bíblia é criação humana

A Bíblia é uma criação da ficção humana?

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Entenda com o artigo a seguir porque a bíblia é criação humana. Possivelmente você já deve ter ouvido falar na tese da origem e criação cognitiva da Bíblia na fase teológico-metafísica do positivismo científico como sendo uma literatura categoria ficção. Ou, uma concepção e invenção da mente humana.

A bíblia é criação humana?

Esta questão se tornou a maior indagação de todos os tempos após o surgimento da Teoria Positivista do Augusto Comte (Isidore Auguste Marie François Xavier Comte 1798-1857). Pensava-se que o desafio seria descobrir o que é a vida ou a morte. Com advento da Psicanálise por Sigmund Freud (1856-1939) a morte embora continue sendo um mistério passou a ser entendida como um ato psicanalítico, ritual de passagem para todos os seres humanos sem exceção, assim como o ato de nascimento das pessoas.

Porém, segundo a Bíblia, houve uma exceção: Jesus Cristo (n.7-2AC/30-33DC) não morreu conforme as condições humanas. Ele ressuscitou após três dias e seu corpo sumiu. Pois, tais concepções extraídas da Bíblia, do NT (Novo Testamento), dos evangelhos, dos atos e epistolas dos apóstolos moldou na pré-modernidade depois foi aperfeiçoada na modernidade e que foi reeditada na pós modernidade a pergunta chave: ‘Afinal a Bíblica é uma literatura de ficção, uma criação humana ?’.

Caberia a Filosofia em parceria com a Teologia lançando mãos de algumas vertentes, como a Antropologia, responder; porém, se abstiveram. Esta pergunta foi formulada com o advento do ‘positivismo científico’ que concebeu a bíblia como uma reunião ou compêndio de livros fruto da criatividade humana quando a humanidade estava na fase teológico-metafísica concebida por Comte na sua teoria dos três estágios humanos (teológico, metafísico e positivo ou científico) Coube a Filosofia e a Teologia buscar respostas para a indagação proposta que a Psicanálise num primeiro momento não se pronunciou. Ainda era incipiente. Porém, nos estertores da modernidade, a Psicanálise já estava instrumentalizada para abordar o quesito e apresentou seu veredito.

Psicanálise: bíblia é criação humana

Para a Psicanálise esta questão é apenas de uma esfera, a que comunga o paradigma do ‘big-bang’ ou de que nas origens ocorreu uma explosão megaatômica de massa e energia que moldou o Universo concebido como o cosmo ou o sideral em expansão. Para a Psicanálise essa questão não é e não pode ser operada no paradigma ‘haja luz e houve luz’. Seria um contrassenso e um paradoxo. Este foi o mérito da Psicanálise chamada a deslindar a questão proposta.

Para a Psicanálise se e somente se, o paradigma ‘haja luz e houve luz’ entende que o espírito precedeu a matéria e o inverso foi concepção do paradigma do big-bang como é que poderia adentrar numa questão que já nega na origem a eternidade ? Não tem lógica e coerência. Esta questão de pré-questionar a Bíblia como uma mera obra de ficção da fase teológico-metafísica da teoria do positivismo científico não faz sentido dentro da cosmovisão do ‘haja luz e houve luz’.

É uma questão bem típica do paradigma do big bang suportada pelo positivismo científico. A Teologia respondeu a uma inquietação no que tange o que era afinal a Bíblia? Ora, é uma coleção de livros, um grande compendio composto por grupos de livros, a começar pelo 1º grupo, denominado de ‘Pentateuco’, (cinco primeiros livros: Gênesis, Êxodos, Levítico, Números e Deuteronômios). Esses livros são considerados, em tese e a priori, de autoria de Moisés (1526AC/1406AC). O 2º grupo são os chamados Livros Históricos (Josué, Juizes, Rute, Samuel I e II, Reis I e II, Crônicas I e II, Esdras, Neemias, Tobias, Judite, Ester e Macabeus I e II.)

Livros Poéticos e a bíblia é criação humana

O 3º grupo de livros são denominados de Livros Poéticos ou Sapienciais ( Jô, Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Sabedoria de Salomão, Eclesiásticos). Depois temos o 4º grupo de livros que são denominados de Livros Proféticos que possuem dois subgrupos, os profetas maiores e os profetas menores, segundo critério de extensão dos livros.

Temos livro de Isaías, Jeremias, Lamentações, Baruch, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Ageu, Zacarias e Malaquias. Todos estes livros da chamada Bíblia Católica são do VT (Velho testamento) e tiveram os seus hagiógrafos (registradores, escribas) que redigiram os textos.

As bíblias protestantes excluíram alguns livros considerados apócrifos. A própria bíblia católica também excluíram vários livros chamados de ‘apócrifos’. Os livros do NT também estão agrupados em Evangelhos, ( quatro: Mateus, Marcos, Lucas e João); os Atos dos Apóstolos; as Espístolas , que são as missivas ou cartas concebidas pelos apóstolos.

O ‘Apocalipse’ e a bíblia é criação humana

O fecho da Bíblia com o livro ou sub parte denominado ‘Apocalipse’ (de João) lembrando que temos outros apocalipses considerados apócrifos. O que consta na lista canônica é o a apocalipse redigido por apostolo João quando foi desterrado e segregado na Ilha de Patmos (ilha grega do Dodecaneso, no Egeu Meridional, situada a 55 km da costa SO da Turquia, no Mar Egeu e com área total de 45 km², Grécia).

Vale salientar que existe a Bíblica Apócrifa que também agrupou os livros que foram considerados não inspirados e foram proscritos e não integram a lista canônica. Alguns concílios foram deixando de lado os chamados livros apócrifos que trazem informações adicionais. A importância da Bíblia se reveste no ato deflagrado por Moisés quando ele escreveu Genesis, onde no capítulo 1, das origens, consta a famosa frase, “(…) E Deus disse: ‘haja luz e houve luz’(…)” Esta expressão inaugurou o paradigma do haja luz e houve luz.

E este paradigma foi perdurando até que por volta de 1800 DC, na nossa era, surgem aos poucos as bases de uma nova proposta de paradigma, o ‘big-bang’ ou da premissa de que nas origens não ocorreu o ‘haja luz e houve luz’ e sim uma mega explosão de matéria e energia que vai configurar moléculas e células e formar os seres vivos.

O positivismo cientifico

Do produto da evolução vai surgir os corpos homem e mulher segmentados: a mulher ou virago pela ovulação e varão, pelo ato de inseminação por sêmen via pênis na vagina, por cópula. Os defensores da tese de que os dois paradigmas são paralelos e se cruzam num ponto infinito estavam equivocados.

Os dois paradigmas são linhas opostas. Não correm em paralelo. Porque um entende que o espírito precedeu a matéria. O outro, entende que não, que foi a matéria que precedeu o espírito. O positivismo cientifico entende que a fase teológica e metafísica foram superadas pela fase científica o que em tese, suplantou a bíblia considerada ficção.

A Bíblia é considerada, portando, pelo paradigma big-bang, que defende a tese que a matéria precedeu o espírito, como uma obra literária de grande expressão da criatividade humana criada por pessoas no passado na fase teológica-metafisica cuja meta sempre foi a acumulação, dominação e exploração pelos sacerdotes manipulando as consciências e pensamentos e impondo regras rígidas nos superegos sob o controle das burocracias por egos mais perspicazes e letrados.

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    O racionalismo iluminista e a bíblia é criação humana

    Era a apresentação da tese como grande obra da construção cognitiva da fase teológica na sua subfase monoteísta. Importante frisar que a fase teológica teve três subfases na visão positivista: a animista ou mística, a politeísta e a monoteísta. Para os positivistas científicos, a bíblia começa a ser escrita na subfase monoteísta da fase teológica e ingressa na fase metafisica, onde a filosofia se expressa também.

    Porém, não vão passar no crivo da fase positivista ou científica. A fase do estado positivo (que é a científica) labora com provas e com o racionalismo iluminista e engendrou o ateísmo. Porém, a questão esta toda alojada dentro da esfera do princípio ou paradigma do big-bang. E foi a Psicanálise que levantou esse véu, abriu as cortinas.

    Até ao surgimento da Psicanálise a Teologia e a Filosofia questionavam, mas tentando sempre ficar com a questão alojada no paradigma haja luz e houve luz. Alguns pesquisadores com receio de serem confrontados se diziam agnósticos. Restou aos que manejam e ainda estão dentro do paradigma ‘haja luz, houve luz’ provarem a veracidade dos postulados espirituais ou que o espírito precedeu a matéria.

    Para o big-bang não existe mundo espiritual

    Os que passaram a operar o paradigma big-bang afirmam que a matéria e a energia é que precederam e o abstrato e este é apenas a fase superior das sinapses celulares. E que não existe eternidade. Para o big-bang não existe mundo espiritual, eis que isso seria apenas um processo de resistência de mentes e corações com pré-juízos arraigados que em tese insistem em afirmar que existe um mundo espiritual, uma eternidade e fulminam a finitude físico-química de todos.

    A tentativa de colocar a Psicanálise numa pseudo ou protocrise foi justamente para que ela aderisse de forma incondicional ao paradigma do big-bang o que houvera muitas resistências, isto na modernidade. Com o advento da pós-modernidade, uma nova realidade surgiu.

    Porém, o paradigma ‘big-bang’ desafia o paradigma ‘haja luz e houve luz’ provar seus postulados de que foi o espírito que precedeu tudo. Para o paradigma big-bang a bíblia é uma criação da ficção humana e que não existe mundo angélico e nem o purgatório, tudo seria uma mera ficção.

    Considerações finais

    A Psicanálise responde, portanto, a pergunta se a bíblia é uma obra de ficção humana expondo que à luz e sob o prisma do paradigma ‘haja luz e houve luz’ não é ficção. Para o paradigma big-bang ou, que nas origens, trilhões de anos atrás, houve uma mega explosão de matéria e energia que vai configurar moléculas e células, formar o Universo em expansão, a bíblia não passa de uma obra de literatura categoria ficção que o estado positivo científico vai no futuro suplantar. Por esta e outras razões é que a Psicanálise é um clássico tremendamente atual.

    O presente artigo foi escrito por Edson Fernando Lima de Oliveira. Licenciado História e Filosofia. PG em Psicanálise. Realizando PG em Farmácia Clínica e Prescrição Farmacológica; acadêmico e pesquisador de Psicanálise Clinica e Filosofia Clinica.

     

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