Estoicismo e a Busca da Felicidade

Todo e qualquer ser humano tem como premissa básica a busca da felicidade. Isso vem de encontro com ideais que ultrapassam realidades tão simplistas em cada pessoa.

Muitas das vezes passa-se a acreditar que a felicidade é apenas um momento e com isso o ser humano foi criando diversas situações para que pudesse preencher os espaços do seu vazio existencial e com isso a crença subjacente em nossos dias é de que se você quer ser feliz é preciso viver momentos e esses momentos vão preencher a nossa sobrevivência nesse mundo.

Algumas ideias sobre o estoicismo e a Busca da Felicidade

Mas se começarmos a analisar que através da visão estoica podemos conceber um ideal de felicidade, que não seja apenas de lembrança ou momentos que ficam para trás em nossas vidas, poderemos com isso valorizar cada detalhe do nosso saber bem viver as nossas vidas.

O Estoicismo em si surge por volta do século Três a. C., surge com um papel no seguinte quesito; o ser humano pode controlar suas paixões, pois dentro da visão estoica as paixões podem nos tirar dos centros ou enfoques de nossa vida, mas na realidade o mais importante certamente é saber controlar as paixões e isso é uma grande dor para cada pessoa.

Pois muitas das vezes nos é apresentado que para se buscar a felicidade é preciso saciar as paixões, e aí pode ser o grande problema que estejamos vendo, onde felicidade e infelicidade andam juntas, sem uma dimensão certeira do que se fazer, e com essa crescente falta de felicidade, geram-se pessoas sem um sentido para a vida.

Sobre o estoicismo e o sentido da vida

Ora se formos remeter a ideia do Estoicismo, o mesmo deve também falar conosco de um sentido da vida, é claro que esse sentido não se dá de qualquer forma e a qualquer momento e também, ponto importante aqui, não é um limitar ou esquecer ou renunciar às paixões, ao contrário é preciso saber como ser conduzido por uma paixão que tenha um destino e uma pulsão.

O caminho deixado pelos estoicos para nossos dias pode ter elementos substanciais para muitos que gostam de palestras de coaching, por exemplo, pois a ideia do Estoicismo é trabalhar com situações pertinentes ao ser humano e todo seu arcabouço de realidades que podem e devem ser bem evidenciadas a cada momento.

Sabemos que isso é substancial, pois as palavras e ditos estoicos tem de fato ajudado milhões de pessoas ao redor do mundo, que através de suas máximas pode sim fazer todo um processo no interior de cada pessoa, de tal sorte que cada pessoa tenha uma lição, que seja como um alimento para sua existência, para sua alma.

Paixões superficiais

A felicidade, dentro desse contexto do Estoicismo passa a ter uma dimensão diferente, não sendo uma coisa ao acaso ou fruto de buscas descontroladas por paixões superficiais, há um encontro de cada pessoa consigo mesmo, pois a felicidade não é uma receita pronta, seja de uma pessoa simples ou de alguém famoso, entende- se que a felicidade é algo pessoal, mas tenha raízes mais profundas e que se alinhem como sentido da vida.

Afinal ser ou buscar a felicidade sem se ter um sentido para a vida, pode ser de grande prejuízo a cada pessoa, independente de quem seja, pode ser pobre ou rico, mas a felicidade está desprendida de coisas ou objetos, ela só pode ser encontrada ou desvendada a partir do momento em que se faz um traçado do sentido da vida.

Geralmente quando nos referimos a ter um Sentido para nossa vida, logo imaginamos da necessidade buscar algum tipo de “guru”, que possa mapear as situações que se encontram em nós para a partir disso criar roteiros de buscas, de melhorias, que muitas das vezes são ineficazes ou incompletas, já que cada pessoa tendo sua individualidade, obviamente não pode ser comparada ao outro ou aos outros indivíduos.

Introspecção: sobre o estoicismo

Por isso é preciso levar em consideração que para haver de fato um sentido para vida, podemos até mesmo pegar a própria palavra ‘sentido’, ou seja, se faz necessário dar um norte para onde queremos ir, quem somos nós agora e o que queremos lá na frente.

Assim é feito um processo de introspecção tão necessária em nossas realidades, já que pautamos nossas atitudes e feitos, norteamos com isso uma busca de sentido e com isso também passamos a entender que a felicidade se faz, se realiza nos pequenos detalhes de nossas vidas, quando alimentamos uma paixão que seja substancial, não apenas instintiva, mas com os “pés no chão’, na realidade em que se encontra nosso estado de espírito, há com isso uma condução mais vantajosa e aplicamos isso a um ideal de vida.

Quanto mais fazemos esse exercício de dar sentido a nossas vidas e mais, idealizando de fato o que queremos para nossa felicidade, conseguimos ver que essa mesma busca ou sentido para a vida não deixa de permear um caminho em que a felicidade está implícita.

Gatilho para a felicidade

Quando imaginamos as ideias do Estoicismo, devemos levar em consideração que nada acontece por acaso, todo e qualquer evento na nossa vida até mesmo os mais difíceis que possam parecer devem nos levar a um entendimento que a felicidade não se dá, não se deleita apenas em momentos fortuitos de alegria ou satisfação, mas pode ser que as dificuldades e sofrimentos de momento, podem ser um gatilho para uma felicidade que está logo à frente, em um futuro próximo ou distante.

Portanto é preciso que cada pessoa, a cada momento de seu cotidiano, faça o aprendizado basilar do Estoicismo: aprender a viver, a vida não pode estar resumida a coisas, situações ou até pessoas em si.

Conclusão

A busca da Felicidade deve passar por cada indivíduo, para que ele de fato não faça essa dependência de um ‘outro’ para ser feliz, que ele possa expandir sua forma de enxergar a vida, o mundo e as pessoas de tal modo que cada detalhe possa fazer sentido para a felicidade que pode estar no agora ou no futuro, mas estando nas coisas que fazemos para nós e para as pessoas que nos cercam e com isso pautamos a felicidade como uma busca lado a lado ao sentido que damos para nossas vidas.

Este artigo sobre o estoicismo foi escrito por Anderson Oliveira, é professor da Rede Pública Estadual, formado em Filosofia e Ciências Sociais, também é palestrante. Contato através do email: [email protected].