Os mitos e lendas gregas carregam um poder arrebatador de revelar aspectos importantes da mente e comportamento humano. Esse é o caso da história envolvendo Ícaro e o seu pai, Dédalo, que ensina uma valiosa lição sobre humildade.
Vamos entender melhor quem era o pai de Ícaro a qual a mensagem que tiramos de sua história.
A inveja de Dédalo
Dédalo era um engenheiro e artesão muito talentoso em Atenas. Por causa de sua fama, contratou seu sobrinho Talo como assistente. No entanto, Talo tinha um talento natural que se desenvolveu ainda mais com os ensinamentos de Dédalo.
Com inveja das criações e inovações de Talo, Dédalo decidiu matá-lo para tirá-lo do caminho. Ele perdeu sua própria criatividade por causa da inveja. Atraiu Talo para um templo e o empurrou de um precipício, matando-o.
Quando descobriram que Dédalo era o culpado, todos o julgaram e condenaram à prisão. Mas Dédalo fugiu. Uma perdiz, que era a alma transformada de Talo por Atena, assistiu a tudo, simbolizando que a justiça para o rapaz inocente seria feita.
Tornamos-nos prisioneiros quando não atendemos nossa alma
O pai de Ícaro conseguiu fugir para a cidade de Creta, onde já tinha fama por seu trabalho. O rei de Creta, Minos, recebeu a sua chegada com extremo louvor, mas fez uma exigência rigorosa por protegê-lo.
De agora em diante, Dédalo somente poderia esculpir para ele, sendo artesão e engenheiro exclusivo da majestade.
Embora construísse muitos monumentos para Minos, Dédalo teve a sua liberdade criadora perdida. Tudo dependia dos caprichos do rei e o artesão nada podia fazer para reverter a situação, pois era um prisioneiro “convidado”.
Porém, a rainha Pasífae se apaixonou por um touro e pediu que ele criasse uma armadura para que pudesse atrair o animal.
Desse amor incomum, nasceu o Minotauro, a lendária criatura metade homem, metade touro.
Por conta disso que, mais uma vez, o rei exigiu a criação de um lugar de prisão e tortura ao ser. Dédalo construiu o famoso labirinto que, como um enigma, prenderia a criatura para sempre.
Você pode ler um pouco sobre isso em um livro muito recomendado pelo The New York Times, chamado Circe, de Madeline Miller.
A prisão com Ícaro
O rei Minos exigiu do rei Egeu que entregasse 7 rapazes e 7 moças para sacrificar ao Minotauro. Contudo, revoltado com o pedido, o filho de Egeu se infiltra no grupo e conquista Ariadne, filha de Minos.
Embora estivessem apaixonados, ela devia lhe contar os segredos do labirinto, algo que já sabia das mãos de Dédalo.
O príncipe venceu o monstro e fugiu com a princesa, levando o irmão dela como refém. Para retardar Minos, esquartejaram o jovem para que o pai recolhesse seus pedaços no mar.
Nisso, o rei culpa o pai de Ícaro e condena o artesão e seu filho à eternidade no labirinto.
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Ainda que estivesse preso na sua criação, o restante de sua genialidade ainda aflorou e encontrou um caminho para fugir. Eles iriam voar.
A fuga
Uma forma de compreender quem era o pai de Ícaro é estudar seu histórico em momentos de crise. Embora tenha deixado a vaidade e o ciúmes lhe corromperem, quando necessário, teve um vislumbre de como usar sua arte para sobreviver.
E com o filho ao lado, precisaria agir com urgência para que ambos não morressem.
Encontrando algumas penas no local, o artesão montou asas prendendo elas com linhas para que saíssem voando.
A camada de cera serviria para manter o material mais firme e seguro. Abraçado na coragem e instruindo corretamente o seu filho, ambos fugiram do labirinto e alçaram voo na ilha.
Porém, ignorando os conselhos do seu pai, Ícaro voou muito mais perto do sol que deveria. Estava deslumbrado pela sensação de poder e liberdade que voar lhe dava.
Assim, a cera de suas asas começou a derreter e o jovem caiu no mar, morrendo logo após isso.
Significados
O mito aborda as limitações físicas e emocionais do ser humano, mesmo quando somos muito criativos e talentosos. Algumas lições que podemos tirar são:
- A juventude – Quando somos jovens, temos grandes sonhos e projetos ambiciosos, buscando realizar coisas extraordinárias movidos pela liberdade da alma.
- A vaidade nos corrompe – Dédalo era extremamente talentoso, mas a inveja pelo talento do sobrinho o fez perder o foco em melhorar a si mesmo e seguir um caminho destrutivo. A vaidade fez com que abandonasse seus propósitos iniciais.
- A perda do bom senso – O ápice da inveja de Dédalo foi planejar a morte do sobrinho que o admirava. Isso representa como os excessos e ações sem bom senso, movidas somente pelo desejo de obter algo, podem mudar a vida de todos para pior.
Paralelos
De um modo geral, compreender quem era o pai de Ícaro nos faz refletir sobre nós mesmos como indivíduos. Até que ponto chegaríamos para validar o que desejamos e conseguirmos o que queremos?
O mau caratismo de Dédalo em um ponto de sua vida já consagrada mostra que todos estamos vulneráveis a isso.
Pense bem: algumas pessoas quando não conseguem o que desejam gastam a sua força tentando achar um culpado. Em vez de superarem as suas limitações, tentam superar os demais porque os enxergam como concorrentes.
Isso não é uma busca por crescimento pessoal, mas, sim, por reconhecimento social e ego.
Dédalo representa a nossa frustração diante do novo, diferente e atualizado padrão de pensar. Com medo de sermos substituídos, podemos fazer loucuras e nos entregar ao nosso lado mais selvagem.
Embora na história o Minotauro seja a fera, o verdadeiro monstro reside nos próprios homens.
A prisão da vida
Para encerrar a história de quem era o pai de Ícaro, trazemos as motivações e consequências do caminho escolhido por ele. Isso fica visto na ação do:
Ego inflamado
Da mesma forma que Dédalo, muitos de nós nos prendemos ao nosso ego inflado. Com isso, passamos a viver desejos e realidades que não são nosso e vivendo na sombra do que queríamos.
Construir sonhos que não são seus impede de ter uma vida natural e satisfatória, já que o foco é ser apenas o único, e não feliz.
Limitação de capacidade
Um dos maiores erros de Dédalo foi empregar seu talento para obter apenas reconhecimento, e não satisfação.
No momento em que nos afastamos dos nossos sonhos perdemos o sentido de nossas vidas. Assim como ele, criamos um labirinto onde perdemos a nossa alma nos corredores da insatisfação prisioneira.
Quando permanecemos em empregos, relacionamentos e qualquer outra situação que não atende os apelos de nossa alma, nos tornamos prisioneiros.
Considerações finais sobre quem era o pai de Ícaro
O mito envolvendo a história de quem era o pai de Ícaro traz ensinamentos valiosos às nossas vidas. Se trata de não ceder aos caprichos do ego, má vontade e sermos felizes com quem realmente somos.
Falando diretamente para você leitor, evite se comparar aos demais e renegar o seu talento à vida. Se chegou onde está é porque fez por merecer e deve ter consciência do seu mérito. Você é capaz de qualquer coisa construtiva em sua vida sem precisar tirar os demais do seu caminho.
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