Depressão

Depressão: sintomas, origem e tratamento

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Neste artigo você entenderá mais sobre a depressão, sintomas e tratamento, levando em consideração que a psicopatologia é uma área do conhecimento que estuda os estados psíquicos relacionados ao sofrimento mental.

Depressão é uma psicopatologia

As neuroses são psicopatologias e incluem fobias, obsessões, compulsões, depressão e amnésia. A psicologia moderna classifica a neurose como psiconeurose ou distúrbio neurótico, e significa qualquer transtorno mental que, mesmo causando tensão e incômodo, não altera a racionalidade e o pensamento ou a capacidade funcional do indivíduo. Em seu texto de 1917, Luto e Melancolia, Freud relata que, neste período, depressão, em alemão, era sinônimo de melancolia. Freud fez uma comparação entre esses dois estados.

Hoje, ambos ainda são vistos como sinônimos, embora alguns autores apresentem diferenças significativas entre eles. Os sintomas de depressão são: transtorno de humor, falta de esperança, desmotivação, insegurança, isolamento social e familiar, perda de interesse por atividades antes prazerosas, apatia, falta de apetite e de concentração, insônia, e perda de memória, segundo Teixeira (2007).

Quando apresenta sintomas mais leves, a depressão recebe o nome de distimia. Mas a depressão também pode se apresentar de forma mais grave, sendo considerada um distúrbio ou transtorno, apresentando sintomas como: desânimo na maioria dos dias e na maior parte do dia (em adolescentes e crianças há um predomínio da irritabilidade); falta de prazer nas atividades diárias; perda do apetite e/ou diminuição do peso; distúrbios do sono, desde insônia até sono excessivo, durante quase todo o dia; sensação de agitação ou languidez intensa; fadiga constante; sentimento de culpa constante; dificuldade de concentração; deias recorrentes de suicídio ou morte; começa a se preocupar com os pequenos problemas da vida; tem dificuldade para tomar banho, ler um livro e até coisas simples, como assistir televisão; e a automutilação.

Sobre os sintomas da depressão

Pessoas que apresentem, pelo menos, cinco desses sintomas por um período maior que duas semanas, são diagnosticadas com distúrbio depressivo maior (DDM). A depressão foi considerada o mal do século vinte, pois teve um impacto muito grande na vida das pessoas e, neste período foi muito associada à solidão.

Acredita-se que a depressão tem origem genética, mas, segundo a visão sistêmica, ela pode estar ligada a uma desarmonia no sistema familiar que pode ter relação com a não aceitação dos pais com são, com uma lealdade ou amor cego a um ancestral ou até mesmo pelo fato do indivíduo estar preso a alguém do sistema que não nasceu ou que já morreu.

Para Freud, a depressão pode estar relacionada a fatores que ocorreram na infância e, que, por serem muito dolorosos foram recalcados ou reprimidos ao longo do inconsciente, que impediu que tais sentimentos e pensamentos, que podem trazer dor ou representar alguma ameaça, chegassem à consciência.

Depressão e Psicanálise

Esse mecanismo gera um gasto de energia muito grande, podendo prejudicar até a autoestima do indivíduo. Podendo, o recalcamento, muitas vezes, levar o indivíduo a se fechar e não se permitir perceber suas emoções. Dessa forma, quando a depressão aparece, demora para se manifestar, pois pode ser confundida com uma tristeza. Mas é importante salientar que não são sinônimos.

Os sintomas depressivos podem ser divididos entre cognitivos, fisiológicos e comportamentais. Os cognitivos se relacionam aos pensamentos, que vão gerar os sintomas fisiológicos e, consequentemente, comprometer o comportamento do indivíduo. Por isso, é importante o indivíduo realizar o tratamento, que muitas vezes, requer o uso de medicação, em conjunto com a terapia, para que possa ressignificar as crenças e traumas que viveu ou até se desprender de situações familiares sistêmicas, podendo, através do acompanhamento de um profissional, conseguir viver de forma autônoma e sem os sintomas.

Para a medicina, a depressão é gerada por alterações nos níveis de neurotransmissores (principalmente serotonina, acetilcolina, dopamina, adrenalina e noradrenalina), por isso os médicos orientam o uso da medicação. Alguns fatores psicossociais também podem contribuir para a depressão, como a perda de um ente querido não superada, a falta de amigos, a rejeição que pode levar à solidão, uma mudança de cidade, entre outros.

A pandemia e a depressão

Dessa forma, é possível perceber porque houve um aumento considerável dos casos de depressão na pandemia, segundo mostraram algumas pesquisas. A Organização Mundial da Saúde (OMS), por exemplo, informou que antes da pandemia, o Brasil já era o país com maior incidência de depressão da América Latina, impactando cerca de doze milhões de pessoas e, que com a pandemia, essa situação se agravou.

Já a Universidade do Estado do Rio de Janeiro mostrou um aumento de 90% nos casos de depressão. Tais fatores se deram, pois o isolamento social, a perda de pessoas queridas que estavam saudáveis e, de repente contraíram COVID-19, a dificuldade de pessoas mais idosas de utilizar a tecnologia para se comunicar, afastando-as ainda mais do convívio com seus familiares e amigos, entre outras situações, fizeram com que as pessoas se sentissem tristes e sozinhas, acessando situações de dor e disparando gatilhos que levaram à depressão.

O fato de terem que lidar com sua própria companhia, também foi uma fator importante para o início de processos depressivos, pois a sociedade, cada dia mais, através das mudanças e comportamentos atuais, incentiva o consumo desenfreado e a vida corrida e cheia de estresse. Isso faz com que, desde que criança, o indivíduo não seja incentivado a entrar em contato com suas emoções e se conhecer.

Considerações finais

Quando a pandemia o obriga a estar em sua companhia ou até mesmo de pessoas próximas, com quem só lidava algumas horas do dia, as pessoas entram em pânico e o medo toma conta. A angústia é muito grande e dessa forma, depressão e ansiedade se instalaram na sociedade de forma arrasadora.

O mais importante é observar que depressão não é brincadeira e que, independete dos fatores que levaram a isso, é importante procurar tratamento com profissionais qualificados, como psicanalistas, psicólogos, psiquiatras, terapeutas e, é claro, cuidar da saúde com uma alimentação saudável, atividade física e meditação.

Referências

DADOS DEPRESSÃO. Pandemia Aumenta casos de depressão e ansiedade no Barsil. Disponível em: Pandemia aumenta casos de depressão e ansiedade no Brasil! – Nossa Saúde (nossasaude.com.br Acesso em: 26/11/2021 TEIXEIRA, 2007. Apud Apostila Psicanálise Clínica. IBPC.

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    O presente artigo foi escrito por Beatriz Costa. Professora, psicoterapeuta, consteladora familiar, coach e psicanalista em formação. Contato: [email protected]

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