qual símbolo da psicanálise

Qual símbolo da psicanálise: logo ou emblema correto

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Você já deve ter ouvido falar sobre qual símbolo da psicanálise e, com máxima certeza, já sabe que cada ciência, arte, método ou técnica possuem o seu logo muito peculiar.

Alguns métodos e técnicas se organizaram mais em nível de curso técnico, tecnológico e licenciatura e criaram seus logos (emblemas). Essa visão de criar emblemas e logos já vem de longe desde os tempos da heráldica das famílias nobres europeias que tinham seus logos.

Entendendo qual símbolo da psicanálise

Muitas profissões só foram pensar num logotipo como as graduações e pós-graduações e especializações (mestrados, doutorados e phD) a nível mundial e criaram seus símbolos ao lados dos logos das universidades e faculdades que também têm os seus logotipos e até muitas delas estimulam acadêmicos a apreciarem o logo e usarem para demonstrar perante terceiros o curso que realizam num campus universitário.

É comum bordar o logo, usar uma camiseta ou mesmo uma pasta e material didático estampando o símbolo do curso. Mas, a final qual é o logo da Psicanálise ? Sabemos de antemão que Sigmund Freud (1856-1939) era da vertente da medicina, na qual ele se graduou como bacharel; porém, não temos maiores dados de que ele tenha se preocupado com essa questão do logo ou símbolo para a Psicanálise.

Registros históricos dão conta de que a Internacional Psychoanalitical Association, ‘IPA’ (Associação Internacional de Psicanálise) que inclui atualmente milhares de psicanalistas pelo planeta e que foi fundada em 1910, baseado numa proposta de Sandor Ferenczi (1873-1933), psicanalista húngaro, um dos mais íntimos colaboradores de Freud, elegeu um logo conforme figura 1.

Figura 1 – Loto da IPA – Fonte: www.google.com

Sobre a figura e qual símbolo da psicanálise

Surgiu a partir de 1920 várias tentativas de se criar um ‘logo internacional’ para Psicanálise. Todas as propostas não tiveram consenso e não prosperaram.

Operadores da Psicanálise passaram então, a optar por um logo adaptado, partindo do logo da medicina. Outros usaram o divã como representação da Psicanálise.

O logo da medicina adaptado com um bastão e outro com o archote (tocha) tiveram mais inclinação de uso. O logo com o uso da tocha começou a se difundir melhor. Porém, o logo com o uso do bastão também foi uma opção conforme figura 2.

Figura 2 – Logo psicanalise com o bastão

Hermes e qual símbolo da psicanálise

O logo com a tocha ou archote surgiu em várias publicações. E pesquisadores buscaram um significado das duas cobras; o que consta é que uma é o conhecimento e, a outra, é o não conhecimento em choque dialético visual. E a tocha seria a revelação do conhecimento. Portanto, a cobra representa a ligação (elo) entre o mundo conhecido e o mundo desconhecido (subterrâneo, inconsciente).

A polêmica que surgiu foi com relação ao ‘caduceu’ de Hermes que era o uso do bastão de Esculápio (ou Asclépio), divindade grega da medicina. E houve essa situação de representar a Psicanálise tanto com o bastão ou archote (tocha) acesa. Vale destacar que a idéia central era levar à luz ao inconsciente promovendo uma evolução do conhecimento. Outros buscaram a percepção de uma descoberta, usando como símbolo o ‘divã’.

Portanto, o símbolo de fundo sempre foi o da medicina onde a Psicanalise teve sua vertente ou semente ou gênese (origem). A divergência estaria entre o uso do bastão ou uso da tocha (archote) acessa conforme figura 3. Alguns analistas, por divergências e desgostosos com a falta de padrão, passaram a usar o logo com a tocha apagada.

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    Figura 3 – Logo psicanalise com archote (tocha) acessa

    Mudanças para entender qual símbolo da psicanálise

    Vale ressaltar que o caduceu tomou o formato conhecido quando foi lançado por Hermes, divindade grega, que em Roma se chamaria depois de Mercúrio, entre duas serpentes que lutavam e se entrelaçam na haste como uma atitude amistosa entre forças diferentes, o que representa o equilíbrio e o infinito.

    O caduceu é a representação de duas serpentes enroscadas num bastão que termina com duas asas e foi também descrito como a simbologia de Hermes transposta para o deus Mercúrio de Roma, onde o caduceu significava a moralidade e uma conduta correta. A cor do símbolo era verde.

    Porém, no século XX, o exército norte-americano resolveu substituir o ‘bastão de Esculápio’ pelo ‘caduceu de Hermes’ como símbolo da Medicina. Propuseram também mudar a cor tradicional da profissão do ‘verde’ para o ‘marrom’.

    O símbolo da medicina original

    Outro dado importante, se refere ao fato de que o símbolo da medicina original é uma cobra só, e enrolada no bastão de Asclépio (ou Esculápio), considerado o deus da medicina, da cicatrização, onde a cobra circula livremente por seu templo por ser considerada benéfica aos pacientes. Depois adicionaram duas cobras, visando representar uma dialética do saber e não saber em busca da revelação ou da causa da patologia.

    No Brasil, a questão teve também seus contornos e desdobramentos onde usavam inicialmente o símbolo do IPA; muitos analistas optaram em começar a desenhar seus logos.

    A cobra continuou no imaginário brasileiro como símbolo associado, no aspecto positivo, à sabedoria, à ascensão e à força espiritual e, no aspecto negativo, relacionado a traição e falsidade gerando medo e pavor e admiração e respeito, conforme figura 4.

    Figura 4 – Diferença dos logotipos para medicina e psicanalise

    A Ordem Nacional dos Psicanalistas sobre qual símbolo da psicanálise

    A Ordem Nacional dos Psicanalistas no Brasil que foi fundada em 2009, tentou criar um logotipo para ser usado pelos profissionais da área o que muitos, em especial, da linha lacaniana, de plano e de chofre rejeitaram e não aceitaram. A ONP usou o logo com o archote, a tocha conforme figura 5.

    Figura 5 – Proposta de logotipo da ONP

    O ‘divã’ usado por Freud, a partir de 1895, que foi um presente que ganhou de uma de suas ex-paciente (analisada) passou a ser usado como um logo da Psicanálise de forma moderna e pós-moderna conforme figura 6.

    Figura 6 – Uso da simbologia do divã na Psicanálise moderna e pós-moderna

    Não existe ainda um símbolo universal pactuado e firmado pelo IPA que seja de uso consensual. Bem como as tentativas de construção dum órgão de classe foram refutadas como algo a ser obrigatório.

    Conclusão

    A tese é de que o exercício seja constitucional e livre, porém, com certificação de centros, institutos e associações com reputação social e que o operador da Psicanalise tenha uma formação com base no tripé do estudo da teoria, da análise didática e da supervisão de analistas mais experiente e recomendável estar ligado a um centro de formação idôneo, sério e honesto.

    Quanto à questão da adoção do logo (emblema ou símbolo) fica a critério do operador da Psicanálise ligado a sua escola de pensamento com liberdade de optar se deseja ou não ser bastão ou archote ou algo aproximado ou não da medicina, psicologia ou psiquiatria. A melhor solução, que seja de foro intimo do operador da Psicanálise desde que esteja capacitado para exercer suas atribuições.

    O presente artigo foi escrito por Edson Fernando Lima de Oliveira. Graduado com licenciatura em História e Filosofia. PG em Psicanálise. Realizando PG em Farmácia Clínica e Prescrição Farmacológica; acadêmico e pesquisador de Psicanálise Clinica e Filosofia Clinica. Contato via e-mail: [email protected]

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