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O jovem, protagonista ou resignado?

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Quando jovem, quem nunca ouviu a frase “na minha época, os jovens não eram assim”, dando a ideia de que os jovens tivessem culpa por serem o que são. Deveras, a responsabilidade, aqui não a entendida como culpa nas expressões populares, acha-se sobre os seus autores.

Como sabemos, nós seres humanos somos motivados por aquilo que consideramos importante e necessário para nossa vida, com isso muitas vezes nossas relações sociais, pessoais, familiares e profissionais enfrentam intempéries por falta de conhecimento.

O Inconsciente e o jovem

Para que a nossa participação no mundo seja consciente, ativa e frutuosa, é necessário nos conhecermos bem e entendermos que possuímos um profundo inconsciente. Contudo, muitos de nós não recebemos uma formação adequada acerca desse inconsciente, e seguimos aquilo que nos foi ensinado sem questionamento algum.

A complexidade da realidade hodierna nos desafia a ir além das aparências, o que não é um trabalho simples. Em primeiro lugar, precisamos conhecer o que é esse inconsciente. E que quando falamos dele, não estamos falando de algo sem importância, mas de um tesouro descoberto por Sigmund Freud, fundador da Psicanálise.

A Psicanálise e o jovem

A Psicanálise pode dentre outras coisas, interpretar as relações sociais que envolvem a cultura, a arte, a moral, a política, os costumes, a filosofia, as leis, a história, o poder, etc.

Como por exemplo, a psicanálise social de Freud e os seus estudos culturais, na ocasião em que analisa o “mal-estar na civilização”.

O Protagonismo do jovem

Por conseguinte, quando observamos o protagonismo do jovem o assinalamos como personagem principal da sua vida. Tendo uma participação legítima na sociedade, sendo mais autônomo.

O qual se envolve atuando com iniciativa, liberdade e compromisso, de forma genuína. Neste prisma se destaca o jovem como ator no upgrade permanente das sociedades.

Os jovens do passado

Ao passo que nos tornamos adultos, corremos o sério risco de esquecermos que também fomos um dia abafados enquanto jovens.

Em um passado não muito distante, talvez os nossos pais ou quem sabe nós mesmos a depender da idade com que estivermos lendo este texto, não nos sentimos igualmente satisfeitos diante da realidade à qual estivemos expostos.

Os adultos estão perdidos?

Quiçá podemos aferir que os adultos são os que se encontram perdidos nos seus paradigmas, crenças limitantes, preconceitos, frustrações, nas suas falhas e nas suas próprias decepções.

Logo, os jovens de ontem já calejados, cansados e talvez decepcionados com o mundo real, infligem sobre os jovens de hoje aquela sua particular e limitada visão de mundo, uma visão, que por motivos já manifestos está cristalizada e imutável.

Os jovens de hoje

Cabendo a estes jovens se moldarem, resignados aos padrões que foram por alguém criados, se conformando, concordando, aceitando, seguindo, se submetendo e se calando, de forma dócil, paciente e obediente de tal modo a suportar um mal sem se revoltar.

Não obstante, ocasionalmente, a sociedade dos jovens do passado se deparam, se chocam e se escandalizam com alguns jovens do presente perdidos e inconformados que conseguem romper as barreiras impostas, mantendo sua juventude imaculada e incorrupta se tornando protagonistas e donos dos seus próprios pensamentos.

O rompimento gera o encontro

De tal forma que esses jovens conseguem a partir desse rompimento avistar além dos dados espontâneos do mundo hodierno, podendo retirar os excessos contingentes da cotidianidade, para que assim possam se tornarem genuínos num encontro consigo mesmos.

Encontro este que os jovens navegarão como uma primeira viagem de alguns marinheiros neófitos e iniciantes que resolveram navegar no mar de descobertas, revelações e aventuras.

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    Sim, ainda jovens, quiçá sem terem desenvolvido as habilidades necessárias, porém em busca de construírem as mudanças significativas que o mundo precisa.

    As pequenas pretensões

    Visto que as mudanças que de fato tiveram grandes impactos positivos historicamente na sociedade vieram quase sempre de revolucionários, inventores e desbravadores.

    Assim, pretensões que possam ser apontadas por alguns como pequenas, para aqueles que a fitam, navegando amparados pela ajuda de grandes capitães, são capazes de gerar colossais e significativos projetos.

    Os Jovens estão perdidos

    Porventura podemos afirmar que os jovens estejam de fato perdidos, no meio de tantas regras arcaicas e tabus não superados que não podem ser abordados e nem discutidos.

    Deixando os jovens submersos em meio a tanto conformismo, falta de sentido no mundo e a tantas indiferenças com os sofrimentos alheios.

    Só se encontra o que está perdido

    Todavia, sabemos que só é possível encontrar algo que está perdido, assim, podemos avaliar que seja válido alguns estarem perdidos tentando criar novos caminhos e buscando novos horizontes.

    Ao invés daqueles que insistem em mostrar e demandar caminhos já feitos e trilhados e que por diversas vezes já não levam a lugar algum.

    Decerto, se em suas liberdades deixarmos os jovens de hoje perdidos, eles podem ao que tudo indica, encontrarem o caminho para nós também.

    O jovem subversivo?

    De fato, se os jovens estão dentre tantas falas e jargões colocados como perdidos, sem futuro e subversivos, falas essas que nos deparamos frequentemente.

    Pode ser porque não fomos capazes de torná-los melhores, protagonistas de suas próprias histórias, livres e autênticos.

    Assim podemos contrastar que eles são o reflexo da nossa inaptidão em apascentá-los, muitas vezes por não havermos também nós, desfrutados de bons mediadores.

    Este artigo foi escrito por Elivelton Farias, formando em psicanálise clínica pelo IBPC. Pós Graduando em Psicanálise Clínica, Terapia Cognitivo-Comportamental e Psicanálise e Psicologia. Instagram @eliveltonfarias_ com temas nas áreas da Psicanálise, Filosofia, Teologia e Psicologia.

    6 thoughts on “O jovem, protagonista ou resignado?

      1. Elivelton Farias disse:

        Obrigado Ni, que bom que gostou!

    1. É um texto em que me deliciei na leitura e no final ficou o gosto de quero mais… Parabéns pela escrita maravilhosa e pelo tema super atual e necessário para os dias de hoje!

      1. Elivelton Farias disse:

        Obrigado Liliane. Feliz por ter gostado, realmente um tema interessante em nossa atualidade.

    2. Muito bom o texto, me deliciei na leitura e ao final ficou o gosto de quero mais…Parabéns, maravilhoso e bem escrito. Tema super atual e necessário para os dias de hoje.

      1. Elivelton Farias disse:

        Gratidão Liliane. Atualmente bem relevante, existem vários artigos atuais como este no nosso blog da Psicanálise Clínica.

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