Totem e Tabu de Freud

Totem e Tabu: resumo do livro de Freud

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Se você já se pegou pensando nos mistérios da mente humana e como nossas ações são moldadas por regras sociais e morais, Totem e Tabu, de Sigmund Freud, é leitura obrigatória.

O livro faz uma ponte fascinante entre a vida psíquica de culturas primitivas e as neuroses modernas. Agora, se você quer entender Freud, mas tem medo de se perder no labirinto da psicanálise, fique tranquilo! Vamos decifrar juntos este livro ícone.

Sobre o que fala o livro Totem e Tabu?

O livro Totem e Tabu, escrito por Sigmund Freud, é uma exploração profunda das raízes da cultura e da psique humana, ligando elementos da vida tribal primitiva a questões psicanalíticas complexas. Neste trabalho, Freud discorre sobre quatro temas principais:

  1. O horror ao incesto;
  2. O tabu e a ambivalência dos sentimentos;
  3. Animismo, magia e onipotência dos pensamentos;
  4. Além do retorno do totemismo na infância.

O autor faz um paralelo entre as práticas e crenças dos povos indígenas e a vida emocional dos indivíduos neuróticos. Um dos argumentos centrais é a ideia de que a proibição do incesto nas tribos não é apenas uma norma social, mas algo ligado a desejos inconscientes profundos, fundamentando o Complexo de Édipo.

Freud argumenta que os tabus são regras não escritas que possuem dois significados opostos: algo sagrado, mas ao mesmo tempo, algo perigoso e proibido. Ele explora como essas regras não escritas servem para controlar os impulsos agressivos e sexuais nos seres humanos.

Finalmente, Freud propõe que esses tabus e rituais primitivos são as bases sobre as quais as instituições sociais, a moralidade e até mesmo a religião são construídas. O livro é, portanto, uma tentativa fascinante de integrar psicanálise, antropologia e história para entender o comportamento e os valores humanos.

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1. Horror ao incesto

O Tabu do Incesto é uma das normas sociais mais universais, observada em quase todas as culturas ao redor do mundo. Mas não é só uma regra ditada pela sociedade; ela também tem raízes profundas em nossa psique, conforme proposto por Sigmund Freud em “Totem e Tabu”. Segundo Freud, essa proibição não é apenas uma estratégia para evitar problemas genéticos decorrentes da consanguinidade, mas também está ligada ao Complexo de Édipo e à formação do inconsciente humano.

O tabu atua como uma espécie de barreira moral que proíbe relações sexuais e casamentos entre parentes próximos, geralmente definidos como pais, filhos e irmãos. Essa proibição não se limita apenas a uma regra social; ela também regula desejos e impulsos inconscientes.

Freud acreditava que o tabu do incesto era uma forma de controlar impulsos agressivos e sexuais que fazem parte da natureza humana. Nesse contexto, ele argumenta que a repressão desses desejos inconscientes é crucial para o desenvolvimento da civilização e das estruturas sociais. Ou seja, o tabu do incesto seria uma das fundações sobre as quais a sociedade constrói outras normas, leis e até mesmo sistemas de crenças.

2. Tabu e a ambivalência dos sentimentos

O conceito de tabu e a ambivalência dos sentimentos são intrinsecamente interligados na teoria psicanalítica. Tabus, essencialmente, são proibições culturais ou sociais que regulam comportamentos considerados impróprios ou inaceitáveis. Essas proibições não são arbitrárias; geralmente, elas surgem porque tocam em aspectos da condição humana que são carregados de fortes emoções, muitas vezes ambivalentes.

A ambivalência dos sentimentos se refere à presença simultânea de emoções contraditórias em relação a uma pessoa, objeto ou situação. Por exemplo, um indivíduo pode sentir amor e ódio por um parente. O tabu serve como uma espécie de mecanismo de defesa social que regula essa ambivalência, canalizando-a de forma a evitar conflitos ou a destruição do tecido social.

Sigmund Freud explora essa ideia de maneira profunda em suas teorias. Ele sugere que a ambivalência é uma força motriz por trás da necessidade de criar tabus, especialmente aqueles relacionados a questões como sexo, morte e agressão. O tabu funciona como uma válvula de segurança que ajuda a controlar a complexa mistura de atração e repulsa que sentimos em relação a esses temas fundamentais.

Por exemplo, o tabu do incesto. A ideia de relações sexuais entre membros da mesma família é um dos tabus mais universais, pois provoca sentimentos ambivalentes intensos. Ao proibir esse tipo de relação, a sociedade não está apenas impondo uma regra, mas também ajudando a manter o equilíbrio emocional de seus membros.

Portanto, o tabu e a ambivalência dos sentimentos estão profundamente conectados. Os tabus servem para regular as emoções ambivalentes que, se não controladas, podem ser prejudiciais tanto para o indivíduo quanto para a sociedade. É um jogo delicado de equilíbrio emocional que permite que a civilização prospere, controlando aspectos mais primitivos do comportamento humano.

3. Animismo, magia e onipotência dos pensamentos

Ah, adentrar o mundo do animismo, da magia e da onipotência dos pensamentos é como abrir uma caixa de mistérios da psique humana. Freud, em suas explorações sobre o pensamento primitivo e a origem da religião, tocou nesses conceitos e como eles se manifestam nas nossas mentes e na cultura.

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    Animismo

    O animismo é basicamente a crença de que tudo no mundo tem um espírito ou alma, desde árvores e animais até objetos inanimados. Essa é uma das formas mais antigas de religiosidade, e Freud acreditava que ela representava um estágio inicial no desenvolvimento humano.

    É como se, para explicar fenômenos que estavam além do entendimento, nossos ancestrais atribuíssem vida a tudo o que os cercava.

    Magia

    Já a magia tem a ver com a tentativa de manipular o mundo através de rituais e símbolos. Se você faz um gesto específico ou pronuncia palavras certas, algo vai acontecer. A magia muitas vezes anda de mãos dadas com o animismo.

    Se tudo tem um espírito, então faz sentido tentar influenciar esses espíritos para alcançar determinados fins, certo? É um pensamento que flerta com a ideia de que podemos controlar o mundo ao nosso redor, uma espécie de onipotência.

    Onipotência

    E falando em onipotência, Freud aborda a onipotência dos pensamentos como um estágio no desenvolvimento psicológico. Acreditar que nossos pensamentos, desejos ou vontades podem influenciar a realidade é algo comum nas crianças e também aparece em adultos, especialmente em situações de stress ou incerteza. É uma forma de defesa psicológica, um jeito de acreditar que temos algum controle sobre o incontrolável.

    Então, o que temos aqui são três conceitos que, de certa forma, estão tentando lidar com as grandes questões da existência humana: como o mundo funciona e qual é o nosso lugar nele.

    Animismo, magia e a onipotência dos pensamentos podem parecer primitivos à primeira vista, mas eles revelam aspectos profundos e até mesmo atemporais da mente humana. Essas ideias são como fios interligados em uma teia complexa que ajuda a formar a tapeçaria da nossa compreensão sobre nós mesmos e o universo ao nosso redor.

    4. Retorno do totemismo na infância

    Aqui, Freud se embrenha nas águas profundas da psicanálise e da antropologia para construir uma teoria sobre a origem das estruturas sociais e das restrições morais. É um tema complexo, mas deliciosamente provocativo.

    Freud argumenta que o totemismo, um sistema de crença em que certos animais ou objetos são venerados como sagrados, tem raízes profundas no desenvolvimento humano. E essa estrutura simbólica, diz ele, retorna nas crianças em certas fases do desenvolvimento psicossexual. O argumento é um tanto audacioso: ele sugere que as estruturas da família nuclear espelham as relações totêmicas primitivas.

    Vamos quebrar isso. Imagine a família como um microcosmo do totemismo. O pai, semelhante à figura totêmica, é ao mesmo tempo venerado e temido. Ele é o detentor da autoridade, o estabelecedor das regras. As crianças, especialmente os meninos, segundo Freud, sentem uma atração ambivalente pelo pai: uma mistura de respeito, medo e, sim, rivalidade.

    E o que isso tem a ver com o tabu do incesto, outra ideia central em Totem e Tabu? Freud argumenta que as mesmas proibições que operam na estrutura totêmica também estão presentes nas restrições que a família impõe contra relações incestuosas. É como se os tabus e as regras da família fossem uma atualização moderna das antigas práticas totêmicas.

    totem e tabu mapa mental

    Considerações Finais sobre Totem e Tabu

    E aí, pronto para embarcar na leitura de Totem e Tabu? Espero que este resumo tenha atiçado sua curiosidade e oferecido uma visão mais clara do que Freud tentou nos mostrar.

    E lembre-se, a psicanálise, como qualquer ciência, deve ser encarada com espírito crítico. Então, mesmo que você não concorde com tudo, a leitura vale a reflexão que inevitavelmente provocará!

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