o que é parapraxia

Parapraxia: significado em psicologia

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A mente humana é um tesouro repleto de segredos, surpresas e complexidades. Em nossa jornada diária, quantas vezes nos pegamos fazendo algo que não planejávamos inicialmente? Um tropecinho aqui, um nome errado ali e, voilà, você está diante da intrigante teia da parapraxia.

Mas afinal, o que é isso e por que deveríamos nos importar? Este artigo post tem como objetivo dissecar o significado, os tipos e as implicações da parapraxia na psicologia. Quer saber mais? Então continue lendo?

O que é parapraxia?

Parapraxia é um conceito fascinante no campo da psicologia, originalmente popularizado por Sigmund Freud. Em termos simples, é quando cometemos “atos falhos”, como chamar alguém por um nome errado, esquecer onde colocamos as chaves ou até dizer algo que não pretendíamos. O mais intrigante é que esses deslizes não são acidentais; eles revelam algo do nosso inconsciente.

Na teoria freudiana, o inconsciente é uma espécie de depósito de desejos, medos e memórias reprimidas. Quando ocorre uma parapraxia, é como se o inconsciente estivesse dando uma piscadela para nós, sinalizando emoções ou pensamentos que talvez não quiséssemos admitir. E aqui está a mágica: esses pequenos erros oferecem oportunidades valiosas para introspecção e autoconhecimento.

Além disso, parapraxias não são apenas erros sem sentido. Elas têm um propósito. Freud acreditava que atos como esses funcionam como mecanismos de defesa, permitindo que material inconsciente venha à superfície de uma forma menos direta e ameaçadora.

Ou seja, decifrar os significados da parapraxia pode ser a chave para entender nossas emoções, desejos e, em última análise, nós mesmos!

parapraxia resumo

Quais são os tipos de parapraxia?

A ideia de parapraxia vai muito além de um simples ato falho. Pois ela abrange várias categorias, cada uma revelando aspectos diferentes do nosso inconsciente. Vamos mergulhar nos principais tipos:

  1. Parapraxias verbais: Conhecidas também como “lapsos de língua”, ocorrem quando dizemos algo diferente do que pretendíamos. Por exemplo, trocar o nome da pessoa com quem você está falando por outro, geralmente revela alguma conexão emocional entre as duas pessoas.
  2. Parapraxias de memória: Esquecer um nome, uma data importante ou até um compromisso pode ser considerado um ato falho. Em muitos casos, o esquecimento não é acidental, mas sim uma manifestação do nosso inconsciente. Talvez você tenha esquecido do compromisso porque, de alguma forma, não queria realmente ir.
  3. Parapraxias de ação: São os famosos “atos falhos” no sentido mais literal. Como quando você quer pegar o sal, mas acaba pegando o açúcar. Nesses casos, Freud diria que há um significado oculto por trás desse erro.
  4. Parapraxias de leitura e escrita: Erros ao ler ou escrever algo podem ter um significado inconsciente. Por exemplo, escrever “amor” em vez de “amigo” pode revelar sentimentos que você ainda não está pronto para admitir.
  5. Parapraxias freudsianas: Essas são um tanto específicas e ligadas a lapsos que têm conotações sexuais ou tabus. Freud deu muita atenção a essas, argumentando que são revelações diretas de desejos reprimidos.

Portanto, entender as diversas formas de parapraxia é como ter um manual de instruções para decifrar o próprio inconsciente. Não é apenas sobre o erro em si, mas o que ele revela sobre nossos desejos, medos e conflitos internos.

E enquanto Freud é a figura central desse conceito, muitos outros psicólogos expandiram e refutaram partes dessa teoria, tornando o campo ainda mais rico e intrigante.

Qual a importância da psicanálise para decifrar as parapraxias?

A psicanálise é como um detetive do inconsciente, e quando se trata de parapraxias, ela é a lupa que nos ajuda a ver além do óbvio. Pode parecer só um erro casual, mas Freud e seus seguidores argumentam que nada é realmente acidental quando se trata de atos falhos. A psicanálise dá contexto e profundidade a esses eventos, mostrando que eles são mensagens codificadas enviadas pelo nosso inconsciente.

Mas por que isso é importante? Primeiro, reconhecer esses atos falhos como algo mais do que um mero erro nos força a olhar para dentro de nós mesmos. É um sinal claro de que algo está fervendo sob a superfície, e se não lidarmos com isso, o inconsciente encontrará outras formas de se manifestar. Pode ser um sintoma psicossomático, ansiedade, ou até comportamentos autodestrutivos.

Além disso, a psicanálise fornece ferramentas para interpretar essas parapraxias. Com a ajuda de um terapeuta qualificado, podemos entender o significado por trás desses erros, o que pode ser um passo crucial para resolver conflitos emocionais não resolvidos.

Outro ponto é o valor terapêutico. Ao decifrar esses atos falhos, é possível abordar problemas subjacentes que talvez você nem soubesse que tinha. Esse autoconhecimento pode ser a chave para uma vida mais saudável e equilibrada.

Portanto, a psicanálise não é apenas um campo acadêmico interessado nas idiossincrasias do comportamento humano. É um método ativo e prático que nos ajuda a viver de forma mais consciente e integrada, dando sentido aos nossos atos mais enigmáticos. E quando se trata de parapraxias, esse conhecimento é como um mapa, um guia para entender os territórios não mapeados da mente.

Mas afinal, porque a mente permite essas falhas?

Mas agora, você deve estar se perguntando: por que uma mente tão sofisticada permite essas gafes conhecidas como parapraxias?

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    Bem, a resposta reside na complexa interação entre o consciente e o inconsciente. Imagine a mente como um iceberg. A ponta que emerge da água é a parte consciente. É a que tomamos como “nós mesmos” a maior parte do tempo. No entanto, embaixo da superfície, está o enorme bloco de gelo do inconsciente, onde estão guardados nossos desejos reprimidos, medos e conflitos emocionais.

    O inconsciente não é um vilão. Ele é, na verdade, um arquivo de sobrevivência. Guarda memórias e experiências que nosso consciente pode considerar dolorosas ou desconfortáveis. Mas o inconsciente também quer se expressar, encontrar algum alívio ou resolução para esses conflitos internos. E aí vem o curioso: em momentos de distração, cansaço ou stress, as defesas do consciente baixam a guarda.

    Nessas circunstâncias, o inconsciente vê uma oportunidade de vazar informações. São essas brechas que resultam em parapraxias. A mente não permite essas falhas no sentido de que ela as planeje; elas ocorrem porque a barreira entre o consciente e o inconsciente se torna mais permeável. Pode ser um lapso de língua, esquecer algo importante, ou até gestos não intencionais.

    Então, essas falhas não são erros sem sentido, mas sim uma forma de comunicação entre o consciente e o inconsciente. E isso não é uma falha da mente, mas sim uma característica dela.

    Trata-se do sistema tentando se autorregular, chamar atenção para algo que precisa ser abordado. Portanto, esses atos falhos podem ser vistos como um sinal de alerta, um farol que ilumina os cantos escuros da nossa psique, nos convidando a explorar e entender o que está se passando lá no fundo.

    parapraxia mapa mental

    Considerações finais sobre parapraxia

    Parapraxias são uma janela fascinante para as complexidades do inconsciente humano. São pequenos deslizes que podem revelar muito sobre nossos desejos reprimidos, medos e emoções. Compreender esse fenômeno não apenas nos torna mais conscientes de nossas próprias falhas, mas também abre portas para um maior entendimento da complexa arquitetura de nossa mente.

    É como se Freud nos desse um mapa, um roteiro para navegar através do enigma que é a psique humana. E acredite, esse é um território que vale a pena explorar. Afinal, como disse o poeta T.S. Eliot, “somos apenas o que sabemos, e eu desejo expandir nosso conhecimento para a morte.”

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