Sexualidade é uma essencial dimensão humana e precisa ser entendida na totalidade dos sentidos. Para Freud, a sexualidade envolve não apenas aquilo que tem a ver com a satisfação sexual, mas a pulsão básica que gera uma dinâmica que resulta na obtenção de prazer fisiológico.
Sexualidade e o prazer fisiológico
Sexualidade então passará a ser tudo aquilo que envolve uma gama de atividades iniciadas na infância que levam ao prazer. Nesse arcabouço compreende-se tudo aquilo que contribui para a satisfação de um prazer fisiológico.
Quaisquer atividades que promovam essa sinergia são práticas consideradas por Freud como atividades ligadas à sexualidade, quer seja respirar, excretar ou a satisfação da fome.
A sexualidade constitui papel fundamental no desenvolvimento psíquico do sujeito, assim argumenta Freud. No cabedal teórico da psicanálise, a sexualidade surge como uma maneira de auxiliar pacientes que sofriam de histeria.
A sexualidade para Freud
Numa tentativa de compreender melhor a pulsão básica humana e a disposição humana intrínseca de ir em busca do prazer, Freud buscou entender a sexualidade desde a tenra infância. Em sua pesquisa foi entendido que a sexualidade é um instinto, um comportamento que de maneira incógnita está fundida no comportamento do ser humano.
Para Freud, a sexualidade infantil se desenrola como algo baseado na gratificação com menor destaque para a parte genital. Ao longo da vida a criança passa por um processo de desenvolvimento sexual.
Ao longo desse processo, a sexualidade infantil é vista como sendo a manipulação do mundo exterior como meio de conseguir gratificação, onde o foco ainda não está nos genitais, que passam a serem descobertos no processo de desenvolvimento.
O desenvolvimento sexual
No entanto, na fase adulta, esse processo se altera. O processo de desenvolvimento sexual tem seu foco na gratificação sexual. Nesse processo o ser humano tem que enfrentar o dilema de enfrentar a si mesmo e buscar conhecer suas fragilidades.
Nesse processo de descobrimento, surgem as descobertas, ou supostas descobertas que agora o ser humano fará baseado em seu contexto Bio-sócio-psico-espiritual. Tais descobertas podem ser de ordem pessoal, onde as parafilias e transtornos de ordem sexual poderão se manifestar.
Cada um desses transtornos tem uma raiz no período de desenvolvimento psicosexual, que se concluído com êxito trarão ao adulto uma vida sexual produtiva, podendo ser também dolorosa para aqueles que porventura tenham sofrido de crises nos períodos de seu desenvolvimento sexual.
A sexualidade e a evolução sexual
A evolução sexual permite que se possa compreender de modo mais amplo as diferentes causas para os transtornos sexuais. Como dito anteriormente, grande parte dessa avaliação pode ser feita observando os períodos de desenvolvimento sexual. No entanto, fatores bioquímicos devem sempre ser avaliados pelo psicanalista.
O avanço da medicina permitiu que uma gama de paradigmas em relação às questões sexuais pudessem ser avaliados e alterados. Fatores orgânicos como diabetes, obesidade, hipertensão são também questões que problematizam a vida sexual, quer sejam de homens ou mulheres.
Cada sujeito busca a melhor forma de entender o problema para superá-lo, portanto, hoje em dia não se cabe mais acreditar em mitos, mas em fatores concretos que solucionem o problema em tela.
A instantaneidade da informação
No mundo tecnológico todas as dinâmicas humanas estão em rápido processo de mudança, A instantaneidade da informação e o poder que a tecnologia trouxe fomenta no ser humano cada vez mais a necessidade de soluções rápidas, relações rápidas e prazer instantâneo.
A brevidade da vida foi substituída pela rapidez do dia a dia, logo, os transtornos relacionados à sexualidade ficam cada vez mais em voga. Em uma sociedade líquida, a sexualidade aponta como a nova forma de se expressar e de ser aceito e com o apoio da tecnologia essa necessidade tem se massificado.
No entanto, também tem se massificado as crises, ou em termos freudianos, as histerias que se apresentam na vida humana. Há uma falta de ferramentas que permitam às pessoas repensar e reconhecer sua identidade própria, o que no final das contas agravam ainda mais os transtornos de desenvolvimento da fase sexual.
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Conclusão
A gama de informações produz um alto volume de dados em que os consome, gerando uma incapacidade temporária de compreender os recônditos de seu próprio desenvolvimento.
Nesse ínterim, a presença do psicanalista é extremamente necessária para que por meio da clínica psicanalítica possa, com ouvidos atentos, compreender o que se passa no analisando e então possa responder de forma efetiva a trazer o ganho e a ampliação necessária à saúde do mesmo. O alto consumo de muitas informações podem gerar o agravamento dos transtornos e das histerias inflamando o processo de desenvolvimento sexual.
Portanto, o entendimento da via da sexualidade é de extrema importância para o psicanalista. O entendimento do desenvolvimento e práticas psicanalíticas podem favorecer em muito a clínica.
Este artigo foi escrito por Rafael Moreno([email protected]), bacharelando em Administração, letrólogo, mestrando em educação.
One thought on “Sexualidade e tecnologia: uma breve análise”
Parabéns, pelo artigo!