a princesa e o sapo

A Princesa e o Sapo: a realidade não comentada da fábula

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Vamos trazer um resumo e uma análise da fábula A princesa e o Sapo, em que assuntos importantes são discutidos, ao mesmo tempo é apresentada uma reflexão voltada para autoconhecimento e crítica social.

Não é apenas um texto, mas uma oportunidade de rever conceitos e percepções deixados de lado. Permita-se saborear os próximos minutos e deixe seu comentário.

Entendendo sobre a princesa e o sapo

Na entrada de casa tem um singelo jardim, que chamamos de sítio da Maria, pois em um espaço tão pequeno ela conseguiu reunir uma diversidade de plantas frutíferas, hortaliças e ornamentais. Num destes dias encontramos um convidado diferente nesse jardim, um sapo. Ao primeiro olhar parece um animal que causa pavor em muitas pessoas, sendo tratado como nojento, perigoso, estranho etc. Mas algo interessante aconteceu.

Ao ver aquele ser, juntamente com meu menino resolvemos tirar uma foto e após várias tentativas uma delas ficou quase perfeita, deixando o animal com um aspecto maravilhoso. Após observar a foto que deixou aquele animal charmoso, fui levado a refletir sobre uma fábula que conhecemos como A Princesa e o Sapo.

Esta fábula reflete algo presente em nossos dias e que passa desapercebido por nosso ser consciente. A partir desta fábula, podemos produzir algo útil em muitos momentos de nossa vida. Não vou reproduzir a fábula toda por falta de espaço e tempo, mas ela é facilmente encontrada na internet para quem desejar conhecê-la.

A bola dourada na a princesa e o sapo

Primeiramente temos uma princesa feliz com sua bola dourada que ganhou de seu pai, o rei. Ela sai pelo jardim brincando com a bola e em determinado momento a bola se perde, cai no lago. Essa bola representa valores e princípios que a princesa tem, foi a partir dela que o sapo teve a oportunidade de conseguir seu desejo realizado.

A princesa só aceitou o pedido do sapo porque a bola (o mais importante para ela), estava em perigo naquele momento. Muitos realizam feitos incomuns porque seus valores estão em risco, valores diferentes daquelas pessoas na plateia observando. Aquela bola precisava ser recuperada e para isso, cedeu ao desejo do sapo.

Quantos se colocam em perigo porque acreditam que seus valores, princípios, crenças, objetivos etc. estão em risco, dando espaço para que outros interfiram, participem ou até controlem suas vidas? Quando nossos valores são valores externos, mesmo que aparentemente bons, eles são armas que podem ser utilizadas contra nós.

A princesa ignora sua promessa ao sapo

Um dos primeiros atos comuns ao cometermos um erro é ignorá-lo, isso pode até ajudar de início, mas logo gera um problema maior. A princesa abandonando o sapo mesmo depois de prometer que ele poderia morar no palácio com ela, é uma simbologia de como tentamos jogar nossas sujeiras para baixo do tapete, isso mesmo, sujeira para baixo do tapete.

Quando fugimos de nossos problemas estamos apenas dando um maior espaço para que eles possam se fortalecer, crescer e multiplicar. Quantas simples mentirinhas se tornaram histórias sem fins? Quantos pequenos problemas terminaram com relacionamentos ou vidas? Não somos ensinados a encarar nossos problemas, simplesmente continuamos empurrá-los com a barriga.

Na fábula, o sapo poderia ter ido a qualquer hora no castelo, mas por que ele apareceu justamente na hora do jantar? Simples, nossos problemas internos e externos tendem a aparecer quando estamos relaxados, sem qualquer posição de defesa. Naquele momento, a princesa dificilmente poderia escapar das artimanhas do sapo que, por algum motivo queria morar ou ficar no castelo. Os problemas ignorados sempre aparecem na hora mais inoportuna, causando um constrangimento maior que o esperado.

O rei faz a princesa cumprir sua promessa

Na fábula, o rei diz para a princesa cumprir o que promete, fazendo aqui o papel de juiz. Em nossa vida, quando somos confrontados com nossos problemas, temos que apresentar uma solução justa, uma que seja compatível com nossa situação diante de um ambiente externo e social.

Aqueles problemas que criamos ainda que de forma escondida, quando não conseguem mais ficar debaixo do tapete ou dentro de nós precisam de um tratamento (julgamento) externo. Eis um fato interessante, a princesa não conseguiu resolver aquela situação, precisou da intervenção do rei. Existem muitos reis que entrevêem em nossa vida, traduzidos por amigos, pais, cônjuges, justiça, terapeutas, médicos, religião etc.

Quando não somos capazes de cuidar de nossos dilemas, precisamos de ajuda externa. Se a pessoa não reconhece isso, vai continuar a dar vitamina para o problema de forma que, em algum momento não consiga mais resolver.

O sapo fica no castelo, dorme com a princesa

Em uma das versões da história o sapo dorme na cama da princesa, não apenas no palácio. Isso demonstra que nossos problemas não resolvidos podem nos atingir até mesmo em nossa intimidade. Intimidade aqui significa algo muito pessoal, que pode abranger nosso corpo, mente ou ambiente. Se no início o sapo pediu para estar no castelo, agora ele está na cama da princesa. Os problemas as vezes aparentam ficar no ambiente externo de nossa vida, mas quando damos conta estão dentro de nós, invadindo nossa privacidade e perturbando nosso sono.

Existem duas versões mais conhecidas sobre o beijo. Em uma o sapo começou a ficar tão bem-visto pela família real que a princesa o beijou, não tinha mais nojo dele. Em outra versão, o sapo disse que se a princesa o beijasse iria embora. Independente de qual versão você conheça, as duas colocam uma questão importante, o ambiente. A princesa apenas beijou o sapo porque o ambiente estava mudado, suas percepções eram diferentes e isso permitiu que o sapo alcançasse seu objetivo final.

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    As pessoas podem ser facilmente iludidas se o ambiente onde estão foi devidamente preparado, por isso existem pessoas em situações deploráveis apoiando seu mestre, seu líder, seu amor, seu ideal. Isso é muito comum no ambiente social que vivemos, onde um mendigo que se aproveita de uma mulher vulnerável, exibindo verbalmente a intimidade dela, é tratado como o herói, ganhando beijos e abraços. Outa situação semelhante é a polarização política atual, onde as crenças em líderes tornam pessoas comuns em heróis com poderem sobrenaturais. Essa mudança do ambiente estimula a princesa fazer algo que em outro momento ou em sã consciência não faria.

    O sapo virou um príncipe

    O auge da história é o momento em que o sapo se torna um príncipe, se casa com a princesa e os dois viveram felizes para sempre. Na história não é contado o motivo pelo qual o príncipe foi condenado a ser sapo, podendo dar margem para o pensamento de uma condenação merecida.

    Também podemos pensar que após o ambiente ter sido alterado, o sapo continuava ser sapo, mas percebido como príncipe. Uma vez que durante todo o conto ele manipulou aquele ambiente, as pessoas e a história para conseguir o que desejava, convencer a família real que era um príncipe não seria algo difícil.

    Esta é apenas uma interpretação da fábula que pode muito bem aceitar sua interpretação, mas independente da interpretação ser literal ou não, nos faz refletir sobre muitos aspectos que contêm princípios, valores, percepção do ambiente, nosso estado atual, questionarmos se nossas crenças e objetivos momentâneos são realmente nossos ou uma ilusão como o oásis no deserto.

    TAGS Psicanalise; Autoconhecimento; Fábulas; Sentimentos; Ilusão; Decepção; Politica; Mendigo; Princípios; Crenças; Relacionamento Abusivo; Leitura.

    Este artigo foi escrito por MATEUS GAMA DA SILVA RODRIGUES([email protected]) a partir de uma reflexão crítica sobre a fábula A princesa e o sapo.

    3 thoughts on “A Princesa e o Sapo: a realidade não comentada da fábula

    1. CÉSAR SAMBLAS BOSCOLO disse:

      Gostei, bastante interessante. Mais uma vez, percebemos o quanto a vida real está inscrita nos contos e fábulas.

    2. Fatima Quagliani disse:

      Muito boa a análise. Nos remete a fatos bem próximos da nossa realidade.

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