Entendendo a atenção flutuante
O trabalho foi construído em três tópicos que envolve conteúdos fundamentais da análise terapêutica, que abordam entre si assuntos construtivos levando o leitor ao entendimento sobre as etapas apresentadas em setting terapêutico.
O termo a escuta, a associação e o objeto
Os termos segundo Sigmund Freud foram elaborados para designar as regras técnicas ao qual o analista deve ouvir (a escuta) do analisando sem privilegiar nenhum elemento de sua fala, sem levantar ou relacionar o dito consigo, isto tudo apenas flutua livre, navega na escuta sem jamais relacionar os fatos do analisando em algo que já ocorreu no passado do analista. Neste caso o cuidado é muito importante, é captar a verbalização da associação livre e seus correlatos que o levará à alma do desconhecido do tormento.
Desta forma o método psicanalítico freudiano como superação dos métodos anteriores – o catártico e o hipnótico – “tornar o inconsciente acessível ao consciente” que ocorreria através da superação das resistências ao recalcado, da deformação ao deformado, tornando acessível a consciência, sem utilizar a hipnose, o que era inconsciente na vida anímica vindo a ser nomeado tal procedimento como a era da interpretação, que virá a ser chamado associação livre. (Freud, 2017/1904(1905) p.56)”
Freud, durante seus estudos buscou conhecimento e desenvolveu a arte da interpretação, com mérito de captação involuntário dos pensamentos recalcados. Os objetos de interpretação são ocorrências do “analisando” como seus sonhos, que permite conhecimento do inconsciente, seus atos involuntários e não planejados, ou seja, sintomáticos, seus equívocos da vida cotidiana ao falar, agir e assemelhados.
A atenção flutuante e o analista
Observando todo o conjunto de informações e mais o conhecimento do analista pode-se construir o material inconsciente e como entenderás as ocorrências do analisando quando falham além da experiência sobre as resistências típicas mais importantes durante o tratamento.
As mudanças de métodos não modificam o tratamento, que se mantém através do acesso do inconsciente do discurso manifesto do analisando. A partir do método psicanalítico cujo objeto é o inconsciente onde o objetivo é o seu acesso, que venha ser nomeado de regras técnicas criado por Freud.
As técnicas em psicanálise criadas e analisadas por Freud, apresentam caracterização como intervenção de processo de análise (associação livre, manejo transferencial) levando ao inconsciente, portanto as técnicas estão subordinadas ao método psicanalítico, não podendo ser entendida isoladamente que não venha dar resultado divergente do passo a passo de linha Freudiana, mas sim, podendo utilizar meios para chegar no conteúdo e não modificar, alterar ou descaracterizar o objeto.
O que é Atenção Flutuante
A atenção flutuante é uma técnica que soma ao método psicanalítico que de um lado o analista em que surge uma disponibilidade psíquica para que a escuta acompanhe as associações do analisando naquilo que Freud chamou de “ocorrências”. Tais ocorrências que são involuntárias através de pensamentos que geralmente atrapalham, e por isso sob condições normais seriam afastadas, por atravessar o contexto de uma apresentação do analisando, o conteúdo que chamará atenção do analista, ou seja, ocorrerá a análise do fato objeto.
Para tanto, a arte de interpretação é o método em que permite o analisando (e o analista) de se apoderar dessas ocorrências. Estes, os sonhos, atos involuntários e não planejados os sintomáticos, equívocos (de fala, de ação e outros) em suas vidas cotidianas em que os atos são representação no grupo social em diferentes situações em que poderá ter diferentes reações desajustadas entre os meios.
Temos que levar em conta no mínimo as condições básicas para entrar em ação dentro de uma experiência analítica em condições fundamentais das elaborações criadas por Freud. O não envolvimento dos pensamentos do analista sem interferir, sem tomar para si, mas está ali na escuta em pesquisa dos objetos chamado por Freud de ocorrências, ou seja, estar presente sem atrapalhar ou pôr acréscimos que não fazem parte dos conteúdos do analisando, Freud cria a atenção flutuante.
Uma regra psicanalista
O material apresentado pelo analisado requer uma atenção intencional para um caminho para onde se começa a selecionar os conteúdos e apontamos nossas expectativas ou nossas inclinações voltadas ao total interesse e atenção em busca da resolubilidade através da técnica flutuante é o qual o psicanalista se distancia da compreensão do discurso analisando e passa a agir intelectualmente, porém para Freud não é esta via. Mas para compreensão das neuroses, isto sim, o seguimento paciente pela regra psicanalítica, que desliga e estipula o desligamento da crítica ao inconsciente e seus derivados (Freud , 2017/1912, p.104).
A flutuação no discurso é recomendada por Freud que não há porque registrar dados e anotar períodos do discurso, mas sim, fixar mais no que ouvimos para uma boa interpretação. Freud relata que o melhor sucesso são aqueles em que procedemos sem a intenção, mas suprindo com cada mudança ocorrida, com as defrontações desarmadas e sem preconcepção, onde estes espaços são exatamente o encontro do objeto da interpretação. Em ambos cada um com seus discursos sobre um determinado material.
Os conteúdos relatados na psicanálise em atenção flutuante são exatamente aqueles em que fora do Setting analítico não ocorram enquanto que em análise são os meios ali ocorridos relatados em que a evolução de sua descoberta onde o inconsciente na associação livre se encaixa no roteiro vindo dar luz às descobertas dos tormentos. Onde a técnica de base para o trabalho do psicanalista aplicado no método psicanalítico e atenção flutuante somam em aparte metodológico, ou seja, são os causadores iniciais, e necessários para que em experiência analítica possa acontecer.
Tudo é significativo à escuta pela atenção flutuante
Atenção flutuante e o paciente
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A história do analisando
O objetivo fundamental da psicanálise
Situação analítica e resistência
A segunda, o material reprimido jamais ocorrerá ao analisando, mas somente algo que se aproxima dele; e quanto mais resistência, mais remota a ideia real da qual o analista se acha a procura.
Conclusão
Em resumo, a resistência atravessa a regra fundamental da psicanálise. Mas este possível obstáculo, apesar do aparente “inconsciente” metodológico, pode transformar-se em meio para análise com o recurso da interpretação. A descoberta da resistência é o primeiro passo para superá-la, de maneira que o trabalho de análise implica na arte de interpretação ou na construção que exigirá feeling (falta de sentimento de culpa) que é tomada como grande sintoma da atualidade.
Mas podemos analisar e sugerir que o homem contemporâneo não esteja em perigo pelo que lhe falta, mas sim, avaliar suas questões em busca de novas saídas, novas elaborações teóricas e também a prática adquirida pelo analista que com sua técnica e despojado de si para manter-se flutuante. Não só atenção flutuante como também há outros quatro tipos descritos abaixo:
- Atenção seletiva: se sintoniza em um foco mesmo ao barulho ou fatores que possam distrair, mas se mantém focada sem perder a concentração;
- Atenção alternada: É aquela em que consegue alternar sem perder o foco principal.
- Atenção sustentada: é aquele que mantém o foco por um período longo e constante.
- Atenção concentrada: É aquela que se mantém concentrada naquilo que faz e executa naquele momento. Podemos observar que há o Mindfulness: palavra que pode ser traduzida como atenção plena, ou seja: É atenção voltada apenas na atividade a ser executada em um determinado instante e nada mais (atenção, foco e concentração).
Referências bibliográficas
Freud,S. O método psicanalítico freudianos (1904 (1905) ). Fundamentos da clínica psicanalítica Belo Horizonte.
Freud,S. Recomendações ao médico para o tratamento psicanalítico (1912).Fundamentos da clínica psicanalítica . Belo Horizonte
Fink,Bruce – Introdução clínica à psicanálise lacaniana – Bruce Fink; tradução Vera Ribeiro – 1ª ed. Rio de Janeiro: Zahar,2018.
Sppa.org.br/wiki/associação-e-
Psychê. O sentimento de culpa e a ética em psicanálise – Periódicos eletrônicos. [online]. Versão impressa ISSN 1415-1138. Psyche (São Paulo) v. 11 n.20 São Paulo jun. 2007. Disponível em: http:/pepsic.bvsalud.org>
2 thoughts on “Atenção flutuante: significado em Freud e psicanálise”
Gostei muito…..
Muito bom texto! Muito bem explicado. Parabéns!