Os conceitos psicanalíticos contribuem demais para o desenvolvimento do indivíduo e isso certamente reflete convívio em sociedade como um todo. Conhecer a si mesmo, nos ajuda a entender o outro.
Esse texto tem por objetivo valorizar o conhecimento que tem ajudado o homem de forma individual e, a humanidade a se entender melhor e apresentar os conceitos da psicanálise ao longo da história e mostrar que tanto os avanços quanto os retrocessos da humanidade podem ser esclarecidos com os estudos investigativos da psicanálise.
Entendendo sobre o convívio em sociedade
Antes de começar quero alinhar o entendimento que temos sobre o que é sociedade. A sociedade é um tipo de acordo, ou seja, para que alguns benefícios possam ser obtidos, é importante que os cidadãos que ali convivem, cumpram certas regras, pois dessa forma há um equilíbrio entre os gostos individuais e tudo aquilo que é importante para o todo, permitindo assim a busca por objetivos em comum. A palavra “sociedade” surgiu do latim “societas”, ou seja, “socius + sufixo tas “que funciona como agente de qualidade. A tradução literal refere-se à “associação amistosa com outros”.
Entende-se que as primeiras sociedades ocorreram através das aglomerações familiares e das tribos, dando início a partir de então a construção das cidades. Uma sociedade é criada para que mais pessoas possam viver em espaços comuns, e para que isso fosse possível, era necessário que regras fossem criadas a fim de que houvesse ordem e, consequentemente, o bem-estar de todos. A mudança cultural é um fator importante para a evolução da sociedade.
Ao longo da história, o modo de se ver e perceber vai se transformando e modificando-se de acordo com as necessidades e desejos da humanidade. Esse conceito nos leva a perceber que para viver em sociedade o homem precisa abrir mão da sua individualidade e passa a levar em consideração também os desejos e necessidades dos outros que ali convivem. Freud explica isso em sua segunda tópica: ID, EGO e SUPEREGO.
Convívio em sociedade e a Psicanálise
A psicanálise apresenta o ID como um instinto primitivo, onde o indivíduo age considerando apenas os seus desejos. O EGO surge a partir da interação entre o ID e o ambiente em que vive, dessa forma inicia-se o controle sobre os impulsos do ID. Já o Superego se desenvolve a partir dos conceitos morais que são apresentados a uma criança logo nos primeiros anos de vida. Quando a criança começa a frequentar a escola e a conviver com outras crianças a moralidade começa a se intensificar.
Não poderíamos viver bem em sociedade se não fossemos capazes de medir nossas atitudes ou de controlar nossos primeiros instintos. Como a psicanálise pode ajudar a compreender uma cultura: Psicanálise e Cultura estão intimamente vinculadas. Podemos dizer que a Psicanálise é, dentre outros fatores, uma forma de interpretar a cultura, a sociedade e a moral.
Lacan defende a ideia de que o que uma pessoa carrega em seu inconsciente, não é conceito próprio, mas sim, conceitos de outros que foram imputados a elas. Dessa forma, conseguimos entender que a construção de sociedade tem tudo a ver com a genesis psicanalítica, uma vez que nossos conceitos de certo ou errado estão baseados naquilo que nos foi ensinado, não criamos essas leis apenas a obedecemos.
Convívio em sociedade e as culturas
É comum vermos brasileiros criticando e se horrorizando com culturas de outras nações, principalmente as culturas orientais. A cultura indiana por exemplo é muito diferente da nossa e a psicanálise pode nos ajudar a entender melhor esse fenômeno, no entanto, para isso, precisamos enxergar as culturas a partir da perspectiva de quem as vive. Não podemos olhar para a cultura oriental com olhar ocidental, é importante entender a construção de seus pensamentos, princípios etc.
Como disse anteriormente, viver em sociedade é viver sob regras e contribuições para que todos possam ser beneficiados e não apenas um indivíduo. Faz sentido na religião HINDU não comerem vacas, pois a vaca para todo hindu é um presente da mãe divina Laksmi e abastece a todos com leite, queijo, manteiga e coalhada.
Essa explicação é importante para entender como a psicanálise pode ajudar a compreender outras culturas, e a conviver com o próximo com o mínimo de atrito possível. A partir do momento que enxergamos o outro como gostaríamos que nos enxergassem.
Conclusão
Todo conceito de moralidade que temos, se deu a partir do meio em que vivemos e dos ensinamentos que recebemos nos primeiros anos e ao longo das nossas vidas. Cada cultura terá seus ensinos, seus princípios e valores, cabe a nós respeitar as diferenças que há entre elas. Falamos aqui sobre diferenças culturais entre nações, mas facilmente podemos aplicar esses conceitos a nossa realidade mais próxima, como por exemplo os moradores de um condomínio.
Existem regras, deveres e direitos que devem ser respeitados para manter a organização. Alguns moradores podem ter princípios morais que diferem dos outros, porém, para que haja um bom relacionamento entre todos, é importante que as regras gerais sejam respeitadas.
Por isso, é muito importante que cada indivíduo passe a analisar seu papel na sociedade uma vez que suas crenças são passadas adiante e a forma como são interpretadas refletirá nas sociedades futuras definindo se esta será conservada ou revolucionada.
Referencias bibliográficas e pesquisas
QUERO INFORMAÇÕES PARA ME INSCREVER NA FORMAÇÃO EM PSICANÁLISE
Este artigo sobre convívio em sociedade foi desenvolvido por Viviane de Fausta Netto, para o blog do Curso Psicanálise Clínica.
One thought on “Convívio em Sociedade: o que nos diz a psicanálise a respeito”
Muito bom artigo! O que está em jogo é o RESPEITO aos outros. Quando falta o respeito, que sempre está ligado à “obedecer as regras, ordens e as instruções. ” Faltou aí interação do Ego e ID com ambiente social que vive.