relacionamentos e bem estar

Relacionamentos, bem-estar e evolução

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Entenda sobre relacionamentos e bem estar. Ainda hoje é comum que pessoas comentem sobre a necessidade de ter um companheiro (a) para sentirem-se completas. É o famoso buscar a “metade da laranja”.

Nessa perspectiva, as pessoas consideram-se seres pela metade, vivendo a angústia de uma busca pela completude fora de si. Será que um ser humano somente pode ser feliz quando estiver em um relacionamento amoroso?

Uma análise sobre evolução, relacionamentos e bem-estar

As linhas de pesquisa em psicologia já evidenciam há décadas a importância que as relações interpessoais possuem no bem-estar e qualidade de vida dos seres humanos. Nesse aspecto, quando se fala de relações interpessoais, não necessariamente refere-se a ter um companheiro (a), mas das múltiplas relações de trocas vivenciadas ao longo da vida.

Decerto, que um indivíduo não nasce sozinho. Ele depende de cuidados desde o primeiro grito na maternidade. Para além, a teoria psicanalítica destaca que a qualidade da interação entre recém-nascido e sua mãe é essencial a formação da personalidade do indivíduo, podendo a ausência dos pais ou figuras cuidadoras, promover dificuldades nessa formação.

De mesmo modo, a interação afetiva com a família reflete sobre o mundo interno de seus membros, sendo fundamental que o indivíduo possa ter a liberdade e aprender nesse meio a construir um mundo seu. Nessa seara, um sistema familiar saudável, com sentimentos de apoio, carinho e elevação da autoestima, além de bom relacionamento entre todos, contribui positivamente para a formação do indivíduo e a construção de relações futuras mais satisfatórias.

Sensibilidade, relacionamentos e bem estar

Em contrapartida, situações adversas, ou relações disfuncionais no círculo familiar podem trazer desequilíbrios para os seus membros, em especial crianças e indivíduos mais sensíveis. Nesse ambiente, padrões de autoridade podem ser modificados, a comunicação entre os entes e as funções de cada indivíduo prejudicadas. Torna-se comum a presença de sentimentos como hostilidade, angústia, desinteresse, superproteção, padrões negativos que podem marcar a personalidade do indivíduo.

Muitos dos conflitos e adversidades presentes nos relacionamentos na vida adulta derivam da dificuldade de lidar com as próprias emoções e sentimentos, por vezes, originados ainda na infância, pela vivência de relações que dificultaram um desenvolvimento saudável.

Porém, acostumados a depositar fora de si, a nossa motivação para a felicidade, os seres humanos não enxergam ou não querem vasculhar os arquivos mais escondidos de sua alma. Crescem iludidos, lendo histórias, entoando versos que reafirmam a chegada da felicidade em um cavalo branco, na figura de uma pessoa perfeita. Na verdade, frequentemente busca-se no outro a perfeição que não se enxerga em si.

A individualização

Em relação à perfeição, o psiquiatra Carl G. Jung, já refletia que a completude do ser não está atrelada à perfeição, mas sim, na assimilação dos principais arquétipos, sendo a capacidade de integrar e unificar dentro de si – luz e sombra, anima e animus, consciente e inconsciente.

É o que Jung chamou de individuação – o tornar-se único, o realizar-se em si mesmo. Nesse sentido, entende-se que o autoconhecimento é fundamental para a melhor convivência com os outros sem negligenciar a si mesmo.

Enquanto o indivíduo buscar a outra metade da laranja, esse continuará incompleto, talvez indisponível ou excessivamente dadivoso nas relações que vivenciar. O caminho para a completude, o olhar para si mesmo e ir de encontro às próprias sombras é o que permite ao indivíduo estabelecer relações mais verdadeiras e plenas.

Felicidade total, relacionamentos e bem estar

Esse é um processo essencial para a felicidade total. É o que permite o conhecimento do verdadeiro amor-próprio, tão desconhecido por muitos. Somente quando o indivíduo acolhe as suas sombras e se abre para o autoconhecimento, é que ele se liberta para vivenciar o amor em todos os territórios da alma: consigo mesmo, no encontro com os outros, nas múltiplas experiências ao longo da vida.

Muitos, ainda são, os relacionamentos ronde pessoas doídas (machucadas) se encontram em busca da felicidade. Segundo Schlösser, as dificuldades e adversidades vividas na rotina conjugal, quando não elaboradas e trabalhadas de forma positiva podem gerar intenso sofrimento e mal-estar.

Esse estresse vivenciado em muitas relações pode contribuir para o princípio de diversos transtornos emocionais, como depressão e ansiedade. (Beck, 1995, Epstein, 1985, Epstein & Schlesinger, 1995, apud Schlösser, 2014)

O ciúme

Schlösser ainda traz em seu estudo que o ciúme patológico ou ciúme romântico pode ser outra fonte de sofrimento psíquico para os envolvidos. Ainda confundido em nossa sociedade como uma forma de demonstrar amor, o ciúme define-se como um sentimento penoso em relação a alguém que se pretende um amor exclusivo (Oxford).

Apesar de ser um sentimento natural do ser humano, o ciúme deriva de insegurança, falta de confiança no parceiro e por vezes autoestima baixa. Quando em demasia, é um sentimento danoso tanto para quem sente, quanto para o parceiro, estimulando ansiedade e raiva que resultam em brigas e discussões.

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    À vista disso, registra-se que relacionamentos, amorosos ou não, podem contribuir tanto para aumento da qualidade de vida dos envolvidos, quanto para o sofrimento. O resultado dessa equação vai depender da forma como esses indivíduos aprenderam a se relacionar e da capacidade de adaptação psicossocial em meio às situações conflitantes.

    O transtorno narcisista

    Indivíduos com transtorno narcisista, por exemplo, dificilmente conseguem construir relações saudáveis sem acompanhamento psicológico. Esses normalmente demonstram falta de empatia, aspecto essencial para o entendimento, respeito e prazer nas relações, sobretudo conjugais.

    Diante das adversidades que uma pessoa pode encontrar nas várias relações vivenciadas ao longo de sua existência, torna-se imprescindível o desenvolvimento da resiliência. Esse é um aspecto essencial para ampliação dos elementos positivos nas relações diante de situações conflitantes. E principalmente, para manutenção da esperança e motivação para novos relacionamentos, após o fim de relacionamentos tóxicos ou abusivos.

    “A resiliência envolve processos-chave: sistema de crenças (olhar positivo e transcendência frente às adversidades), padrões de organização (coesão, recursos sociais e econômicos e flexibilidade) e comunicação (expressões emocionais abertas e colaboração da solução de problemas). ” (Walsh,1998 apud Schlösser, 2014)

    O crescimento individual

    Atualmente, já existem diversas pesquisas que comprovam que os relacionamentos, quando saudáveis, são considerados uma fonte de bem-estar e importante fator de proteção da saúde mental, diminuindo ansiedade e depressão, além de favorecer o crescimento individual.

    Para obtenção desses benefícios, é essencial que o indivíduo tenha, sobretudo, um relacionamento saudável consigo mesmo. Em uma época onde as redes sociais se apresentam como um campo fértil para foco no externo e superficialidade, é imperioso um olhar mais cuidadoso para o mundo interno existente.

    Finalmente, quando o indivíduo se relaciona bem consigo mesmo, ele está mais apto a se relacionar melhor com os outros, seja no âmbito conjugal, familiar, social. É primordial que cuidadores e sociedade entendam que a educação emocional é tão importante quanto a educação intelectual.

    Conclusão

    Necessitamos nos acostumar a identificar nossas emoções e sempre que necessário, buscar ajuda especializada para compreensão e melhor gerenciamento das feridas existentes. Chegará o dia no qual não depositaremos mais a responsabilidade de nosso bem-estar nas mãos dos outros.

    Nesse dia entenderemos que a felicidade está em nosso caminho para completude e viveremos apenas relacionamentos saudáveis que somente reafirmarão a nossa sensação de bem-estar e nos impulsionam ainda mais para a evolução.

    Referências

    MACIEL, Rubens A. ROSEMBURG. Coronelio P. A relação mãe-bebê e a estruturação da personalidade. Saude soc, 15. Ago. 2006, Juiz de Fora. Anais. Disponível em:< https://doi.org/10.1590/S0104-12902006000200010>.

    SCHLOSSER, Adriano. Interface entre saúde mental e relacionamento amoroso: um olhar a partir da psicologia positiva. Pensando famílias. vol.18 no.2 Porto Alegre dez. 2014. Disponível em:<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-494X2014000200003>.

    Este artigo sobre relacionamento e bem-estar foi escrito por Aline Mesquita (https://instagram.com/plenoespirito). Atuando na área da Química e Meio Ambiente há 20 anos, aprofundou seus estudos em autoconhecimento, autodesenvolvimento e espiritualidade, assuntos que sempre gostou, e hoje também atua como Psicoterapeuta Reencarnacionista (ABPR), Terapeuta Holística e Taróloga. Especialista em Psicoterapia Junguiana. Especialista em Instrução de Meditação. Especialista em Psicologia Transpessoal. Life Coach. Realiza seus atendimentos psicoterapêuticos em consonância com técnicas de reequilíbrio energético e autoconhecimento, como radiestesia, tarô, astrologia, com objetivo de auxiliar as pessoas a ampliar a visão sobre si mesmo e seu momento, ter maior equilíbrio e entendimento frente aos desafios, reduzir estresse e ansiedade diário, etc.

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