mito da criação

O Mito da Criação em 14 culturas diferentes

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A origem do universo e da própria humanidade tem sido retratada sob diversas perspectivas ao longo da história. A cultura de um povo local, com base nas suas premissas, identificou à própria maneira como isso ocorreu tempos atrás. Observe o mito da criação em 10 culturas diferentes e como foram construídos.

Um mito de criação (também chamado de mito fundador) reporta a como uma cultura narra a criação do universo, ou do planeta, ou da natureza, ou do ser humano.

Cultura Maia

No mito de criação Maia, os deuses criam terra e animais, mas querem seres que os louvem. Os primeiros humanos são feitos de barro, mas desmoronam. Os segundos humanos são feitos de madeira, mas sem alma. Na terceira tentativa, humanos são feitos de milho, têm alma e inteligência.

O mito da criação na cultura Maia está escrito no Popol Vuh, livro sagrado sobre o surgimento do homem. Segundo ele, deuses criaram a terra, céu e depois animais pesados e mais leves. Contudo, querendo adoração, reuniram esforços para construir seres capazes de falar.

De acordo com o registro, os experimentos eram feitos inicialmente com lama, mas foi algo falho. Em seguida, decidiram incluir madeira para dar sustentabilidade ao corpo, mas isso também não funcionou, gerando a fúria de dilúvios. Porém, na última tentativa, usaram milho e água, criando a carne humana falante, mas temeram a perfeição das criaturas.

Mitologia Grécia

No mito grego da criação, o deus Caos originou Gaia (terra), Urano (céu) e Pontos (mar). Gaia e Urano, por sua vez, geraram Titãs, ciclopes e hecatônquiros.

Os Titãs foram derrotados pelos deuses olímpicos. Cronos (titã) e Reia geraram Zeus, Poseidon e Hades.

O mito da criação na Grécia antiga também marca a origem do universo retratada naquele tempo. De um vazio cósmico se manifestaram os deus Gaia e Eros, tendo Gaia, Terra, o destino de virar lar divino. Com isso, Gaia deu à luz ao deus Urano e Okeanos e os deuses, em acasalamento, formaram a criação.

Diversas batalhas depois, o universo se dividiu e Zeus, descendente de Gaia com Urano, se tornou governante supremo. O titã Prometeu se encarregou da criação humana, enquanto a deusa Atena concedia a vida. Prometeu encarregou Epimeteu de dar habilidades e qualidades diferentes a essas criaturas para que pudessem sobreviver.

O titã e o homem acabaram punidos por Zeus, já que Prometeu queria o homem à semelhança perfeita dos deuses. Nisso, o deus supremo criou Pandora, uma mulher, como forma de castigo.

Cultura Iorubá (África)

Olodumare é a suprema divindade criadora; enviou Obatala para criar a terra e humanos. Deu vida às criações de Obatala.

Obatala moldou seres humanos com terra e água.

Diferença em relação a outros mitos: foco na intervenção de seres superiores e cooperação entre divindades.

O mito da criação na cultura Iorubá relata que o deus Olorum, deus supremo, criou tudo aquilo que existe. Cada peça existente no universo fora criada conforme a sua força de vontade, sendo um pedaço dele. Isso inclui outros deuses, já que Olorum, também conhecido como Olodumare, é a força suprema da vida.

Em relação à criação da humanidade, o mesmo encarregou oxalá de moldar a figura humana. Oxalá experimentou o ferro e madeira, mas os materiais eram muito rígidos e a pedra tornou o homem frio. A água acabou não dando forma definida ao homem e o fogo consumia o fruto da criação.

Judeus

A história da criação humana é compartilhada em muitos pontos entre os judeus e cristãos. No Antigo Testamento, o livro Gênesis mostra a criação do mundo pelas mãos de Deus em uma semana. Em suma, foi Ele que deu lugar a um vazio na existência para o mundo com as leis naturais que conhecemos agora.

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    Dentre os feitos no mito criador, Deus fez:

    • A criação do universo em sua forma física e energética;
    • Separação da luz e das trevas, criando equilíbrio sobre tal;
    • A terra em seu estado bruto propício à vida;
    • Divisão da abundância de água e terra seca, criando a vegetação e os oceanos;
    • Modelagem do sol, estrelas e do próprio espaço;
    • Por fim, os animais, especialmente o homem, que foi criado do pó. Contudo, vendo a sua solidão, Deus criou a mulher a partir da costela dele e a fez de companheira.

    Mitologia Tupi-Guarani

    No mito da criação indígena, as lendas guaranis apontam o deus Tupã como o grande artesão da vida. O deus Sol recebeu ajuda da deusa Lua Araci, descendo à terra até a região do Aregua, no Paraguai. A partir desse ponto que ele tocou a face da terra e tudo sobre o que estava em cima e abaixo dela.

    No mesmo instante que as estrelas foram posicionadas nos lugares onde estão, bem como outros astros. É dito que numa cerimônia bem construída que estátuas em argila do homem e da mulher receberam elementos da natureza. Assim que soprou a vida neles, o deus os deixou junto aos espíritos do bem e do mal.

    Mitologia aborígene (atual Austrália)

    O Tempo do Sonho descreve criação e ancestralidade. Seres ancestrais moldaram a terra e criaram a vida. Nesta tradição, tudo está conectado: pessoas, animais, terra e ancestrais.

    Histórias e tradições passadas através de gerações. Diferença em relação a outras culturas: ênfase na ancestralidade e continuidade em vez de criação instantânea.

    Mitologia Maoria (atual Nova Zelândia)

    Te Kore, o vazio primordial, deu origem a Ranginui e Papatuanuku. Ranginui e Papatuanuku eram inseparáveis. Os filhos deles viviam na escuridão entre ambos.

    Os filhos decidem separá-los, criando espaço e luz.

    Interessante pensar que, nesta cultura, há um vazio inicial, depois preenchido pelas figuras sagradas. Como em outras mitologias, apresentam a ideia de criação dualista (vazio/cheio, sim/não, bom/mau).

    Mito Navajo (atual EUA)

    Neste mitologia e origem indígena pré-colombiana, o mundo omeça com molas sagradas, símbolos de energia vital.

    Os primeiros seres eram insetos, transformados em humanos por deuses. Há dois deuses principais: Estrela-da-Manhã e Estrela-da-Noite.

    Considera o equilíbrio entre ciclos de criação e destruição. Há semelhança com a cultura Maori, quanto à criação dualista e à interação entre divindades.

    Mitologia nórdica

    Neste mitologia, mundos surgem do vazio entre Niflheim (gelo) e Muspelheim (fogo). Ymir, o gigante primordial, nasce do encontro entre gelo e fogo.

    Odin e irmãos matam Ymir, criam mundo com seu corpo. Os humanos são criados a partir de troncos de árvores por Odin.

    A mitologia nórdica acreditava que a terra fazia parte de um disco cósmico junto a outros reinos. Asgard, terra dos deuses, Jotunheim, terra dos gigantes, e Niflheim, a terra dos mortos governadas por Hel ou Hela. Observando a construção desse disco, é possível fazer paralelos com:

    A formação geográfica do planeta

    Parte do plano representado se assemelha bastante com pontos estratégicos da terra. A terra dos gigantes seria representada pelos pólos enquanto no interior da terra seria o local dos mortos. Por outro lado, o sul, lugar dos trópicos, seria a terra dos gigantes de fogo.

    Pós-vida

    Além da configuração da terra, este mesmo esquema de disco indicaria a representação do pós-vida da humanidade. No caso, Asgard seria a imagem do céu com os deus enquanto Nilfheim o limbo ou inferno. Midgard, a terra, estaria no meio desses dois reinos.

    A criação

    De modo geral, não se indica com detalhes como tudo surgiu. A coisa mais esclarecida e difundida seria a existência simultânea dos nove reinos, ao qual a terra se encaixa. Isso acaba abrindo margem para a introdução de teorias e conexões com outras culturas e estudos históricos.

    Mitologia persa

    Já na mitologia persa, Ormuz seria o mestre e escultor do mundo ao qual conhecemos. O mito da criação indica que o próprio sol era o seu olho, tornando Ormuz uma divindade onisciente. Em relação ao céu e as estrelas, esses faziam parte das suas vestimentas enquanto as águas eram suas esposas.

    O mesmo acabou criando outras divindades menores, sendo partes dele e responsáveis por setores da criação. Ademais, ele e suas divindades possuíam contrapartes malignas para equilibrar a existência.

    Mitologia babilônica

    Aqui, Nammu, um abismo sem forma definida, se enrolou nele mesmo para alcançar o processo de auto-criação. Nisso, originou An, deus do céu, Antu, deusa da terra.

    A união consequente entre esses deuses foi dando vida a elementos vitais da existência, incluindo a humanidade e até emoções.

    Mitologia hindu

    O deus Brahma nasce do lótus cósmico, cria Vishnu e Shiva. Vishnu mantém o universo, Shiva o destrói e recria.

    Brahma, Vishnu e Shiva formam Trimurti, divindade suprema. Há ciclos cósmicos de criação, preservação e destruição.

    Mitologia chinesa

    Pangu nasce do ovo cósmico, separa Yin (terra) e Yang (céu). Pangu cresce, separando mais a terra e o céu.

    Quando Pangu morre, seu corpo forma elementos da natureza e seres humanos. A Deusa Nüwa cria humanos do barro amarelo.

    Pangu e Nüwa destacam-se como divindades criadoras na mitologia chinesa.

    Na mitologia chinesa, a origem do universo teria acontecido graças à intervenção da deusa Nüwa. Ela é reconhecida como deusa criadora, mãe, protetora, irmã e, claro, como imperatriz. De modo cuidadoso, ela começou a criação do universo, sendo visitada pelos deus para que observassem suas criações.

    Possuindo cabeça e busto humano com corpo de dragão, Nüwa percebeu que nenhum ser pensava como ela. Parando em frente a um rio, moldou com lama um ser com braços e pernas para caminhar pelo paraíso. Feito isso, soprou com força a vida, criando os primeiros humanos que passaram a adorá-la e a dançar.

    Mito de criação do Egito antigo

    Atum, divindade primordial, gerou Shu (ar) e Tefnut (umidade). Shu e Tefnut criaram Geb (terra) e Nut (céu).

    Geb e Nut geraram Osíris, Ísis, Set e Néftis. Osíris governou Egito, trazendo civilização e prosperidade.

    Nesta tradição egípcia, certos indivíduos humanos são considerados divindades; é a base da cultura dos faraós.

    Os egípcios salvaram a história do mito da criação nos hieróglifos sagrados guardados nas pirâmides, papiros e templos. Nisso, o deus Atum ajudou na criação humana de maneira não proposital, sendo ele um dos olhos de Rá. Conta-se que o olho se separou de Rá conscientemente e não quis voltar, gerando conflito entre ele e outros deuses.

    Os deuses em questão eram Shu e Tefnut, os filhos de Atum, que o procuraram e brigaram para trazê-lo de volta. Com isso, durante a longa luta, o olho acabou derramando lágrimas sagradas. Nisso, os primeiros humanos brotaram delas como que a vegetação faz quando a chuva cai.

    Considerações finais sobre o mito de criação

    O mito da criação em diversas culturas expõe a perspectivas delas em relação ao surgimento da existência. Nota-se que tudo é guiado pelo modo de vida que levam ao longo do tempo e como percebem o mundo. Não se afirma o que é certo ou errado, já que se tratam de representações pessoais de como tudo surgiu.

    Mas de um modo geral é interessante acompanhar como cada povo se manifesta em relação a esse processo. Isso porque acabamos penetrando na composição cultural de civilizações tão antigas quanto o próprio questionamento. É uma aula de história, mexendo com o fascínio e a sede de conhecimento humana.

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    12 thoughts on “O Mito da Criação em 14 culturas diferentes

    1. Eduardo Marcolin disse:

      Muuuuito bom, achei SENSASIONAL

    2. Eu adorei vou até pegar para fazer uma tarefa.

    3. Anne Jakeline de Melo dos Santos disse:

      E muito lindo demais esse app.

    4. Maria Luíza disse:

      Gostei muito deste “Documentário” achei muito interessante e principalmente pq me ajudou a fazer um trabalho de História!

    5. Muito legal esse App
      me ajudou com o trabalho de filosofia

    6. Maria Clara T. L. disse:

      Eu ameiiiii vou usar na minha tarefa de história, muito bommm

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