar as neuroses era fato, neurastenia e a neurose de angústia, que era a principal fonte de interesse para Freud.
O que a neurastenia pode gerar? E o que gera essa impotência?
Como dores de cabeça, constipação, cansaço. Gastrite, formigamento e empobrecimento da atividade sexual, a neurastenia era uma enfermidade que a estes sintomas ¨típicos da vida moderna¨ se compreendia. Freud, nessa época, pensava que as causas de afecção eram a inadequação do funcionamento sexual. E que tais pessoas são incapazes de resolver suas tensões libidinais de forma adequada (Freud,1892/1992, p.260).
Por isso, estas são uma das hipóteses etiológicas de Freud, em que o resultado na função sexual causada pela masturbação é a causa da neurastenia. “[…] A neurastenia ocorreria paralelamente, em virtude da etiologia com a impotência relativa[…]”, quando o homem traz um excesso de masturbação vem junto o sofrimento: “uma diminuição de sua potência”.
E quanto a neurastenia da mulher: a consequência seria direta da neurastenia do homem. Isso por causa dessa consequência, em que a medição traz uma diminuição na impotência. Por isso, o homem fica mal quando não satisfaz uma mulher.
Freud sustenta, ainda, que a consequência de se masturbar excessivamente é a diminuição da potência sexual do homem. Ademais, quanto ao meu ver, o homem por ter excesso de preocupações nos negócios, por querer se mostrar e aparecer, e mostrar o poder de ser macho, traz consigo o excesso de vários problemas. Isso faz com que ele se torne impotente.
Qual o papel da masturbação na questão da impotência sexual?
A masturbação excessiva diminui a potência sexual do homem. Porque, com tanto estímulo artificial, a relação sexual real passa de atrativa para anormal. Por isso, o homem não consegue manter ereções e se frustra. Se a masturbação na juventude é a causa da neurastenia, então, a masturbação merece uma atenção a mais do que se prestou até agora, e isso é interesse de todos.
Freud tinha um tom normativo sobre o assunto. Na vida do sujeito, notemos que a masturbação só se torna um problema quando impede o ato sexual. E, na vida de um casal, por consequência, afeta a satisfação sexual, pois há recorrentes queixas entre pacientes com impotência sexual. Isso porque os homens criam uma certa fantasia particular durante a masturbação para conseguirem a ereção do pênis para chegar a um orgasmo. Porém, no ato sexual, essas fantasias não são alcançadas, e por isso, eles não conseguem praticar a relação sexual em si.
Conclusão
Por fim, concluo que, nos dias de hoje, a masturbação excessiva com base em vídeos pornográficos cria fantasias irreais, que não são capazes de serem vividas por um casal comum de meia idade. Por isso, homens viciados em masturbação conseguem atingir a ereção apenas quando sozinhos. Deixando que a relação sexual deixe de ser praticada. Enfim, na clínica em que trabalho, observo que a potência permanece na masturbação, mas no ato sexual se esvai.
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O artigo presente foi produzido pela aluna do curso de Psicanálise Clínica Maria de Lourdes de Almeida Martins.
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