Krishnamurti: vida, obra, e 10 ensinamentos

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Eventualmente, a humanidade é banhada pela sabedoria de indivíduos únicos que conseguem tocar multidões. Esse é o caso de Krishnamurti, um dos melhores e maiores pensadores ao qual já conhecemos. Entenda um pouco mais sobre a sua história e o legado que nos deixou.

Origem de Krishnamurti

O indiano Jiddu Krishnamurti nasceu em 11 de maio de 1895, na cidade de Madanapele. A vila onde nasceu não foi empecilho para que a Dra. Annie Besant o encontrasse e o adotasse. Junto com seu irmão, passaram a ser tutelados pela presidente da Sociedade Teosófica do país. Foi a partir daí que começou a sua saga no mundo intelectual.

Tanto a Dra. como outros membros da Sociedade creditaram a Krishnamurti um status de instrutor do mundo. Segundo eles, a sua chegada teria sido prevista. Para prepará-lo, surgiu a Ordem da Estrela do Oriente, organização internacional que passaria a proteger e propagar as ideias do jovem.

Contudo, o jovem renunciou o cargo ao qual estava destinado. Para se desvincular, devolveu tudo o que a ordem havia dado para ele materialmente. Jiddu acreditava que teria algo, sim, para agregar ao mundo, mas longe da organização. Despido de tudo o que haviam lhe dado, iniciou a sua jornada de transformação mundial.

Trabalho

A partir daí, e por quase 60 anos, Krishnamurti circulou o mundo e encarou grandes e diversas audiências. Em cada palestra falava da necessidade de mudar a diretriz que a humanidade escolheu. O rumo ao qual ela decidiu acabaria por levá-la à ruína. Corajosamente, esse único homem se dispôs a mudar a visão de muitos.

Com Jiddu não havia religião ou filosofia a ser seguida. Era através das palavras dele que todos nós alcançaríamos o estado que precisávamos ao crescimento social e humanitário. A sociedade moderna e suas respectivas falhas era um dos temas mais abordados por ele. Constantemente, pedia por uma reforma a fim de reparar a dignidade social.

Além de questões físicas e palpáveis, Jiddu também ajudava internamente os seus ouvintes. Ele os encorajava a trabalhar suas questões interiores como forma de alcançar a plenitude existencial. A ideia não era fugir do problema, mas , sim, encará-lo de frente. Entender a sua natureza e trabalhar para mudá-la.

Alguns assuntos abordados por ele

Krishnamurti, felizmente, era bastante abrangente quanto às palavras que direcionava. Não existiam barreiras que impedissem que seus pensamentos ficassem presos. Continuando o que foi dito acima, costumava abordar:

Individualismo

Jiddu compartilhava a ideia de que a humanidade deveria ser, de fato, uma grande comunidade. Nossas interações serviriam de apoio mútuo a qualquer um que precisasse de ajuda. Dessa forma, a busca individual por felicidade e segurança seria transformada na busca do coletivo a um mesmo objetivo.

Corrupção

Criticava ferozmente o rosto moderno que o mundo estava tomando. Um de seus principais alvos era a corrupção. Jiddu denunciava a ganância humana em detrimento do bem-estar comum. Dessa forma, o mundo atual merecia ser reformulado.

Tristeza

Era forte defensor da meditação como forma de alcançar uma elevação espiritual. Graças a isso, a humanidade conseguiria deixar que o peso da tristeza pudesse fluir e deixá-la. A ideia não era negar a existência da tristeza, mas, sim, não deixar que seja o centro de nossas vidas.

Sem afiliações, mas abraçado pelo mundo

Krishnamurti podia não possuir seguimento religioso como base de vida, mas foi abraçado por diversas tribos. Jiddu afirmava que essa segregação entre religiões era o que acabava por fomentar disputas e guerras. As religiões, segundo ele, eram o que dividiam a humanidade ao invés de unificá-la.

Seu trabalho insistia em lembrar que antes da religião, nós somos seres humanos. Dessa forma, possuímos status igualitário e não somos melhores ou piores que ninguém. Não existem diferenças porque a nossa constituição existencial nos enxerga da mesma forma. Tal pensamento é bastante válido nos dias atuais.

10 ensinamentos de Krishnamurti

Como não pode deixar de ser, Krishnamurti deixou diversos ensinamentos os quais podemos aproveitar muitos anos após sua partida. Por meio deles, podemos compreender melhor o nosso papel diante da humanidade. Não o bastante, também podemos direcioná-la a algo bom. São alguns deles:

“Se realmente entendemos o problema, a resposta virá dele”

Ele defendia a ideia de que problema e resposta caminham de mãos dadas. Quando temos pleno conhecimento da natureza do problema, podemos encontrar a resposta que precisamos.

“A paixão é uma coisa assustadora porque não sabemos até onde esta vai nos levar

Aqui ele mostra que os sentimentos avassaladores podem conduzir a nossa vida. Isso porque passamos a ser mais passionais por conta das emoções que sentimos.

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    “Não é sinal de saúde estar bem adaptado a uma sociedade doente”

    Muitos de nós abdicam da própria existência para favorecer o modo de vida que a sociedade exige. A exemplo, podemos indicar quem cede à moda fitness e adere dietas malucas para se adequar a um padrão.

    “Na sua forma atual, a religião é a antítese da verdade”

    Em suma, seitas religiosas deturpam a verdade para se favorecerem.

    “Quando um ama, não domina

    O amor é um remédio universal e voluntário. Ele existe e está ali, sendo a opção de quem é amado aceitá-lo ou não. Dessa forma, se alguém ama o outro de verdade, não o controla.

    “A verdade é uma terra sem caminhos”

    Jiddu afirmava que a verdade só seria alcançada por meios próprios. Graças a isso, nenhuma organização existente, bem como religiosa, não ensinaria isso. A consciência dela viria por meio da compreensão da própria mente.

    “A crença é uma negação da verdade”

    Jiddu afirmava que crenças nada mais eram do que nossas projeções ao desconhecido. Acabamos negligenciando a realidade existente por conta delas.

    “A crença indica a incapacidade de compreender o presente”

    Continuando, os ideais que criamos impedem que vivamos de forma plena. Isso porque deixamos de viver o agora e focamos exclusivamente em uma realidade que não existe.

    “Você é tudo”

    Ele partilhava a ideia de que, ao mesmo tempo em que ensinamos, também aprendemos. Nos tornamos professor e aluno no mesmo instante em que a ação e a ideia agem juntas.

    “Rompa completamente com o passado e veja o que acontece”

    Vivemos muito apegados ao que já se passou. Segundo Krishnamurti, isso impede que abracemos o futuro. O passado é história e não pode ser mudado, ao contrário do amanhã.

    Krishnamurti deixou valiosas lições para que mudemos nossas próprias vidas. Através dele e de seu conhecimento, conseguimos obter clareza quanto à nossa existência aqui na terra. O momento de mudar sempre será o agora e devemos trabalhar para tal. Sem receios ou medo de tentar, apenas fazer.

    Portanto, use de sua sabedoria e tente reformular a sua vida. Como dito acima, a resposta pode estar na sua frente e você não percebe. Seja o agente de seu próprio rumo e busque a sua plenitude.

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    1 thoughts on “Krishnamurti: vida, obra, e 10 ensinamentos

    1. Luiz Fernando Martins disse:

      Krishnamurti, provavelmente, foi o mais importante sábio do século XX. Com uma linguagem acessível a todos que se interessam profundamente pelo autoconhecimento, desmistificou o conteúdo de domínio das religiões, Enfatizando a importância do ouvir, ver e observar, como faculdades humanas que podem nos levar além do intelecto e preparar o coração para o encontro com o sagrado.

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