O transtorno de apego reativo é um transtorno psiquiátrico raro que afeta menos de 1% das crianças e adolescentes. No entanto, a incidência é significativamente maior entre as crianças que sofreram negligência extrema na infância. Além disso, crianças com transtorno de apego reativo não conseguem formar o vínculo essencial que se desenvolve entre uma criança e seus cuidadores primários.
Dito isto, continue a leitura para saber mais sobre o transtorno de apego reativo e opções de tratamento para crianças e adolescentes.
O que é transtorno de apego reativo?
Quando falamos de transtorno de apego reativo, estamos nos referindo a um contexto que não está cobrindo ou suprindo as necessidades básicas das crianças. Essas necessidades, portanto, incluem segurança e proteção, além do contato saudável com outras pessoas e uma alimentação nutritiva.
Desse modo, crianças que crescem com oportunidades limitadas de vínculo seletivo, eventualmente, tornam-se reservadas e inibidas. Logo, para elas é mais difícil estabelecer uma conexão com os outros. Por outro lado, a negligência social e as mudanças no cuidador (em ambientes institucionais) são apenas algumas das condições de risco que dão origem a um transtorno de apego reativo.
Vejamos abaixo as principais causas para este transtorno.
Causas de transtorno de apego reativo
Uma criança geralmente desenvolve o TAR por volta dos cinco anos de idade. No entanto, esse distúrbio, quando não tratado, pode afetar seriamente a criança durante a adolescência (ou mesmo por toda a vida).
Uma criança pode estar em risco de desenvolver transtorno de apego reativo se estiver em situações graves de negligência, seja social ou emocionalmente. Logo, essas crianças não têm a oportunidade de desenvolver apego saudável e habilidades de relacionamento.
Alguns fatores que contribuem para o transtorno reativo, incluem:
- vivência em um orfanato ou outra instituição semelhante;
- troca frequente de lares adotivos ou cuidadores;
- separação prolongada dos pais ou outros cuidadores devido à hospitalização destes;
- desconsideração persistente das necessidades de conforto, estimulação e afeto da criança;
- desrespeito persistente pelas necessidades físicas básicas da criança;
Embora as crianças sejam resilientes, é importante que elas se sintam seguras e aprendam a desenvolver confiança. Portanto, bebês e crianças pequenas precisam de um ambiente estável e cuidadoso para crescer e prosperar.
Assim sendo, as necessidades básicas de uma criança devem ser reconhecidas e atendidas. Por exemplo, quando um bebê chora, o cuidador precisará reconhecer a necessidade do bebê (talvez uma troca de fralda ou uma refeição) e ser capaz de atendê-la de modo satisfatório.
Não se trata apenas de simplesmente reagir à necessidade da criança, pois os gestos quando nos relacionamos com alguém também são uma troca emocional. São exemplos disso o contato visual, o sorriso ou o toque amoroso e gentil.
Sintomas de transtorno de apego reativo
Como vimos, o transtorno de apego reativo pode afetar negativamente todas as áreas da vida e do desenvolvimento de uma criança ou adolescente. Vale lembrar que existem dois tipos de transtorno de apego reativo: desinibido e inibido.
Poucas pesquisas foram feitas sobre os sinais e sintomas desse transtorno além da primeira infância. No entanto, à medida em que as crianças crescem, elas podem desenvolver padrões de comportamento sendo eles desinibidos ou inibidos.
Em alguns casos, um adolescente apresentará sintomas de ambos os tipos. Alguns sinais e sintomas comuns podem incluir:
- isolamento, medo, tristeza ou irritabilidade sem motivo aparente;
- aparência triste e apática;
- pouca interação com as pessoas ao redor;
- incapacidade de pedir ajuda;
- incapacidade de entrar em contato quando alguém oferece ajuda;
- desinteresse em brincar.
Sintomas de TAR inibido e desinibidos
As crianças estão cientes do que acontece ao seu redor, mas normalmente não respondem a estímulos externos. Crianças que apresentam sintomas de inibição são retraídas emocionalmente, ou seja, muitas vezes interações com elas ficam sem resposta. Elas podem não mostrar ou buscar afeto de cuidadores ou outros, mantendo-se em isolamento na maioria das vezes.
Por outro lado, as crianças desinibidas podem ser excessivamente amigáveis com estranhos. Na maioria dos casos, essas crianças agem com infantilidade e podem buscar o afeto de outras pessoas de maneira insegura.
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Tratamento de transtorno de apego reativo
Embora não haja uma cura mágica para o TAR, ainda é importante que o adolescente ou criança receba a ajuda e o apoio de que precisa. Adolescentes com o transtorno de apego reativo muitas vezes podem desenvolver problemas psiquiátricos adicionais.
Transtornos decorrentes
Os mais comuns entre eles são o transtornos de humor, transtornos de ansiedade e transtornos de aprendizagem, por exemplo. Felizmente, o tratamento para o transtorno de apego reativo se concentra em reparar e/ou criar laços familiares emocionalmente saudáveis.
Além de que o tratamento destina-se a fortalecer as relações entre as crianças e seus cuidadores. Isto é, de uma forma que o tratamento possa, posteriormente, ajudar a criança a desenvolver outros relacionamentos saudáveis. Assim, tanto as crianças quanto os pais se beneficiam de planos de tratamento personalizados.
O tratamento de transtorno de apego reativo pode incorporar
- Psicoterapia/Aconselhamento: Um profissional de saúde mental trabalha com a criança e com os pais de várias maneiras. Às vezes a terapia é feita individualmente com a criança ou apenas com cuidadores.
- Terapia familiar: Esta terapia envolve trabalhar em conjunto com os cuidadores primários e a criança para desenvolver formas de interagir de forma saudável.
- Intervenção em Habilidades Sociais: Esta terapia ensina a criança a interagir de forma mais adequada com outras crianças da mesma idade em ambientes sociais típicos. Os pais geralmente também estão envolvidos para ajudar a criança a usar as habilidades que aprendem.
- Aulas de habilidades parentais: Nessas sessões, os pais podem aprender formas mais eficazes de lidar com os desafios de seus filhos. Isso pode ser particularmente benéfico, pois o gerenciamento da disciplina para crianças com TAR pode ser mais difícil.
Considerações finais sobre o transtorno de apego reativo
Esperamos que tenha gostado do texto sobre o TAR. Vale lembrar que a melhor maneira de prevenir o apego reativo é garantir que as crianças formem vínculos saudáveis com seus pais e/ou outros cuidadores primários.
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3 thoughts on “Transtorno de Apego Reativo: conceito, sintomas e tratamentos”
Tenho percebido é que pessoas que foram “mais que” mimadas, com concessões do tipo cursar faculdade sem trabalhar (como uma das minhas irmãs), sem ter que ajudar nas despesas extras da casa (além da referida irmã, irmãos também), atualmente mesmo já pessoas maduras, com aposentadoria, querem que os irmãos sem tais “privilégios” na infância e juventude, continue lhes mantendo o “status quo”!
Não sei se entendi, mas meu filho me ignora, me rejeita, despresa meus sentimentos. Tive gravidez muito difícil, cheia medos e insegurança. Apesar ter dado todo amor e atenção a ele depois que nasceu, e uma pessoa fria, insensível, e me abandonou logo separei e foi morar com pai, que tinha pouco contato. Como explicar isso? O sofrimento é enorme, ser rejeitada e o pior dos sentimentos, ainda mais pelo único filho.
Muito bom artigo! Me ajudou a entender as pessoas do meu convívio familiar.