Um dos maiores desafios, a qualquer idade, é entender como ouvir a dor e dominar seus próprios sentimentos, emoções, pensamentos e por último as atitudes. E é aqui que reside a condição humana de se adequar a sociedade ou não.
Como ouvir a dor
Se fosse tão simples quanto a seguir o estabelecido no regramento jurídico, não haveriam tantas contravenções, conflitos com a lei, quebra do próprio regramento, disputas judiciais e criminais. Existiriam parcas condições derivadas de proposituras legislativas, por conta da razão do próprio senso comum.
O que há é um “universo” de contra sensos, opiniões diferentes e divergentes, em que nunca há um que seja em sua totalidade tal qual a outro, como bem já dito por Carl Sagan: “Cada um de nós é, sob uma perspectiva cósmica, precioso. Se um humano discorda de você, deixe-o viver (por sua vida ser uma experiência ímpar de ponto de vista único). Em cem bilhões de galáxias, você não vai achar outro como ele.” (Carl Sagan).
O que ocorre é sempre o desequilíbrio entre as partes que formam a psique. O sentimento é uma percepção cognitiva entre as emoções e a razão, deste produto também se tem o sumo do pensamento.
Como ouvir a dor e os fatores
Este desequilíbrio pode ser causado por diversos fatores que inferem à condição humana, distúrbios, transtornos, psicopatias, psicopatologias, entre outras questões que formam a propositura relacional como a personalidade, o caráter, o temperamento…
E por mais que se imagine que o trauma seria o causador de todos os males à razão humana como ouvir a dor, ainda tem as atipicidades, as questões neurais e sinápticas, orgânicas e ocasionais, hormonais e vitamínicas, ambientais e behavioristas, doenças em geral e assim por diante que podem influenciar o comportamento e serem determinantes desde o relacionamento em família até grandes decisões estatais.
São tantas questões que podem influenciar e até serem decisivas na existência de uma pessoa, que é praticamente impossível imaginar como ou por onde dar andamento a um processo de autoconhecimento, ou mesmo, de desenvolvimento humano a ponto de permitir se desenvolver sem que precise adentrar em quaisquer das searas do direito.
A cultura de paz e como ouvir a dor
Então, como permear o meandro desses contextos e propiciar que se tenha a garantia de uma boa relação entre as partes e seus pares, sem que haja o atrito? Como aplicar uma boa relação em acordo com a CNV (Comunicação Não Violenta) e a Cultura de Paz em dias tão turbulentos?
Toda pessoa que tem reações exacerbadas de modo negativo, nesse parêntese se insere qualquer reação deste sentido, que, se diga não desimportante por qual situação lhe tenha chego este dissabor.
Mas fato é, detém em si grande revolta, medo, aversão e sentimentos similares, luta veementemente contra qualquer que seja o objeto que lhe cause esta repulsa, em alguns casos a ponto de ir a extremos.
O inconsciente
Seja importante ressaltar que este não contempla, de modo mesmo que por vezes parcial, a consciência do apresentado acima, significa adentrar ao que concerne de seu inconsciente. Resta a pergunta: Como propiciar este diálogo?
A priori para que consiga a conciliação é preciso olhar pra onde dói, a verdadeira razão que leva o indivíduo à determinado comportamento, ou seja, seu “Porquê”. Procurar abordar o assunto de modo sutil e leve, para que se tenha uma real abertura.
Agora irá introduzir à conversa, de modo a manifestar o “Como”, buscar uma linguagem familiar que sirva de caminho para o desenvolver da problematização relacional da pessoa com o objeto. E só então fazer desenrolar da resolução conflituosa a partir da procura dos afetos do outro, onde este sente se seguro em demonstrar o que pensa sem ressalvas e assim resultar no acorde de uma propositura de desvelo do tema.
Este artigo foi escrito por Jo de Cassia, analista comportamental, psicanalista jurídica e facilitadora de Direito Sistêmico; formação em Direito, Psicoterapia e Psicanálise, atuando na área como terapeuta a aproximados 20 anos com ênfase em estudos dos povos, cultura, costumes, tradições, ciências políticas, sociais, desenvolvimento e evolução da consciência pessoal e de grupo. Contato pelo email [email protected], no instagram @psicanalisandodireito ou pelo blog pessoal psicanalisandodireito.blogspot.com.
One thought on “Como ouvir a dor e falar aos afetos?”
Parabéns, pelo artigo!