teoria de Henri Wallon

Teoria de Henri Wallon: 5 conceitos

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Henri Wallon é um nome reconhecido até hoje por sua intervenção sólida na pesquisa do desenvolvimento humano. O mesmo defendia que a infância do ser humano era algo bom para o seu crescimento. Portanto, ela precisa ser trabalhada. Por isso, vamos entender mais sobre a teoria de Henri Wallon e alguns de seus conceitos.

Quem foi Henri Wallon?

Henri Paul Hyacinthe Wallon nasceu em Paris em 15 de junho de 1879, e passou para frente o nome da família. Como a gente bem sabe, ele é reconhecido pelo seu trabalho de pesquisa sobre Psicologia do Desenvolvimento. Por meio de sua postura bem interativa, focou ainda mais os seus projetos na infância do ser humano.

A sua vida acadêmica sempre o manteve próximo da educação, mesmo quando ainda era um jovem estudante. Graças à sua formação em Medicina que Wallon pôde trabalhar com crianças portadoras de necessidades mentais. Em meio a isso, foi à guerra e revisou seus estudos neurológicos quando se deparou com as lesões cerebrais dos ex-combatentes.

Como professor, ensinou a respeito da Psicologia infantil e focou na produção literária sobre esse campo desde o seu doutorado. Ao crescer, se tornou diretor e deu início ao Laboratório de Psicobiologia Pediátrica no Centro Nacional de Pesquisa Científica. À medida em que se firmava na Psicologia infantil, exercia seu trabalho em entidades psiquiátricas.

Fatores orgânicos e sociais no desenvolvimento

De acordo com a teoria de Henri Wallon, o fator orgânico influencia de forma direta na evolução do pensamento. Essa seria a primeira condição para que a gente possa desenvolver a nossa capacidade para nosso crescimento. Além dele, as influências do meio colaboram e moldam essa primeira instância.

De acordo com a teoria de Henri Wallon, o homem é fruto da combinação entre influências fisiológicas e sociais. Com isso, a avaliação e pesquisa do psiquismo não pode invalidar nem um nem outro dentro do aspecto de evolução.

Indo além, Wallon justifica que as potencialidades psicológicas são dependentes do contexto sócio-cultural em que estamos. Assim, o desenvolvimento do sistema nervoso não seria algo suficiente ao crescimento completo das capacidades cognitivas.

O poder da dialética

A teoria de Henri Wallon trabalha com o conceito de que o processo de aprendizado é constituído pela dialética. Nesse caminho, fica desaconselhado indicar verdades absolutas sobre o modo como a gente aprende. Por isso que a revitalização de possibilidades e direcionamentos se mostra mais indicado a essa perspectiva.

Por consequência, essa postura acaba por criticar as ideias mais reducionistas sobre esse trabalho. Assim, Henri indica o estudo do indivíduo por completo ao juntar suas partes afetivas, motoras e cognitivas. Daí que Wallon reconhece a importância da cognição, mas não mais do que a motricidade e afetividade.

Desenvolvimento do Pensamento

Na proposta da teoria de Henri Wallon, o desenvolvimento é visto como uma passagem advinda da completa imersão social. Aqui não se distingue o meio nem estados em que sua própria razão seja identificada. Ou seja, se desenvolver se correlaciona com a oposição com o mundo externo.

Wallon afirmava que o desenvolvimento surge por meio de uma sucessão de estágios. Um caminho contínuo e assistemático, de modo que a criança oscila entre a inteligência e afetividade.

Concepção dialética do desenvolvimento infantil

Essa ideia é pautada por conflitos que ajudam na assimilação e equilíbrio da teoria piagetiana, por exemplo. Porém, indo na contramão de Piaget, Wallon indicava a constância sem delimitação e até a regressão. Embora cada estágio alcançado seja irreversível, não significa que não pode retornar ao momento anterior.

Por fim, um estágio novo não apaga o antigo e seus comportamentos adquiridos. Assim, os estágios se complementam em uma espécie de integração, dando origem a um acúmulo de comportamentos distintos.

Estágios de Desenvolvimento

A evolução psicológica da criança na teoria de Henri Wallon indica sucessão de estágios que não se limitam à cognição. Sem contar sua flexibilidade, que mostrava uma sequência que não é linear ou fixa, sem se apagar. Nisso, o próximo estágio complementa o antigo, sendo eles:

Estágio impulsivo-emocional

Vai do nascimento ao primeiro ano da vida, sendo bastante afetiva e as emoções são o seu canal de comunicação. O relacionamento com o meio externo desenvolve nos pequenos sentimentos intra contraceptivos e os fatores afetivos. Seus movimentos são descoordenados, mas sua desordem gestual a leva para as emoções diferenciadas.

Estágio sensório-motor e projetivo

Dos 3 meses aos 3 anos a sua inteligência se eleva e o sentido cognitivo trabalha a todo vapor com o mundo externo. Nisso, sua inteligência se divide entre a prática interativa e começo da apropriação linguística. Ao fim, seus pensamentos se projetam através dos seus atos motores.

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    Estágio do personalismo

    Dos 3 aos 6 anos a sua personalidade é construída e a sua auto-consciência acaba sendo modelada. Consequentemente, seu caráter auto-afirmativo acaba se envolvendo numa crise negativa, fazendo oposição sistemática ao adulto. Além disso, a sua fase de imitação social e motora começa a amadurecer e ficar evidente.

    Estágio categorial

    Aqui ocorre o estágio categorial de desenvolvimento da atenção e memórias voluntárias entre os 6 aos 12 anos. Com isso, a criança cria categorias mentais para que possa categorizar o mesmo objeto em conceitos diferentes. Sua abstração mental se amplia, consolidando o seu raciocínio simbólico no campo cognitivo.

    A título de exemplo, pense na criança que associa a ideia de triângulo apenas a triângulos equiláteros, os que possuem lados iguais. Ela vai entender que mesmo com formas diferentes, outras figuras se categorizam como triângulos. Por exemplo, escalenos e isósceles.

    Estágio da adolescência

    Entre 11 e 12, seu corpo e mente se alteram visivelmente, bem como o surgimento de seus conflitos emocionais. Com isso, surge a busca por auto-afirmação e mais questionamentos a respeito do desenvolvimento sexual. Aqui se mostra como um grande passo de transição à vida adulta, de modo de as etapas anteriores colaboram na formação dela.

    Os campos Funcionais

    Estudando afetividade e aprendizagem nas contribuições de Henri Wallon, a cognição possui alicerces. São quatro categorias distintas, os campos funcionais, que sustentam a teoria de Henri Wallon e o desenvolvimento dos jovens. São eles:

    Movimento

    Sendo um dos primeiros a se desenvolver, o movimento acaba por dar base aos que chegarão depois. Aqui se tem os movimentos instrumentais, ações para alcançar objetivo imediato, como andar, tocar, entre outro. Ademais, consideramos os movimentos expressivos, onde a comunicação é almejada, como falar e expressar emoções.

    O próprio Wallon creditava ao movimento importância para a construção do pensamento antes da conquista linguística.

    Afetividade

    Aqui nós temos aqui a primeira interação com o ambiente externo e a primeira motivação do movimento. Enquanto alimenta suas experiências com o movimento, ela responde e media as relações por meio da afetividade. Por meio das emoções, aliás, conseguimos trabalhar outro campo, o da inteligência.

    Inteligência

    A inteligência aqui assume postos específicos se relacionando com a linguagem e o raciocínio simbólico. O seu poder de abstração e raciocínio simbólico aumentam quando os pequenos passam a pensar sobre o que não enxergam no presente. Em paralelo, suas habilidades linguísticas se ampliam e aumentam a sua habilidade de abstração.

    Pessoa

    Por fim, as propostas de Henri Wallon na Psicologia e educação indicam a pessoa como um campo funcional que gerencia os outros. Através desse campo, a consciência e a identidade pessoal se aperfeiçoariam por completo. Já que os outros três campos são desarmônicos, a pessoa os integra e ajuda a direcionar suas funções predominantemente.

    Desafiante

    Desde cedo que Henri Wallon sempre se questionou a respeito de como o desenvolvimento psicológico se processa. Para ele nunca existiu uma continuidade passiva quanto ao nosso crescimento. Em vez disso, um mecanismo que se desdobra sobre crises e conflitos que colaboram ao nosso crescimento e expansão.

    Ademais, embora tenhamos as ferramentas natas, o meio precisa intervir para que elas possam ser usadas. Falando de forma mais simples, seria como se as plantas necessitassem de luz do sol para crescerem fortes e saudáveis. Tudo se conecta e se transforma, inclusive nós mesmos, quando nos expomos ao ambiente.

    Considerações finais sobre a teoria de Henri Wallon

    A teoria de Henri Wallon condensa aspectos desafiadores que ajudam a estabelecer diretrizes sobre nossa evolução como seres humanos. Wallon direcionou o seu trabalho para uma perspectiva mais ampla e intrigante sobre o nosso crescimento.

    É graças a isso que os nossos aspectos comportamentais encontram suas raízes e são trabalhados com maior precisão. Não apenas entendemos como direcioná-los, mas também como tirar melhor aproveitamento a respeito deles. Trata-se de suprir um campo fértil para que a nossa força compreensão internas sejam reveladas em sua integridade.

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