Para Freud nossa mente tem um “modelo” como estrutura psíquica que consiste em inconsciente, pré-consciente e consciente, assim conseguimos entender como a mente funciona.
Entenda como a mente funciona
O inconsciente serve como um local de arquivo, como uma forma de proteção, dessa forma quando vivenciamos situações que não foram tão boas assim, ele as bloqueia para que não soframos, ele é atemporal, ou seja, não identifica o que é passado ou presente, e também não sabe identificar o “não”. No pré-consciente temos eventos ou situações que ficam à disposição do consciente, ou seja, quando for preciso ele consegue acessar ou resgatar as lembranças de forma consciente.
O consciente é aquele que faz a interface entre o mundo externo e o mundo interno através dos nossos sentidos. Na nossa vida nos deparamos com diversas situações que muitas vezes não sabemos como lidar, algumas dessas experiências podem ser traumáticas e perturbadoras, a função do inconsciente aqui é absorver essas experiências e de certa forma mantê-las bloqueadas para proteger o indivíduo.
Em alguns casos o indivíduo pode passar a vida toda com os conteúdos ocultados sem nenhum sintoma, já outras pessoas podem não recordar o evento, porém começam a apresentar sintomas sem saber o motivo e o gatilho para sua existência, dessa forma ela precisará da ajuda de um profissional para que juntos consigam encontrar lá no inconsciente o que de fato está lhe causando esse desconforto emocional.
Como a mente funciona para Freud
Para Freud esse desconforto ou sintoma, é advindo de desejos reprimidos na infância, onde cada fase de desenvolvimento há um desejo específico e esperado que precisa ser suprido: Fase oral, quando a zona erógena é a boca. Fase anal, quando a zona erógena é o ânus Fase fálica, quando a zona erógena é o órgão genital.
Período de latência, quando o interesse sexual é por outro objeto Faze genital, quando a zona erógena é externa ao corpo Freud ainda se refere a outro tipo de modelo da mente, onde temos o Id, Ego e Superego, respectivamente dessa forma: O id é o aspecto mais profundo, são pulsões dirigidas pelo prazer, é instintivo, dá prioridade para os desejos O ego, busca sempre o equilíbrio, ele busca atender os desejos, mas pensando na realidade.
O superego considera as exigências sociais, culturais, regras que são formadas na infância. Para ficar mais didático é como quando desejamos algo que não é certo ou que não podemos e fica uma briga ali entre id, ego e superego. Por exemplo num caso de compulsão alimentar, onde há um desejo grande de comer muito doce, mas não pode devido há uma dieta ou reeducação alimentar, dessa forma o id diz “vai, eu quero, você pode, só um pedacinho, só mais um, você merece”, o ego diz “calma, vamos buscar a melhor solução” e o superego diz “mas você não pode, existem regras para que você emagreça e que precisam ser seguidas”
Ab-reação, e como a mente funciona
A princípio Freud utilizada o método de Ab-reação, onde o paciente rememorava o as experiências traumáticas expurgando as emoções ligadas ao fato, uma forma de dessensibilizar a memória do sentimento, após um tempo começou a utilizar outra técnica, a de pressão, pressionando o dedo na testa do paciente, esperando que dessa forma os acontecimentos viessem a tona no consciente, mas percebeu que não obtinha resultados significativos, até chegar na associação livre.
A associação livre tem como objetivo diminuir a faculdade crítica do consciente para que assim o paciente traga à tona ideias por mais absurdas que pareçam, ou seja, o cliente tem a fala livre, e precisa falar espontaneamente tudo o que lhe vier à mente, por mais estranho que lhe pareça.
“Quando peço a um paciente que disponha toda reflexão e me conte tudo o que lhe passa pela cabeça, (…) me considero fundamentado para inferir que isso que ele me conta, de aparência mais inofensiva e arbitrária que seja, tem relação com seu estado patológico”. (Freud, “A interpretação dos sonhos”, 1900, p.525).
Considerações finais
Uma forma de associação livre é a interpretação dos sonhos, apesar de parecerem sem lógica alguma, eles demonstram medos e desejos do nosso dia a dia, “Ainda que o mundo moderno afirme a desnecessidade da psicoterapia, devemos nos atentar ao modo de vida que levamos.
O imediatismo serve apenas para polir os traumas que carregamos ao longo da vida, sem tratá-los corretamente. É preciso que se faça uma intervenção mais profunda e completa no problema. Esse é o papel da Psicanálise.”
Para a época Freud estava bem a frente, muitas pessoas não acreditavam em sua teoria, muitos se afastaram, outros caçoavam, chegou a fazer parceiras expandindo assim seu método, porém a medida que ia avançando e explicando a ideia dos traumas sexuais infantis acabavam descordavam e assim cada um seguia seu próprio método, porém enquanto estiveram juntos todos contribuíram grandemente para o que hoje é a psicanalise, cada um com seus pensamentos e suas metodologias.
O presente artigo foi escrito por Nathália Farah([email protected]). Psicoterapeuta formada em Hipnose Clínica, estudante de Psicanálise, atua na prevenção e promoção da saúde mental, ansiedade (fobia, síndrome do pânico), depressão, estresse e na prevenção do suicídio.