processo de psicanálise

O caminhar do processo de psicanálise e sua importância para a cura

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O andamento de um processo de psicanálise envolve diversas e diferentes questões. Além disso, tratando-se da posição do psicanalista, este deverá observar seu paciente. E, a partir da sua história, sua linguagem corporal e suas formas, haverá atitudes mais naturais para o terapeuta agir e se sentir mais confortável. Quer saber mais? Então continue a leitura!

Como se constitui o processo de Psicanálise?

O conforto entre o paciente e o psicanalista também deve ser levado em consideração ao se estudar o caminhar do processo psicanalítico. Na relação com o paciente, o terapeuta também evolui, pois um precisa caminhar para que o outro também caminhe.

Além disso, o lugar do processo de psicanálise é encontrado dentro da situação analítica. Assim, existem fases dentro dessa situação, e ela é a configuração estabelecida entre psicanalista e paciente. Alguns requisitos, como cultura, inteligência e religiosidade, podem contraindicar uma análise. Isso devido ao paciente não conseguir acompanhar o raciocínio e não interpretar o processo de “associações livres” do psicanalista.

Portanto, pode ocorrer também uma contra transferência negativa imediata, que impedirá a psicanálise, bem como a postura e personalidade do paciente desfavorável ao par analítico de se constituir.

A Psicanálise é indicada para todos?

Você sabia que pacientes psicóticos não são indicados para psicanálise? Porém, os neuróticos conseguem tratamento e cura através da psicanálise. O tratamento psicanalítico é o mais indicado para as neuroses, justamente por ir à fundo nas questões do paciente.

Na anamnese, nós podemos não aceitar um paciente, se notarmos traços psicóticos ou quaisquer outros motivos que desaconselha a análise. Nas entrevistas, que são encontros pré analíticos, com 2,3 ou mais encontros, veremos se o paciente em questão deve ser analisado ou deve passar por outro tipo de psicoterapia. Nessas entrevistas, haverá a livre expressão dos processos mentais, com o mínimo de interferência do terapeuta. Isso será feito face a face e o psicanalista deverá anotar o que julgar relevante.

Em relação ao contrato analítico, ele é um acordo verbal sobre as condições do tratamento. Nele, há o esclarecimento sobre tudo que o paciente fale, não fale, faça, não faça, falte, não falte etc. Tudo e todas essas coisas serão objetos de interpretação para a psicanálise do sujeito. 

O que é necessário na relação entre o psicanalista e o paciente?

Assim, esse contrato deverá ser flexível e frisar sobre faltas, que deverão ser financeiramente cobradas. Além de horário, férias e outras questões que forem julgadas necessárias, assim como deverá constar verbalmente, também, sobre as anotações feitas nas sessões e a importância do divã como instrumento de trabalho.

Ademais, o contrato também deverá esclarecer sobre o tempo das sessões e do tratamento, bem como o dinheiro investido no autoconhecimento. Junto disso, também deve ser esclarecido, que pelo fato do psicanalista ter competência para auxiliar na resolução dos problemas do paciente, e que este serviço de qualidade é colocado a disposição de quem busca o autoconhecimento, isto tem um preço.

Assim, tratando-se da questão do tempo de tratamento, devemos explicar ao paciente através de metáforas. Por exemplo, se alguém tem diabetes, necessita de tratamento por período de toda a vida, e que assim pode ser com os problemas e tratamentos da mente, pois é um processo de psicanálise. Ademais, pessoas com problemas cardíacos também necessitam de tratamento constante, assim também pode ser com a mente.

Então, não podemos especificar quanto tempo pode durar a terapia com psicanálise. Pois pode durar poucos anos ou a vida inteira, porque tudo depende da profundidade da neurose e de como o paciente vai lidar com as descobertas do inconsciente. Portanto, depende da profundidade da neurose e da sua implicância na vida e saúde do paciente, para que ele tenha mais autonomia vem sua vida e, por isso, não podemos prever um tempo.

Conclusão sobre o processo de psicanálise

Em resumo, na relação entre o psicanalista e o analisado deve-se falar sobre muitas questões importantes. Por exemplo, deve haver um contrato em que seja explicitado todas as cláusulas, além de haver uma conversa sobre a doutrina, sobre o princípio da regra da livre associação, falar da nossa metodologia e do uso do divã, frisar sua importância fundamental.

Além disso, o psicanalista deve ser uma pessoa discreta em sua vida pessoal, que se veste bem, sem ostentar, que age naturalmente, inspirando confiança e que jamais expõe seus pacientes. Em relação às sessões, devem ser quanto mais melhor, no mínimo 2 vezes na semana, mas no mundo atual, uma vez é o mais usual. Enfim, devemos explicar ao paciente sobre a importância de uma constância nas sessões, para um bom processo de psicanálise, e que elas devem durar 50 minutos. Portanto, não se deve baixar o tempo, com a ideia de baixar o preço e nem fazer o contrário, aumentando o tempo.

Por fim, os horários combinados anteriormente devem ser respeitados, visto que é preciso ter respeito ao próprio psicanalista, ao paciente e aos demais pacientes. No divã, para um bom processo de psicanálise,  o paciente deve se portar como um passageiro de trem: “Coloque-se diante do psicanalista como um passageiro olhando da janela de um trem, em velocidade, e, vá narrando o que se passa na tela da sua imaginação.” (Dr. Gastão Pereira da Silva).

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Esse artigo foi escrito e desenvolvido por nossa aluna do curso de Psicanálise Clínica, Karla Oliveira.

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    Sobre o Autor:
    Karla Oliveira
    Psicanalista. Psicoterapeuta
    Rio de Janeiro-RJ
    [email protected]

     

     

     

     

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