autoanálise

Autoanálise: significado em psicanálise

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Entenda o que significa a autoanálise com o texto a seguir. Nem sempre é fácil responder a questão quem sou eu? Tão pouco é fácil entender o porquê de muitas de nossas ações e escolhas que, parecem ser sempre “repetidas”, “automáticas”, mesmo quando tais escolhas nos fazem mal.

Um caminho para se conhecer melhor e encontrar as respostas para os “porquês” da vida é o autoconhecimento.

Entendendo a autoanálise

Saber mais sobre si mesmo é importante para o desenvolvimento pessoal e para uma melhor relação consigo mesmo e com as outras pessoas.

Em outras palavras a autoanálise nos possibilita perceber padrões e crenças que nunca tínhamos nos dado conta deles antes. E uma vez reconhecida “as falhas” poderemos fazer, assim, os “ajustes” necessários para uma melhor qualidade de vida.

Todavia, para que o autoconhecimento seja mais profundo, é importante que se busque ajuda analítica, pois algumas pessoas podem ter bloqueios e traumas tão profundos que não são capazes de encontrá-los sozinhos.

Análise e Psicanálise

A definição Segundo o dicionário, analise é a “separação de um todo em seus elementos ou partes, ou ainda, é o estudo pormenorizado de cada parte de um todo, para conhecer melhor sua natureza, suas funções, relações, causas”.

Já a psicanálise que é também chamada de “teoria da alma (‘psique’) criada por Sigmund Freud (1856-1939)”, pretende explicar o funcionamento da mente, assim como ajudar a tratar traumas, neuroses e psicoses analisando os sintomas e descobrir sua origem.

Assim sendo, a psicanálise é um método de investigação das partes de um todo que compõe um problema psíquico, visando encontrar possíveis soluções, além de ser também, um excelente método de autoconhecimento.

O que é autoanálise?

A autoanálise é o ato de se observar, de prestar atenção a si mesmo com a finalidade de identificar sentimentos, emoções, padrões e crenças. Essa auto-observação dever ser honesta e desprovida de julgamento.

À medida que nos observamos começamos a nos tornar mais conscientes de nossos pensamentos e atos e a permanecer no momento presente, uma vez que, a maior parte do tempo ou estamos no passado remoendo o que não se pode mais modificar ou no futuro nos preocupando com eventos que nem sabemos se irão acontecer.

Quando nos conhecemos melhor nos tornamos mais seguro, menos estressados e com maior poder de gerenciamento das emoções, diminuindo assim, o sofrimento emocional. Conhecer-se melhor é, portanto, assumir o controle da própria vida como diz o psiquiatra Augusto Cury, é torna-se autor da própria história no palco da vida. “ Ninguém pode conquistar o mundo de fora se não aprender a conquistar o mudo de dentro” (Augusto Cury- “seja líder de si mesmo”)

Como fazer a Autoanálise

O objetivo principal da autoanalise é saber quem eu sou de fato, quem eu sou no meu mais profundo ser. Todos nós achamos que sabemos quem somos, porque nos baseamos no eu exterior para nos definirmos, porém, quando começamos a olhar para dentro e conhecermos de verdade nosso eu interior, percebemos que não sabemos nada sobre nós mesmos.

Assim, durante o processo de autoconhecimento haverá com certeza a negação para muitas das coisas observadas, porque à medida que nos observamos começamos a identificar em nós padrões e atitudes que não tínhamos consciência deles, pois havíamos reprimidos para nosso inconsciente por ser “feio” ou doloroso demais para ser visto.

Essa parte “feia“ que está reprimida e não queremos ver o psiquiatra suíço Carl Gustav Jung chamou de “sombras”, que seriam memorias, ideias, desejos e experiências que nos causa dor ou vergonha e que são difíceis de lidar. Todavia, é muito importante nos confrontarmos com essas sombras para poder avançar no autoconhecimento. Para Jung ainda “tudo o que nos irrita no outros pode nos levar a uma melhor compreensão de nós mesmos”.

Uma auto-observação

Durante esse processo de auto-observação, as perguntas são muito importantes. Questione-se sempre, o porquê disso o porquê daquilo.

Questione-se sobre sua vida, seu trabalho, eu faço o que gosta ou faço o que aparece e do jeito que aparece? A vida que eu tenho agora fui eu que escolhi ou eu fui me deixando levar pelos acontecimentos? Eu sei do que eu tem medo? Minhas crenças são realmente minhas ou eu acredito naquilo que me ensinaram como sendo a coisa “certa”? Como é minha relação com minha família e meus amigos? Eu me sinto vitima das circunstâncias ou eu sou aquele que está sempre acusando? Me sinto culpado?

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    Essas são só alguns exemplos de questionamentos que podemos nos fazer. Além disso, pergunte a seus amigos e familiares sobre você, suas qualidades e defeitos, isso pode lhe ajudar a ver algo que os outros veem em você, mas você não percebe. A lista de perguntas é infinita, faça a pergunta certa a si mesmo e seja honesto com a resposta, vá anotando tudo porque o caminho do autoconhecimento é longo.

    A associação livre

    A psicanalise tem como principal método a associação livre desenvolvida por Freud, que consiste em falar livremente tudo que vier a mente, assim sendo, você pode fazer o mesmo enquanto estiver anotando suas respostas. Faça a pergunta, reflita sobre e escreva tudo o que vier a mente. Consigo me conhecer melhor sozinho? Há quem acredite que a autoanálise é possível, porém não é fácil e há quem acredite que é impossível.

    Freud sendo o criador da psicanalise e tendo feito sua autoanálise, em alguns momentos ele duvida que seja possível o autoconhecimento sem a ajuda de outros. Ele relata essa impossibilidade a seu amigo Fliess, “minha auto-análise segue interrompida, e lhe digo por quê. Só pude analisar-me a mim mesmo com os conhecimentos adquiridos objetivamente (como faria com um estranho), uma genuína auto-análise é impossível, do contrário não existiria a neurose” (1887/1904, p. 265).

    Então, como bem cita Freud, a autoanálise é possível até um certo ponto, porque haverá sempre pontos ou bloqueios que não seremos capazes de vê-los sozinhos. A indicação seria que, a autoanálise fosse feita depois de já se ter passado por um processo de análise. Todavia, eu acredito que é possível alcançarmos uma boa percepção de nós mesmos a partir da observação diária de nós mesmo, o que seria já um grande avanço no autoconhecimento.

    Considerações Finais

    Quando nos conhecemos melhor nossa consciência expande, pois nos tornamos mais aberto para nós mesmo, para os outros e tudo o que nos rodeia, nos tornamos mais compreensivos e tolerantes, nos tornamos mais leves e prontos para sermos felizes.

    “A felicidade é um problema individual. Aqui, nenhum conselho é válido. Cada um deve procurar por si, torna-se feliz” (Sigmund Freud)

    Comece conhecendo a si mesmo, perdoe o que tiver que perdoar, solte o que tiver que soltar, liberte-se do que tiver de se libertar e todas as dores desaparecerão.

    Referência bibliográfica

    http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-11382007000100008 https://www.vittude.com/blog/como-fazer-autoanalise/

    O presente artigo foi escrito por Gleide Bezerra de Souza([email protected]). Possui graduação em Língua Portuguesa e Pós-graduação em Psicopedagogia.

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