analisando de difícil acesso

O ‘ADA’, (Analisando de Difícil Acesso)

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O ‘ADA’, ( Analisando de Difícil Acesso ) é o mesmo ‘PDA’, (Paciente de Difícil Acesso), categoria que foi estudada pela Psiquiatria. Entretanto, a pioneira dos estudos foi Betty Joseph (1917-2013) psicanalista e escritora britânica seguidora dos trabalhos de Melaine Klein (1882-1960), psicanalista austríaca psicoterapeuta pós-freudiana.

A categoria tipológica só muda a abordagem em termos de nomenclatura da Psiquiatria para a Psicoterapia, em especial a Psicanálise. Outras formas de Psicoterapias e Filosofias Terapêuticas possuem sua nominação própria desta categoria tipológica. Na Psicanálise é o ADA. Na Psiquiatria é o PDA.

Entendendo o ” analisando de difícil acesso “

O PDA ou ADA é aquele analisando (paciente) que ainda esta em processo de análise ou já se evadiu do processo, desertou, que apesenta ou apresentou e continua apresentando sérios obstáculos no curso da tentativa de cura analítica. Sãos os portadores de uma OPP (organização psicológica patológica) extremamente defensiva e que não raro oferecem uma resistência difícil de ser modificada.

É um analisando (a) que possuem uma carapaça ou couraça de proteção diante do analista face ao quadro de angústia ou ansiedade que enfrentam caracterizado por uma tenaz resistência. Um analisando frio, calculista, reativo, conspirador e sabotador que por muitos é considerado alguém frio, uma ‘geladeira’, que não demonstra empatia, acessibilidade vincular e não se compromete com nada.

Alguns analistas denominam tais analisandos de cofres fechados a sete chaves ou por analogia, uma casa fechada, sem portas e janelas. A relação analítica é prejudica pela postara do ADA. Geralmente um ADA já vem de um histórico anterior como PDA sem solução por psiquiatras e que não cedeu embora tenha sido medicado por psicofármacos.

OP e analisando de difícil acesso

Possui uma OP, organização patológica muito rígida e inflexível. Não existe em alguns PDA/ADA nenhuma ponta de ligação ou um vértice que possa o analista penetrar para deflagrar o processo. Geralmente são os familiares que conduzem o ADA que era um PDA para um psicanalista, até por orientação de psiquiatras, mas, tem os casos que o próprio analisando tem consciência que é pessoa difícil e procura um analista. Porém, a tentativa acaba não prosperando.

Muitos analistas jogam a toalha e desistem porque não tem um flanco possível para entrar e estabelecer uma cabeça de ponte. E o ADA se recusa a construir uma ponte de ligação e a análise de torna inócua. Os analistas se debruçam na etiologia da situação e muitas vezes tentam dar um mergulho nas fixações patológicas dentro da OP do analisando, mas as portas estão fechadas. Não conseguem sequer uma janela para espiar.

E as causas podem ser várias, como ser um individuo bordeline da personalidade com exagero narcisista; pode ser um deprimido crônico; ser uma pessoa com uma organização psicológica perversa, mas que oculta; drogadictos; pode ser uma pessoa que não consegue entender quem ela é, não tem uma identidade entre outras hipóteses. Eles frequentemente sabotam o crescimento mental, e são considerados pela Psiquiatria e Psicologia de ‘antianalisandos’. E todo ADA tem um perfil já bem elaborado.

Médicos analisandos e o analisando de difícil acesso

Muitas vezes são encaminhados por médicos psiquiatras que reportam informações que se trata de um PDA e será no ‘setting’ do analisando em tese, um futuro problema para o analista pois são considerados em muitos casos irreversíveis. O histórico do analisando já vem carimbado como PDA. Existem casos em que operadores das ciências psíquicas ficam aborrecidos e chegam a um limite e elaboram uma ilação de que não dá mais. E alguns expressam: “chega, tentei de tudo, não dá mais, desisto, vai procurar um psicanalista como última linha de defesa’.

Acabam subscrevendo o caso. O PDA fica feliz e sai do consultório do psiquiatra dando risada. O perfil dos ADA’s, geralmente, são analisandos cujo limiar de tolerância às frustrações é muito baixo e sempre esta negativo e decepcionado com tudo, sente-se desanimado e esvaziado. Usa muitas vezes os mecanismos de defesa como dissociação e identificação projetiva e se sente no controle onipotente de tudo

Não aceitam e recusam exercer os papéis sociais, mas tentam impor aos outros alguns papéis. Relatos indicam um sadomasoquismo forte com narcisismo exagerado. Não tem apego a auto estima e gostam de operar desprezos, Gostam muitos de se envolver com ilusões e revelam uma natureza perversa.

A Organização Patológica e o pico da crise

Como são pessoas que possuem uma OP (Organização Patológica) muito delicada podem surtar e ter crises de histeria ou de triunfo maníaco, conflitos paranoicos e em muitos casos do pico da crise, fazer discursos públicos o que para debelar muitas vezes é preciso o manejo clínico do psícofármaco. Por isso que muitos médicos recomendam uma análise de interface interdisciplinar.

O ADA geralmente usa muito uma idealização romântica visando tentar achar caminhos para uma possível cura das falhas passadas sozinho, são prepotentes e soberbos nutrindo um falso orgulho e são pouco colaboradores e gostam de tentar ludibriar o analista. O ADA esta sempre na defensiva negando sua condição.

Possuiu um caráter ocultador e manipulador porque tenta sabotar a análise. É um tipo de analisando especial que requer muito estudo e existem vários pesquisadores que abordam essa categoria tipológica com cautelas. Muitos psicanalistas tem conseguido êxito com os processos de analises de ADA’s mesmo que sejam oriundos de um histórico psicológico-psiquiátrico com anamnese e prognóstico negativos.

Considerações finais

O ADA não é um caso perdido e sem solução e muito menos pode ser alvo de prevenção, estereótipos e preconceitos. Precisa ser considerado um ‘case’ especial. Quanto ao nível da pessoa PDA ou ADA existem casos em indivíduos de nível de instrução superior, até casados, já avó ou avô.

Não cabe a aplicação da TLC, (Teoria da Luta de Classes),sistematizada por Karl Marx (1818-1883) com a caracterização como sendo pessoas ideológicas oriundas dos círculos operários ou proletários, fanáticos, ou ainda, da pequena burguesia vitimados, pela renda e precariedade de bens, recalcados, o que tem sido considerado ridículo.

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    Aliás, foi o que levou a psicanálise na Argentina a um impasse ideológico intelectual, pois, permeada pela TLC que impactou o establishment da sociedade. Abordaremos o impacto da TLC na Psicanálise oportunamente. Portanto, em síntese, o ADA é um analisando para o qual existe uma esperança de cura analítica se for bem manejado o seu case clínico.

    O presente artigo foi escrito por Edson Fernando Lima de Oliveira ([email protected]) é licenciado em Filosofia e História. Possui PG em Ciências Políticas, realizando PG em Psicanálise e acadêmico e pesquisador de Psicanálise Clinica e Filosofia Clinica.

     

    One thought on “O ‘ADA’, (Analisando de Difícil Acesso)

    1. Luciano Nuns disse:

      Cara, vai ler Marx antes de chamar qualquer teoria fundamental de ridícula, seja Kant ou Hegel, primeiramente saiba do que está falando e utilize concordância verbal. Que texto vazio, fica evidente a falta de vontade laboral do pretendente colunista.

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