Hoje entenderemos sobre a desenvolvimento sexual infantil. Mesmo com todo acesso a informação e avanço tecnológico, ainda vemos muitos tabus e mitos a cerca do tema sexualidade, quando associado às crianças.
Entendendo sobre o desenvolvimento sexual infantil
Utilizando-se da Psicanálise, Sigmund Freud, revolucionou a compreensão acerca da sexualidade infantil, ao defender que a sexualidade acompanha o sujeito desde o nascimento até a morte, no final do século XIX. Ainda hoje vemos pessoas que consciente ou inconscientemente tem dificuldade em entender que desde que nasce a criança é um ser sexuado. Antes de entrarmos no tema deste artigo “Desenvolvimento Sexual Infantil” acho interessante vermos primeiro os conceitos de sexo e sexualidade. Não são sinônimos.
Podemos entender sexo no sentido do biológico, ligado a ideia de gênero, feminino e masculino. Já sexualidade não diz respeito apenas a partes do corpo e, sim uma característica que está estabelecida e está presente na cultura e história do homem. Cito Nunes e Silva (2006, p. 73) “A sexualidade transcende à consideração meramente biológica, centrada na reprodução e nas capacidades instintivas”.
A falta de interesse de pais e professorem em relação ao desenvolvimento da sexualidade da criança, pode ser explicada, em parte na cultura e também a um fenômeno psíquico chamado amnésia infantil, que em geral pessoas acaba por esconder em si lembranças dos primeiros anos de vida. Segundo Freud, a amnésia infantil, faz com que tenhamos esquecimentos totais ou parciais dos primeiros seis ou oito anos de vida.
O ego e o desenvolvimento sexual infantil
Podemos dizer, que é como se o EGO, por defesa “escondesse” eventos que geraram angústias, dores que estão em nosso consciente ou no inconsciente. Estas situações “escondidas” deixam marcas profundas em nossa psique e tem grande interferência em nosso desenvolvimento ao longo da vida. O objetivo deste artigo é falar sobre o desenvolvimento sexual aos olhos da Psicanálise, explicando as fases psicossexuais desenvolvidas por Freud, são elas: fase oral, fase anal, fase fálica e fase genital.
Fase Oral (aproximadamente de 0 a 2 anos) Este é o primeiro estágio do desenvolvimento psicossexual do indivíduo. Nesta fase a criança conhece e experimenta o mundo através da boca. Freud disse que nesta fase o prazer vive pela boca. Através da alimentação vem esse primeiro prazer. E, é nos braços da mãe que o bebê terá sua primeira experiência de satisfação de sua vida; aquela que nunca mais será possível repetir com tamanha intensidade.
O bebê entende que todos os seus incômodos serão saciados na presença da mãe e, por muitas vezes se entende como uma extensão e, não um indivíduo. A criança que até então suga para se alimentar começa a buscar em seu corpo alguma outra parte que estimulará buscando produzir uma excitação prazerosa. Diversas crianças passam do sugar para a masturbação.
A fase Anal E Fálica
Fase Anal (aproximadamente de 2 a 4 anos) A criança descobre partir de agora que ela própria é capaz de produzir algo, sente prazer sobre novo aprendizado: o controle de suas evacuações. Nesta fase, a libido, que estava concentrada na região dos lábios, passa para o ânus. Para a criança sua nova produção tem um valor, por serem objetos que vem dela, de seu corpo.
A criança começa a entender que todo o amor e atenção que tinha quando bebê passa a ter um preço. Qual preço? O de algumas regras sociais. É preciso agora reprimir e controlar alguns impulsos que a deixam com vontade de brincar com as próprias fezes, e também reprimir os impulsos de evacuar à qualquer momento.
Fase Fálica (aproximadamente de 4 a 6 anos) Nesta fase a libido erotiza os órgãos genitais e as crianças apresentam o desejo de tocá-los. Em ambos os sexos, meninas e meninos, esta zona está ligada à micção (glande e clitóris). Podemos chamar essa fase como o começo da vida sexual dita “normal”.
O desenvolvimento sexual infantil para Freud
Para Freud, uma má elaboração no Complexo de Édipo, localizado nessa Fase Fálica, pode falar muita coisa sobre a Histeria e a competitividade. Nesta fase, as crianças começam a perceber as diferenças em termos de gênero: masculino e feminino. Essa diferença num primeiro momento é aceito pela criança sem nenhum desconforto.
Nas meninas não ocorre este sentimento de desconfiança ao verificar a diferença de seus órgãos genitais em relação ao dos meninos, mas acabam sentindo um tipo de inveja ou um sentimento de inferioridade, podem se sentir como que castradas por algum tipo de castigo.
Fase Genital (aproximadamente 10 anos até a morte) A fase genital tem seu início em torno dos 10 anos de vida, ou seja, na puberdade e termina ao fim da vida do indivíduo. Nesta fase, a criança também começa a passar por mudanças corporais e emocionais. Também é uma fase de amadurecimento psíquico.
Conclusão
A libido se concentra novamente nos órgãos genitais. Após todas essas fases e o período de latência, que não é uma fase do desenvolvimento e sim um período onde não se identifica uma zona específica de erotização. Isso significa dizer que a energia sexual está concentrada em um objeto que não o próprio corpo.
O período de latência é caracterizado pela mudança na relação de crianças e pais e o processo de fortalecimento e saída da criança do Complexo de Édipo. É um período onde o Ego da criança é fortalecido, acontece junto ao período de escolarização da criança, onde sua energia fica focada nas atividades escolares e nas relações sociais.
Ao final de todas essas fases, Freud vai nos dizer que é hora de buscar realização no mundo, estabelecer grupos de amigos fora do ambiente familiar, pares amorosos, tentar ao menos um pouco, ser sujeito se sua própria história.
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O presente artigo foi escrito por Pamella Gualter Leite ([email protected]) é Estudante de Psicopedagogia e Psicanálise. Amo descobrir e conhecer como funciona a mente humana para a partir disso junto com o indivíduo hegarmos a um equilíbrio entre o que se é e, o que precisa ser para convivermos em sociedade, evitando sempre anular nossos desejos reais.
3 thoughts on “Desenvolvimento Sexual Infantil segundo a Psicanálise”
Parabéns pelo artigo! Muito bem elaborado!
Obrigada!!!
Sou mãe de dois filhos. Penso se não ocorreu a Freud, e que talvez pudéssemos incorrer no pensamento de que na fase de latência as crianças já começassem a perceber, em um objeto (crianças “brincam” e acariciam com seus brinquedos) sua utilidade para obter prazer por si mesmos? De forma a transitar entre a fase fálica e a genital, ligando as duas?