Você já ouviu falar da hipnose ericksoniana? Então, para saber mais sobre esse assunto, confira o nosso post!

O que é hipnose ericksoniana

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A hipnose ericksoniana trata da natureza da inconsciência humana, dos sofrimentos e ilusões criados pela mente. Grande parte dos sofrimentos humanos, tanto na dimensão física quanto psíquica, são consequência da inconsciência sobre si próprio.

Há uma tendência da mente em querer comparar e rotular experiências pessoais vividas a partir do mundo externo para o mundo interno, tendo muitas vezes sua subjetividade esmagada pelo ideal de sucesso imposto pela sociedade, tempo e cultura a que se está inserido.

A ideia da hipnose ericksoniana

A ideia do tempo está estreitamente vinculada à consciência e à forma como ela o percebe.

Sendo o inconsciente atemporal, os conteúdos aí recalcados estão desorganizados e são sentidos sempre na dimensão do aqui e agora a partir de como foram vividos e suas representações elaboradas no passado.

É um estado pleno que está sempre no presente, mas que engloba passado, presente e futuro.

Sobre a hipnose

O termo hipnose tem sua origem nos trabalhos de James Braid (1843), um médico britânico do século XIX.

No entanto, esse fenômeno já era bem conhecido há pelo menos meio século, sob os nomes de magnetismo animal ou mesmerismo.

Embora o conceito de hipnose fosse entendido como um estado de sono, transe hipnótico, induzido por meio de instruções e sugestões do médico, hoje temos a contribuição da neurociência comprovando que a atividade cerebral identificada nas duas situações é diferente.

Hipnose e histeria

Em busca das respostas para seus questionamentos a partir da prática clínica, Freud toma conhecimento de que na França o neurologista Jean-Martin Charcot submete suas pacientes acometidas de histeria a hipnose.

Ele acreditava que as causas dos sintomas estavam relacionadas a uma anormalidade no sistema nervoso, obtendo sucesso no tratamento dos sintomas que estas pacientes apresentavam. Assim, Freud vai ao encontro de Charcot para melhor conhecer sobre a hipnose e foi seu estagiário no intervalo entre os anos de 1885 e 1886.

Ele retorna para Viena e passa a aplicar a Sugestão Hipnótica em suas pacientes com sintomas nervosos.

Início da hipnose ericksoniana

Esta prática consistia em provocar uma alteração no nível de consciência da paciente o que lhe permitia investigar a relação que existia entre vínculos e condutas da paciente e os sintomas somáticos que apareciam e desapareciam conforme sua condução.

Freud abandona a técnica da hipnose, pois percebeu que a livre conversação sobre as rememorações vividas pela paciente, sem restrição ou julgamento, trazia condições suficientes para avaliação, estudo, investigação e interpretação.

E assim surge o Método da Associação Livre, através da Escuta Flutuante, da psicanálise.

A história de Milton Erickson

Milton Hyland Erickson nasceu em 5 de dezembro de 1901 em Aurum e faleceu em 25 de março de 1980 em Phoenix, Arizona, nos Estados Unidos. Contraiu Poliomielite do tipo paralítica em sua juventude ficando apenas com resíduos prevalecentes do hemisfério cerebral direito e tetraplégico. Recuperou parcialmente seus movimentos pela sua própria força de vontade imitando seus sobrinhos que engatinhavam pela casa.

Ele observava como as crianças se movimentavam mentalizando comando de reativação do seu cérebro conseguindo pela constância do pensamento obsessivamente positivo reconquistar boa parte de seus movimentos e vir a ser um médico, psiquiatra, psicólogo, professor e conferencista respeitado.

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    A partir de sua auto superação, ele aprimorou aprendeu a ler a linguagem corporal e o comportamento indireto, estudou os poderes que a mente pode ter no corpo físico e consolidou sua paixão pela hipnose e suas consequências benéficas sobre a dor física e sobre os problemas emocionais que trazem o sofrimento humano.

    A hipnose ericksoniana na clínica

    A hipnose terapêutica ericksoniana apresenta vantagens de custo e benefício em tratamentos breves. É do tipo indireta. Erickson acreditava que não se pode forçar a mente inconsciente a mudar, mas metáforas, contradições, símbolos podem criar aberturas.

    Promete diminuir a necessidade de medicamentos e de internações psiquiátricas por ir diretamente ao encontro dos conteúdos inconscientes, ressignificando traumas e modificando percepções, emoções, sentimentos, sensações e comportamentos negativos em menores espaços de tempo do que as terapias convencionais, através da sugestão indireta.

    Considera que a maioria dos problemas emocionais são equívocos, erros do pensamento que podem ser trazidos de volta ao fluxo da normalidade a partir de um trabalho com hipnose terapêutica que alcança resultados positivos com os temas mais comuns em psicoterapias como o autoconhecimento, dores agudas e crônicas, ansiedade, depressão, divórcio, morte, luto e doenças psicossomáticas, por exemplo Alcança também técnicas regressivas e progressivas combinando avanços da neurociência com abordagens tradicionais energéticas do oriente.

    Demais contextos de aplicação e benefícios da hipnose ericksoniana

    Ela também pode ser utilizada e aplicada em diferentes contextos além da clínica, tais como: empresas, grupo familiar e esportivo, por exemplo.

    Por se alcançar um estado de relaxamento profundo, há uma conexão maior com a identidade, possibilitando reconhecer e descobrir talentos e potencialidades existentes e latentes.

    É uma ferramenta que auxilia a desenvolver e melhorar a comunicação e as relações humanas. Contribui para a ressignificação de traumas geradores de doenças físicas e psíquicas, mudanças de comportamento, valores e crenças limitantes com foco no positivo.


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    Quem pode aplicar a hipnose

    Há uma tendência crescente em buscar práticas coadjuvantes breves para auxílio do tratamento de psicopatologias.

    Psicólogos, Psicanalistas, Odontólogos, Médicos, Pedagogos, Terapeutas e até mesmo Fisioterapeutas, todos devidamente qualificados e habilitados, aplicam as técnicas e relatam resultados efetivos em suas áreas de atuação, em especial no que tange o espectro da ansiedade.

    Alguns profissionais, no entanto, não recomendam a aplicação da técnica com pacientes esquizofrênicos.

    O presente artigo foi escrito por Marilia Nascimento Nava, paraense, formanda pelo IBPC Instituto Brasileiro de Psicanálise Clínica. Contato através do e mail [email protected].

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