Termo utilizado em larga escala em nossa sociedade e muitas vezes de forma errônea de usar o que é “psicose” sempre foi atrelada ao que convencionamos chamar vulgarmente de loucura.
Devemos salientar que em termos jurídicos a psicose continua sendo reconhecida como transtorno mental grave, sendo assim impeditivo para que os indivíduos acometidos por essa tenham plena gerencia de suas vidas, trabalhos, relações afetivas e sociais, etc. Veja a seguir o que é psicose!
O que é psicose?
Como referencia para consulta posterior devemos salientar que a diferenciação entre neurose e psicose não é unanimidade entre os terapeutas, alguns defendem a ideia de que existem diferenças fundamentais entre ambas e outros colocam que a dessemelhança reside apenas na intensidade dos sintomas.
As características da Psicose
As principais características da psicose são a perda de controle voluntário dos impulsos, pensamentos e emoções. Também devemos salientar a incrível dificuldade que o psicótico tem em diferenciar fantasia da realidade, para o paciente ambas confundem-se e dessa forma a realidade pode ser substituída por delírios e alucinações.
Nessa patologia a capacidade de relacionamentos sociais e emocionais é muito afetada, o paciente não nota ou entende que exista algo de errado com ele e aceita seu estado psicótico de maneira tácita.
Quadro Psicopatológico e suas características
Psicose é um quadro psicopatológico clássico reconhecido pela psicanálise, psicologia clínica e psiquiatria, descrito como um quadro psíquico de “perda de contato com a realidade” sendo que está é entendida como uma série de símbolos, constructos e saberes validados e compartilhados pela sociedade.
Durante as crises mais intensas é possível que o indivíduo tenha alucinações, delírios, ou seja, desorganização psíquica, desordem de pensamento e/ou paranoia; sentimentos de intensa angústia, descontrole psicomotor, insônia grave e depressão.
Devemos lembrar que falta de critica e perspicácia, ou seja, incapacidade para perceber a inadequação do próprio comportamento assim como as extremas dificuldades de interação social e de atividades cotidianas em momentos de crise fazem parte do quadro. Na interpretação psicanalítica trabalhamos com a ideia da “rejeição primordial” sendo que está consiste na expulsão de pensamentos ou ideias próprias que são tratados como estranhos ou mesmo não acontecidos.
Psicose e suas principais manifestações
Sigmund Freud em seu texto “Neurose e Psicose” expõem que a psicose é dada pela ausência da inscrição da castração e inexistência do sujeito. A psicose possui duas principais manifestações:
-
Esquizofrenia
É um dos possíveis efeitos da cisão citada acima, é possível a ocorrência da cisão do eu em duas partes, uma reconhecida como própria e outra não.
-
Paranoia
Aqui os pensamentos não reconhecidos como próprios são através dos mecanismos de projeção localizados em outras pessoas. Na esquizofrenia ocorre um recuo no nível do autoerotismo, devido à falta de estímulos externos e na paranoia ocorre a interrupção no nível do narcisismo.
O que temos na esquizofrenia é uma não participação do mundo externo, está interrupção acontece de maneira total, não é um distúrbio cerebral e sim uma perturbação do inconsciente, uma forma de psicose.
O conflito entre o Eu e o Mundo Externo
Como já sabemos a psicose é vulgarmente conhecida como loucura, no século XIX a psiquiatria designou o distúrbio exposto neste texto como doença mental. Segundo Freud a psicose surge do conflito entre o Eu e o Mundo Externo, que ocorre em duas etapas:
- Afastamento do Eu da realidade:
Neste o Ego fracassa em manter-se fiel ao mundo externo e tentar silenciar o Id.
- Reparação do dano construção de uma nova realidade:
O Id vende o Ego e então inicia a construção de uma “nova realidade”, ou “realidade paralela”, sendo está segundo Sigmund Freud a única realidade possível aos olhos do psicótico.
Devemos lembrar que sempre pode ocorrer o aumento da angústia e do sentimento de invasão, porém também pode suceder ao sujeito psicótico o restabelecimento e certa estabilidade. Devemos salientar que um psicótico será sempre um psicótico e o mesmo é verdadeiro para com os neuróticos.
QUERO INFORMAÇÕES PARA ME INSCREVER NA FORMAÇÃO EM PSICANÁLISE
A sintomatologia psicótica
Para ilustrar melhor nossos estudos devemos lembrar que enquanto o neurótico sublinha seu discurso de dúvidas, sendo este o mote que conduz a análise, a dúvida sobre o sentimento sofrido, o psicótico não recua de forma alguma de sua legitimidade sobre suas teorias, nada escapa a sua compreensão, ele crê ter consciência sobre absolutamente tudo que o cerca, sendo que na verdade isso nada mais é do que a sintomatologia de sua psicose mesma a manifestar-se.
O psicótico é portanto sempre o “dono da verdade”, não ocorrendo assim o elemento da transferência, a questão nunca é dirigida a um outro que pode ser o detentor do conhecimento, o sujeito que pode dar a resposta.
É necessário constar que pacientes que relataram obter a cura por meio de alguma religião tiveram maior freqüência de recaídas do que outros que não tiveram tais experiências, os doentes que viveram situações de “exorcismo” ou “feitiçaria” retornaram frequência quatro vezes maior.
Experiências religiosas sobre o que é psicose
Para que as crenças ou experiências religiosas sejam patológicas é necessário que essas criem demasiados prejuízos para a própria pessoa ou a outros, se seus desempenhos sociais e funcionais não forem prejudicados por sua práticas religiosas ou crenças e experiências então não podemos definir tal comportamento como patológico.
Observação sobre o momento atual
Por observação creio que o numero de casos de psicose não diagnosticados atualmente na sociedade brasileira deva ser razoavelmente grande o que sem sombra de dúvidas faz com que o dia a dia das pessoas acometidas por esse problema assim como o de seus familiares e amigos seja muito sofrido, mas sobre isso trataremos no momento oportuno.
O presente artigo foi escrito por Samy Houchaimi (Instagram: www.instagram.com/samyhouchaimi), músico profissional (OMB-CRESP 74385), bacharel em direito, numerólogo, restaurador de memorabilia do séc. XX e formando em Psicanálise.