depressão

Depressão: diagnóstico e diferença de tristeza

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Neste texto, desenvolveremos o conceito de depressão, uma doença mental que se mostra uma questão presente na sociedade atual. Vamos nos aprofundar sobre o tema da depressão, entendendo tudo aquilo que foge do senso comum com muito mais embasamento.

Veremos desde o conhecimento da doença como um todo, tudo que possa explicar sobre, sintomas que a compõem, causas e fatores que levam a desenvolver a doença, até quais tratamentos utilizados para tratar.

Um fenômeno mental

Na psicanálise é extremamente relevante falarmos sobre esse fenômeno mental, onde Freud chamava a depressão de melancolia, e vamos no decorrer da monografia explanar a visão da psicanálise, comparar conhecimentos e ideias, teorias, conceitos, técnicas, ciências que discorrem sobre a depressão. Nunca na pretensão de esgotar o assunto, mas fomentar cada vez mais a fim de promover e contribuir com tudo que já foi levantado até o momento.

Vamos seguir um cronograma de introdução sobre a depressão, todo seu conceito, após falaremos sobre as possíveis origens, os sintomas, e por fim os tratamentos disponíveis. O texto será explicativo, informativo e resumido em nível de conhecimento técnico a partir de uma pesquisa bibliográfica em artigos, sites e livros. Desejamos uma boa leitura.

Depressão, introdução, uma breve diferenciação da tristeza

Para entendermos a depressão, podemos partir de uma de nossas emoções primárias que jamais deve ser confundida com a depressão, a tristeza. A tristeza é a emoção antônima da alegria. “A energia da tristeza quer se contrair, se fechar sobre si mesma. É uma energia de recolhimento, introvertida nos convidando a sentir a dor ou a aflição. Geralmente costumamo-nos senti-la no peito, no coração, nas costas e pernas.

Nota-se uma pressão no coração, um nó na garganta, um peso nos ombros, fragilidade e cansaço corporal, sensação de vazio e falta de vigor. Ela também tem diferentes graus, é considerada uma emoção negativa, mas nem tudo que provém dela é ruim”. (LIMA, 2016, p.27).

Para não confundirmos a tristeza com a depressão e vice-versa, temos alguns contrapontos básicos que as diferenciam: Tristeza – emoção passageira que pode durar horas ou alguns dias – emoção sentida normalmente por todo ser humano – uma reação corriqueira diante das situações problemas da vida – não altera o sono, a alimentação, e não provoca sintomas – não incapacita para as tarefas, trabalho – não interfere nos relacionamentos Depressão – perdura por semanas, meses e até anos – uma doença psicopatológica diagnosticada por um médico – não advém apenas de fatores das situações da vida – interfere no sono, na alimentação e gera dores pelo corpo – afeta e incapacita o desempenho para tarefas e trabalho – e afeta as relações

Depressão: doença psicopatológica

A depressão é portanto uma doença psicopatológica que deve ser tratada seriamente como uma doença que acomete a muitos, enquanto a tristeza é uma emoção primária que todos nós possuímos, a depressão também possui diferentes graus de profundidade, podendo ser um quadro de depressão maior ou menor, depressão ou distimia.

“É necessário separar a depressão do estado de tristeza, pois o distúrbio psiquiátrico é uma doença séria, que envolve ideação suicida (pensamentos ou cogitações de cometer um ato contra a própria vida), tristeza constante, falta de ânimo, ausência de interesse em realizar qualquer atividade ou tarefa que antes eram prazerosas, falta de vontade de acordar, demora excessiva, dentre outros sintomas”. (LOBO, 2019, p.26-27).

Depressão, fatores que a originam

A depressão é uma doença psíquica que pode ou não ter um fator específico que dê origem a mesma. Percebe-se que a origem da depressão pode estar associada a fatores e que não acontece simplesmente do nada, mas estão relacionados a fatores biológicos genéticos, emocionais e psicológicos, químicos, e ou ambientais. Levando em consideração todo o contexto que se está inserido, como a família, perdas, alteração importantes durante a vida, uso de alguns medicamentos, consumo de drogas, doenças crônicas, questões da infância, adolescência ou adulta, lembrando que a depressão pode ocorrer em qualquer idade.

“As depressões podem ser afetadas pelas estações climáticas do ano, sendo mais frequentes no inverno em países de clima frio. Podem ainda ser influenciadas por: privação de sono, intensidade de luz e luminosidade, traumas precoces de vida (orgânicos ou psíquicos), lesões estruturais do cérebro, infecções e viroses, situações de estresse e estilos de vida, condições profissionais específicas, agentes químicos e físicos, outras doenças clínicas e psíquicas (depressões secundárias) e uso de medicamentos”. (LOBO, 2019, p.30).

“Para Freud a depressão está vinculada a um afeto, sintoma ou estado que envolve tristeza, desgosto, inibição e angústia. Já a melancolia está associada a um estado inconsciente de impossibilidade de elaboração do luto, uma neurose narcísica”. (FERREIRA, 2020).

Sintomas e diagnóstico

De acordo com o Manual de Estatísticas e Diagnóstico de Transtornos Mentais, se faz necessário verificar no mínimo um quadro com cinco sintomas que já perdurem duas semanas para fins de diagnóstico como comprovação da depressão feita por uma avaliação profissional. Os principais sintomas entre outros para fins de diagnóstico são: – Mudança de humor expressiva, onde sente-se que o prazer e a alegria não estão mais presentes na vida; – Quadro de ansiedade e não conseguir tomar decisões; – Perda da energia tanto de forma física como na mente.

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Muito cansaço e dores corporais; – Desânimo, dificuldade de manter atenção; – Vontade de chorar; – Distúrbios do sono, como insônia ou muito sono; – Perda de apetite ou excesso por comer; – Perda do interesse sexual, falta de desejo, falta de libido; – Perda ou falta de prazer no que antes era feito normalmente; – Pensamentos suicidas; – Tristeza mesmo aparentemente sem motivos, pessimismo, negatividade; – Isolamento, insegurança.

“A psicanálise aborda a depressão a partir da causa patológica, tendo como objetivo, compreender o fenômeno a partir de uma perspectiva humanista e existencial. Os sintomas da depressão podem estar associados a uma satisfação de algum desejo não realizado e ocorre quando o sujeito tenta evitar situações diante de seu desejo que representa o que foi recalcado, provocando a negação e a determinação da castração.” (FERREIRA, 2020).

Depressão e possíveis tratamentos

“O tratamento consiste geralmente em aconselhamento psiquiátrico e medicamentos antidepressivos. Embora a medicação aparente ser eficaz, o efeito pode ser significativo apenas nos casos graves. Não é ainda claro se a medicação afeta o risco de suicídio.

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    Entre os tipos de aconselhamento psiquiátrico estão a terapia cognitivo-comportamental e a terapia interpessoal. Se outras medidas não se revelarem eficazes pode ser considerada terapia eletroconvulsiva. Em casos em que a pessoa é um risco para si própria, pode ser considerado o internamento hospitalar involuntário”. (Módulo 6, curso Psicanálise Clínica, 2020-2021 p. 40 – v.3.01).

    Se faz necessário reconhecer a presença da depressão, para então tratar, reconhecer que se faz necessário buscar profissionais para auxiliar neste processo, um trabalho de autoconhecimento, de personalidade e temperamento, acompanhado se necessário de medicação e terapia. Além da ajuda profissional, o apoio dos familiares também contribui para o tratamento.

    Conclusão

    Como podemos ver a depressão não é a mesma coisa que a tristeza, a depressão se trata de uma doença psicológica e não apenas uma emoção primária, que precisa ser tratada como tal, onde possui sintomas, diagnóstico e tratamentos específicos de lidar com a mesma, com profissionais designados para amparar o paciente nesta questão, sendo uma equipe multidisciplinar composta por médicos psiquiatras, que podem diagnosticar e medicar como parte do processo de terapia, terapeutas, psicanalistas, psicoterapeutas, psicólogos aptos a realizar sessões de terapia.

    A importância de entender e analisar todo o contexto do paciente, subjetivamente, entendendo seu histórico e construção como sujeito individual, levar em consideração questões genéticas, químicas, psicológicas tanto para diagnosticar a depressão como para fins de oferecer o devido tratamento.

    E quero concluir com nada mais nada menos, que com uma frase célebre de Sigmund Freud: “Olhe para dentro, para as suas profundezas. Aprenda primeiro a se conhecer”.

    Referências bibliográficas

    Apostila: psicopatologias I. Módulo 6. Curso de formação em Psicanálise Clínica. Volume 3.01, 2020-2021 FERREIRA, Florência Cavalcante de Souza. A depressão na perspectiva da Psicanálise. [Online]. Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/psicologia/psicanalise. Acesso em: fev. 2022. CAMPOS, Érico. Uma perspectiva psicanalítica sobre as depressões na atualidade. [Online]. Disponível em: scielo: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2236-64072016000200003. Acesso em: jan. 2022. COSTA, Newton. A depressão numa breve relação com a psicanálise. [Online]. Disponível em: https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/psicologia/a-depressao-numa-breve-relacao-com-a-psicanalise.htm. Acesso em: jan. 2022. LIMA, Andreia. Depressão, como curar a dor da alma. Fortaleza: Editora Leal, 2016. LOBO, Marisa. Superação, ansiedade, depressão e suicídio. Curitiba: Pessoa Gráfica Editora, 2019.

    Este artigo sobre diferenças entre depressão e tristeza e sobre diagnóstico da depressão foi escrito por Gabriel dos Santos.

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