sobre o Inconsciente e os Sonhos

Sobre o Inconsciente e os Sonhos na psicanálise

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Na psicanálise, quando falamos sobre o Inconsciente e os Sonhos, vemos que eles designam uma produção psíquica de caráter enigmático, em que o psicanalista reconhece o efeito de um trabalho de elaboração e quantificação do desejo inconsciente. Portanto, o sonho é uma forma privilegiada de acesso ao inconsciente.

Entendendo sobre o Inconsciente e os Sonhos

É trabalhando com seus pacientes que Sigmund Freud descobre o sonho como um fenômeno patológico normal: “Eles me ensinaram que poderíamos inserir o sonho na série de estados psíquicos que encontramos em nossas memórias ao sair. Da ideia patológica. Daí para tratar o sonho como os outros sintomas e aplicar a ele o método elaborado [de associação livre] para eles, havia apenas uma etapa”.

Duas questões conduzem a pesquisa de Freud: Quais são os processos que permitem que os pensamentos se transformem em uma sequência clara, mas às vezes ininteligível ao despertar, e por que essa transformação? O que faz o sonho e como interpretá-lo? A simplicidade dos sonhos das crianças fornece um primeiro elemento de resposta. Na verdade, submetidas às ações do dia anterior, essas são realizações ingênuas de uma realização de desejo: “Anna Freud, morangos, morangos grandes, pudim, mingau”, sonha que sua filha fazia dieta.

Mas ela começa nomeando a si mesma. Esse sonho não diz apenas a satisfação alucinatória de uma necessidade: o desejo infantil, que começa por se estruturar no desejo do desejo do outro, não permite aqui distinguir um sujeito que seria o da enunciação, inconsciente, de um sujeito da afirmação, o da vida diurna e consciente. Onde está a satisfação do desejo em sonhos dolorosos? Por que em alguns sonhos o desejo não é expresso claramente?

Sobre o Inconsciente e os Sonhos para Freud

Freud trabalha opondo conteúdo latente e conteúdo manifesto. Com o sonho do belo açougueiro, outra conclusão lhe chega: o sonho é distorcido, sua distorção permite que os sentimentos sejam ocultados e a expressão do desejo é censurada. “O sonho é a realização (disfarçada) de um desejo (reprimido). Estratégia dialética de desejo e demanda, demanda de amor na histérica. Na verdade, identificando-se com o amigo de quem tem ciúme, a partir do desejo do outro, ela cria um desejo insatisfeito de si mesma.

Assim, a satisfação é evitada, mas o desejo é retido. Freud tentou, ao desenvolver sua teoria do aparelho psíquico, lançar luz sobre os paradoxos que encontrou: a divisão percepção-pensamento, a inscrição de significantes (representantes-representação), o funcionamento da série percepção-memória, pensamento-ideia. Um primeiro esquema de estímulo-resposta é construído a partir de conceitos de energia: qualquer estimulação tende a produzir uma alucinação.

Como o sistema faz a diferença com a realidade? Ele explica esse processo primário pelo regrediente do sonho (retorno à percepção), no sentido de que a representação retorna à imagem sensorial da qual saiu um dia. O olhar e o perceptivo se confundem. Em seu segundo diagrama, ele introduz a noção de informação, tenta formalizar e trazer à tona o Tomando emprestado de Fechner o termo outra cena, Freud rejeita a ideia de fazer a cena do sonho corresponder a uma localização anatômica e usa a metáfora do telescópio onde a imagem é formada em um lugar ideal ao qual nenhuma parte tangível da rede corresponde. ‘aparelho.

Sobre o Inconsciente e os Sonhos e a resistência

Nesse local, o pensamento do sonho é encenado, vivenciado em imagens e palavras, no presente. O desejo foi realizado. O sonho é a realização de desejos. Além disso, Freud mostra que o sono reduz a censura e permite que a resistência seja contornada. Esquecer é explicado pela ação da censura e de certa forma é intencional. O esquecimento, como a dúvida, é uma mensagem, como um discurso que seria interrompido e cuja interrupção insistiria.

O desejo do sonho é passar a mensagem. Durante o dia, a censura da resistência impede a mente consciente de sonhar. Durante a noite, o regrediente do sonho torna possível alucinar os pensamentos transformados. Nossos sonhos não são todos interpretáveis, um nó de pensamentos que não pode ser desfeito liga o indivíduo ao desconhecido. O trabalho de interpretação do sonho, ao associar os pensamentos que dele decorrem, é feito pelo próprio sonhador, que localiza na fala os momentos de gozo e angústia que conhece desde a infância.

Esse trabalho retoma de forma reversa a obra do sonho e só pode ser realizado em uma linguagem particular, específica do sonho desse sonhador. Se, para Freud, o sonho é definido como realização do desejo, Lacan volta à questão do sentido do sonho, que ele apresenta de forma mais complexa por meio de suas três categorias do imaginário, o simbólico e o real.

Conclusão

Freud sonhou que em uma recepção censurou um paciente por não ter aceitado sua solução. Diante de suas dores, ele se assusta e se pergunta se não deixou escapar um sintoma orgânico. Ele quer examiná-la e ela mostra sua resistência. Vários colegas estão lá e dão sua opinião. Freud vê no fundo da garganta de Irma “grandes escaras branco-acinzentadas”. A infecção vem de uma injeção por um colega e amigo, Otto, de uma preparação de trimetilamina, provavelmente com uma seringa suja.

Aqui, o nível imaginário é o da rivalidade, a realidade do corpo é abordada apesar da modesta resistência de Irma. Quanto ao simbolismo, é o da carta: Freud vê a fórmula da trimetilamina, produto da decomposição do esperma, escrita à sua frente em caracteres em negrito, o que é, sem dúvida, uma forma de não ficar com ela, no sonho, para o horror do encontro com a realidade.

O presente artigo foi escrito por Michael Sousa([email protected]). Possui MBA em Gestão Estratégica pela FEA-RP USP, é graduado em Ciência da Computação e especialista em Gestão por Processos e Six Sigma. Possui extensão em Estatística Aplicada pelo Ibmec e em Gestão de Custos pela PUC-RS. Entretanto, rendendo-se aos interesses pelas teorias freudianas, foi formar-se em Psicanálise no Instituto Brasileiro de Psicanálise Clínica, e procura diariamente especializar-se cada vez mais no assunto e na clínica. É também colunista do Terraço Econômico, onde escreve sobre geopolítica e economia.

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