atenção flutuante

Atenção flutuante: significado em Freud e psicanálise

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Na construção da atenção flutuante criada por Freud, é a melhor e a ideal para a prática da terapia analítica. Podemos notar as dificuldades apresentadas em terapias nos relatos dos clientes, está a resistência, os medos que os assombram. A atenção flutuante se destaca pela neutralidade do analista, porém deve estar atento a tudo que o analisando relatar.

Entendendo a atenção flutuante

Atento não é priorizar nada, mas sim a somatória analisada do todo e suas variações apresentada durante o quadro analítico onde tudo que se fala e escuta é mais do que importante, é a busca do desconhecido.
A importância do tema é uma das mais relevantes, “atenção flutuante”, que vigora até os dias atuais que se apresenta à psicanálise seu desenvolvimento em um setting terapêutico que auxilia cada vez mais na saúde do cliente em busca da cura, no esforço de desencadear a libertação ao qual se encontra recalcado e esta é o principal papel da psicanálise na saúde humana desde sua criação que tem demostrado durante a sua descoberta resultados que nem mesmo no início era reconhecido.

O trabalho foi construído em três tópicos que envolve conteúdos fundamentais da análise terapêutica, que abordam entre si assuntos construtivos levando o leitor ao entendimento sobre as etapas apresentadas em setting terapêutico.

O termo a escuta, a associação e o objeto

Os termos segundo Sigmund Freud foram elaborados para designar as regras técnicas ao qual o analista deve ouvir (a escuta) do analisando sem privilegiar nenhum elemento de sua fala, sem levantar ou relacionar o dito consigo, isto tudo apenas flutua livre, navega na escuta sem jamais relacionar os fatos do analisando em algo que já ocorreu no passado do analista. Neste caso o cuidado é muito importante, é captar a verbalização da associação livre e seus correlatos que o levará à alma do desconhecido do tormento.

Desta forma o método psicanalítico freudiano como superação dos métodos anteriores – o catártico e o hipnótico – “tornar o inconsciente acessível ao consciente”   que ocorreria através da superação das resistências ao recalcado, da deformação ao deformado, tornando acessível a consciência, sem utilizar a hipnose, o que era inconsciente na vida anímica vindo a ser nomeado tal procedimento como a era da interpretação, que virá a ser chamado associação livre. (Freud, 2017/1904(1905) p.56)”

Freud, durante seus estudos buscou conhecimento e desenvolveu a arte da interpretação, com mérito de captação involuntário dos pensamentos recalcados. Os objetos de interpretação são ocorrências do “analisando” como seus sonhos, que permite conhecimento do inconsciente, seus atos involuntários e não planejados, ou seja, sintomáticos, seus equívocos da vida cotidiana ao falar, agir e assemelhados.

A atenção flutuante e o analista

Observando todo o conjunto de informações e mais o conhecimento do analista pode-se construir o material inconsciente e como entenderás as ocorrências do analisando quando falham além da experiência sobre as resistências típicas mais importantes durante o tratamento.

As mudanças de métodos não modificam o tratamento, que se mantém através do acesso do inconsciente do discurso manifesto do analisando. A partir do método psicanalítico cujo objeto é o inconsciente onde o objetivo é o seu acesso, que venha ser nomeado de regras técnicas criado por Freud.

As técnicas em psicanálise criadas e analisadas por Freud, apresentam caracterização como intervenção de processo de análise (associação livre, manejo transferencial) levando ao inconsciente, portanto as técnicas estão subordinadas ao método psicanalítico, não podendo ser entendida isoladamente que não venha dar resultado divergente do passo a passo de linha Freudiana, mas sim, podendo utilizar meios para chegar no conteúdo e não modificar, alterar ou descaracterizar o objeto.

O que é Atenção Flutuante

A atenção flutuante é uma técnica que soma ao método psicanalítico que de um lado o analista em que surge uma disponibilidade psíquica para que a escuta acompanhe as associações do analisando naquilo que Freud chamou de “ocorrências”. Tais ocorrências que são involuntárias através de pensamentos que geralmente atrapalham, e por isso sob condições normais seriam afastadas, por atravessar o contexto de uma apresentação do analisando, o conteúdo que chamará atenção do analista, ou seja, ocorrerá a análise do fato objeto.

Para tanto, a arte de interpretação é o método em que permite o analisando (e o analista) de se apoderar dessas ocorrências. Estes, os sonhos, atos involuntários e não planejados os sintomáticos, equívocos (de fala, de ação e outros) em suas vidas cotidianas em que os atos são representação no grupo social em diferentes situações em que poderá ter diferentes reações desajustadas entre os meios.

Temos que levar em conta no mínimo as condições básicas para entrar em ação dentro de uma experiência analítica em condições fundamentais das elaborações criadas por Freud. O não envolvimento dos pensamentos do analista sem interferir, sem tomar para si, mas está ali na escuta em pesquisa dos objetos chamado por Freud de ocorrências, ou seja, estar presente sem atrapalhar ou pôr acréscimos que não fazem parte dos conteúdos do analisando, Freud cria a atenção flutuante.

Uma regra psicanalista

O material apresentado pelo analisado requer uma atenção intencional para um caminho para onde se começa a selecionar os conteúdos e apontamos nossas expectativas ou nossas inclinações voltadas ao total interesse e atenção em busca da resolubilidade através da técnica flutuante é o qual o psicanalista se distancia da compreensão do discurso analisando e passa a agir intelectualmente, porém para Freud não é esta via. Mas para compreensão das neuroses, isto sim, o seguimento paciente pela regra psicanalítica, que desliga e estipula o desligamento da crítica ao inconsciente e seus derivados (Freud , 2017/1912, p.104).

A flutuação no discurso é recomendada por Freud que não há porque registrar dados e anotar períodos do discurso, mas sim, fixar mais no que ouvimos para uma boa interpretação. Freud relata que o melhor sucesso são aqueles em que procedemos sem a intenção, mas suprindo com cada mudança ocorrida, com as defrontações desarmadas e sem preconcepção, onde estes espaços são exatamente o encontro do objeto da interpretação. Em ambos cada um com seus discursos sobre um determinado material.

Os conteúdos relatados na psicanálise em atenção flutuante são exatamente aqueles em que fora do Setting analítico não ocorram enquanto que em análise são os meios ali ocorridos relatados em que a evolução de sua descoberta onde o inconsciente na associação livre se encaixa no roteiro vindo dar luz às descobertas dos tormentos. Onde a técnica de base para o trabalho do psicanalista aplicado no método psicanalítico e atenção flutuante somam em aparte metodológico, ou seja, são os causadores iniciais, e necessários para que em experiência analítica possa acontecer.

Tudo é significativo à escuta pela atenção flutuante

“Pois assim que alguém deliberadamente concentra bastante atenção, começa a relacionar material que lhe é apresentado; um ponto fixar-se-á em sua mente com clareza particular e algum outro será, correspondentemente negligenciado, e, ao fazer essa relação, estará arriscado a nunca descobrir nada além do que já sabe, se seguir inclinações, certamente falsificará o que possa perceber” (Freud, 1996,p.126).

Na utilização das ferramentas de cura o psicanalista não pode deixar de passar pela teoria, tem de evitar, contudo, a interpretação enviesada, que parece  corresponder à sua particularidade de formação intelectual no que a particularidade é a condição psicológica do analisado. A condição que se deve  seguir é esta flutuante, livre sem querer interpretar os relatos em comparação com os atos relatados de outros ou de si analista, mas sim a escuta da  observação, da associação livre para a detecção e impedir objeções lógicas e afetivas que propiciam induzi-lo a fazer uma relação entre elas.

“Desde o início, entretanto, o analista tem que deixar claro que tudo na relação deles é significativo, e que sua relação não se assemelha a nenhuma outra. O analista não é um amigo que troque histórias ou segredos, que empreste livros ou fitas em meio ao material apresentado.

Atenção flutuante e o paciente

Não adianta tentar diverti-lo com histórias, piadas cativantes, porque ele não se divertirá. E, embora o paciente acredite que certas partes de sua história são as mais importantes, o analista sempre parece estar prestando atenção a outra coisa. Fink, Bruce – introdução clínica à psicanálise lacaniana – Engajando o paciente no processo terapêutico – 3ª ed. – (1999 p.21.)”

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    Segundo a teoria de Freud na atenção flutuante é a ação de recusa de meios de apoiar o analista no registro de conteúdo específico, caracterizado justamente por não se memorizar nenhum material em detrimento de outro. Essas colocações provêm do criador da psicanálise, Sigmund Freud. Se afiarmos a atenção intencionalmente até um determinado ponto, começaremos a selecionar em meio ao material apresentado, fixamos as nossas expectativas ou as nossas inclinações.

    “O que o autor veemente não recomenda já que neste caminho estaríamos apenas nos guiando pelas nossas próprias expectativas, correndo o risco de nunca encontrarmos algo diferente daquilo que já sabemos”. (Freud 2017/1912,p.94). Na teoria da flutuação o psicanalista tem que se distanciar da compreensão do discurso paciente pela via puramente intelectual baseado nas teorias de estudo.

    A história do analisando

    O modo flutuante orientado dentro da técnica psicanalítica em que desliga a crítica e história relatadas, porém se leva ao inconsciente e seus derivados para que aos poucos vai se estruturando o esperado, a busca do sofrimento à cura. Freud, coloca sua experiência a todos.
    Não anotar a história do analisando, porém, quando ao término da sessão e em certo momento disposto a anotar exatamente aquilo que ficou como informação, como uma interpretação do que ouvimos, sem intenção, mas o que ficou guardado sem realizar uma montagem dos conteúdos, mas o que o analisando colocou na terapia sem mudar o rumo, mas buscando o entendimento na união posta na associação livre de cada palavra e maneiras reagidas que darão a interpretação da terapia. A atenção flutuante do analista, mesmo impedindo a busca por uma lógica ou sentido no que diz, o fato da escuta sem se preocupar se está lembrando-se de alguma coisa, sem utilizar de sua própria censura durante a escuta (Freud,1912, A dinâmica da transferência).

    A associação livre e atenção flutuante não devem estar dissociadas, mas que permite a comunicação entre inconsciente. Assim o analista não deve dizer qualquer elemento do discurso do analisando, porém que deixe funcionar o mais livre possível a atividade inconsciente, que suspenda as motivações que manobram à atenção. O analista se compromete mais com o tratamento na medida em que se deixa levar pelo fluxo livre de pensamento favorecendo o trabalho do inconsciente.

    O objetivo fundamental da psicanálise

    O fator real está na disposição de executar, como contrapartida necessária de exigência de tudo se comunicar, sem crítica ou relação, feito ao analisando. Ambos, analista e analisando não devem pensar conscientemente sobre o que se diz, devem suspender a faculdade crítica e se entregar ao fluxo livre de pensamento.
    A parte principal da terapia em busca pelo analisando é ceder a ele a plena liberdade de acesso a seu inconsciente, trazer à tona os nós fantasmas que lá estão recalcados. O objetivo fundamental da psicanálise é exatamente esta, estar flutuante quando o analisando se coloca a falar e o analista a escutar.

    Situação analítica e resistência

    Sobre os limites do método psicanalítico na clínica, o próprio Freud já havia apontado em seus estudos bibliográficos (1925), lembra-nos de que “devemos ter em mente que a associação livre não é realmente livre” (p.45). No caso o analisando permanece sob a influência da situação analítica, sendo que ainda não estejam suas atividades mentais para um assunto específico.
    Mesmo com associação livre trazer o material reprimido será tarefa de dificuldade pela resistência do analisando segundo Freud será de duas maneiras: A primeira, objeção crítica de quem fala pela regra fundamental que foi invertida ocorrera ao analisando, mas somente algo que se aproxima dele; e quanto maior a resistência, mais remota a ideia de real.

    A segunda, o material reprimido jamais ocorrerá ao analisando, mas somente algo que se aproxima dele; e quanto mais resistência, mais remota a ideia real  da qual o analista se acha a procura.

    Conclusão

    Em resumo, a resistência atravessa a regra fundamental da psicanálise. Mas este possível obstáculo, apesar do aparente “inconsciente” metodológico, pode transformar-se em meio para análise com o recurso da interpretação. A descoberta da resistência é o primeiro passo para superá-la, de maneira que o trabalho de análise implica na arte de interpretação ou na construção que exigirá feeling (falta de sentimento de culpa) que é tomada como grande sintoma da atualidade.

    Mas podemos analisar e sugerir que o homem contemporâneo não esteja em perigo pelo que lhe falta, mas sim, avaliar suas questões em busca de novas saídas, novas elaborações teóricas e também a prática adquirida pelo analista que com sua técnica e despojado de si para manter-se flutuante. Não só atenção flutuante como também há outros quatro tipos descritos abaixo:

    • Atenção seletiva: se sintoniza em um foco mesmo ao barulho ou fatores que possam distrair, mas se mantém focada sem perder a concentração;
    • Atenção alternada: É aquela em que consegue alternar sem perder o foco principal.
    • Atenção sustentada: é aquele que mantém o foco por um período longo e constante.
    • Atenção concentrada: É aquela que se mantém concentrada naquilo que faz e executa naquele momento. Podemos observar que há o Mindfulness: palavra que pode ser traduzida como atenção plena, ou seja: É atenção voltada apenas na atividade a ser executada em um determinado instante e nada mais (atenção, foco e concentração).

    Referências bibliográficas

    Freud,S. O método psicanalítico freudianos (1904 (1905) ). Fundamentos da clínica psicanalítica Belo Horizonte.
    Freud,S. Recomendações ao médico para o tratamento psicanalítico (1912).Fundamentos  da clínica psicanalítica . Belo Horizonte
    Fink,Bruce – Introdução clínica à psicanálise lacaniana – Bruce Fink; tradução Vera Ribeiro – 1ª ed. Rio de Janeiro: Zahar,2018.
    Sppa.org.br/wiki/associação-e-atencao-flutuante-suzana-iankilevich-golbert#
    Psychê. O sentimento de culpa e a ética em psicanálise – Periódicos eletrônicos. [online]. Versão impressa ISSN 1415-1138. Psyche (São Paulo) v. 11 n.20 São Paulo jun. 2007. Disponível em: http:/pepsic.bvsalud.org>scielo/>. Acesso em março 2022.

    Este texto sobre atenção flutuante em psicanálise e em Freud foi escrito por Jorge Luiz R. Dutra, concluinte do curso de formação em Psicanálise Clínica.

    2 thoughts on “Atenção flutuante: significado em Freud e psicanálise

    1. Mizael Carvalho disse:

      Muito bom texto! Muito bem explicado. Parabéns!

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