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Quais são os Direitos do Profissional de Psicanálise?

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Na psicanálise, nós estudamos para ser um profissional da área da saúde. No fim,  vamos nos formar especialistas psicanalistas. Mas, assim como em todas as áreas, devemos falar sobre direitos e também sobre os deveres que os peritos no assunto devem ter na sua formação, além de, também, sobre seu respeito com seu cliente.

Uma vez que o psicanalista não deve apenas tratar o cliente como uma fonte de dinheiro, ele não deve fazer uma consulta buscando apenas receber seu pagamento no final e nada mais. Assim, ele deve ter apreço e também o tratar da melhor maneira possível.

Ficou curioso? Hoje, vamos apresentar todos os direitos e deveres de um psicanalista. Continue a leitura e descubra tudo!

Os direitos e deveres de um psicanalista

Ante o Código de Ética Profissional dos Psicanalistas, deve-se fazer valer o que consta nele, como o direito do analista e também o direito do cliente/paciente. Além disso, também deve ser considerada a ética do profissional, que diz como o bom e sério trabalhador deve se portar em relação ao próprio paciente, bem como a outras pessoas. Agora, vamos analisar alguns direitos.

O sigilo profissional 

O CEP (Código de Ética Profissional dos Psicanalistas), em seu artigo 6º, trata dos direitos inerentes a sua profissão.

“1- O sigilo profissional terá caráter absoluto dentro das atividades profissionais.”

Esse inciso nos mostra que o analista jamais deve revelar sobre o que ocorre com seu paciente. Ou seja, o que é conversado entre eles é sigiloso, assim como existe com o sigilo de um advogado em relação ao cliente e com o padre ao atendimento feito no confessionário. Portanto, deve-se proteger seu cliente e o que foi confiado ao analista ser mantido em sigilo.

“2- O Psicanalista não pode divulgar, em particular ou em público, quaisquer informes que tenham origem nas palavras dos pacientes, mesmo que estes tenham dito que os mesmos não eram segredáveis.” 

Esse inciso afirma que o analista deve manter sua ética e seu profissionalismo, não expondo o paciente, com divulgações de conversas entre eles, ainda que o cliente diga que não é segredo o que foi declarado.

“3- O Psicanalista não pode informar a outro profissional, mesmo que seja Psicanalista, sobre qualquer referência a respeito de paciente e de seu estado de saúde, sem que haja autorização por escrito do mesmo.” 

Para que o analista mencione sobre o estado de saúde do cliente para um colega profissional analista também, este deverá ser feito somente se o cliente autorizar de forma escrita. Caso não faça isso, ele estará indo contra o código de ética.

“4- O Psicanalista não pode fazer menção do nome de seus pacientes, mesmo quando apresentando casos clínicos, ainda que os pacientes autorizem.” 

Se o paciente autorizar a quebra do sigilo de seu nome, quando o analista vai fazer qualquer divulgação sobre os tratamentos clínicos realizados, por ética, mesmo assim, o profissional ainda assim não pode divulgar o nome do paciente.

“5- Sempre que o Psicanalista apresentar um caso clínico em alguma atividade acadêmica (palestra, aula, conferência, congresso, etc.) o fará sob pseudônimo.” 

No momento em que o analista tiver apresentando um caso, como já foi visto, ainda que o paciente autorize citar seu nome, ele não o deve fazer. Mas, sim, fazer um nome falso. Freud mostrou muito bem isso, em um caso hipnótico que ele tratava a paciente como Anna O..

Portanto, podemos pegar como exemplo se a paciente chama Fran Azevedo Silva, chamá-la de FAS. Essas iniciais podem representar vários nomes, ou então posso chamar essa paciente de Flávia A., mas sempre fazer por pseudônimo para não expor a pessoa.

De forma resumida, estes são uns dos sigilos mais importantes que o analista precisa ter em relação ao seu cliente. Agora, vamos falar sobre alguns direitos tão importantes quanto o sigilo.

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    Direitos do profissional

    Em seu artigo 8º do código de ética, estão presentes incisos sobre os direitos que o analista tem em relação ao seu paciente. Então, vamos ver os mais valiosos.

    “5- Recusar paciente que lhe esteja vinculado por laços de amizade ou parentesco.”

    Aqui, parece até meio contraditório, se tem um amigo ou um parente que precisa de tratamento, por que não iria tratá-lo? Exatamente pela ligação que há entre os dois, se ele for tratar um parente, pode ser que não seja profissional. Então, para que isso não aconteça, a melhor prevenção é o analista não fazer o atendimento.

    “7- Não fornecer, quando for o caso, o seu endereço e o seu telefone particular.”

    Não há dúvidas de que o analista pode dar seu número profissional aos seus pacientes e também que possa os atender em horário comercial. Aqui, o que o analista não deve fazer é passar seu número particular, e nem o endereço de sua residência. Pois, num final de semana, o profissional em seu descanso não pode ficar tratando de assuntos profissionais com seus clientes e nem os receber em sua casa. 

    Isso porque o telefone que o conecta com seus pacientes deve ser desativado após o horário comercial e também aos finais de semana. Pois assuntos de trabalhos são tratados no trabalho, não podendo haver essa aproximação entre analistas e clientes. Porque até a ética profissional é prejudicada.

    Considerações finais

    Em resumo, a Psicanálise Clínica, assim como qualquer outra profissão, tem seus princípios éticos e eles são o que norteiam o analista. Seja qual for a área, deve-se ter respeito com o cliente, não devendo expô-lo, ainda mais se tratando de profissionais da área da saúde que lidam com pessoas doentes mentalmente.

    Ademais, o psicanalista deve atentar-se com a doença de seus pacientes, dando o seu melhor no tratamento deles e não usar nenhum tipo de exposição. Ainda que o paciente diga durante a sessão que não há segredos entre o que conversam, até porque é uma exposição desnecessária.

    Por fim, quando for o caso em que a exposição de seus casos clínicos, forem tema de congressos, aulas, etc. o caso pode ser exibido de maneira que o nome seja preservado, por um pseudônimo. Assim, não há nenhum tipo de mostra ao seu cliente. Além de garantir o sigilo de seu paciente, ele também honrará seu código e sua ética profissional.

    O artigo acima foi escrito por Geraldo Fortunato Machado Neto, um de nossos alunos do curso de Psicanálise Clínica.

     

     

    10 thoughts on “Quais são os Direitos do Profissional de Psicanálise?

    1. Maria Teresinha Gaspar Lopes disse:

      O analista nao deve ter vinculo emotivo com o analisando, para que nao interfira no Processo Analitico.A Confianca de que seus relatos nao serao divulgados é imprescindível, como também sua identidade.

    2. César Samblas Boscolo disse:

      Mais um excelente artigo que vem complementar a nossa formação psicanalítica. Um grande abraço a todos.

    3. David Felipe okawa silva disse:

      Um comentário legal a cerca deste assunto já teria ouvido , em outros lugares menções a cerca do assunto mais aq estão clareando mais e tornando mais fácil o entendimento , acho legal o assunto inclusive também pela questão de ter disponível no rodapé do texto outros textos em formas de artigo igual eu cheguei a notar ; onicifagia : significado e principais causas , então sempre tem algo que se torna interessante para estudar então é nesse âmbito dessas leituras que o site psicanáliseclinica.com coloca a disposição desde que fazemos a inscrição até então desde que continua – se a leitura , de os mesmos , artigos por esse âmbito que nós deixa a disposição temos gratidão por os textos que – se tem a disposição , blz firmeza então a vocês eu agradeço e estou grato , obrigado .

    4. Geraldo Korndorfer disse:

      Eu gostaria que vocês se manifestassem a respeito de um livro recente que qualifica a psicanálise como uma bobagem entre outras. Agradeço antecipadamente.

      1. Psicanálise Clínica disse:

        Olá, Geraldo, tudo bem? Olha, não há uma obrigação de nos “manifestarmos”. É sabido que a psicanálise sempre teve entusiastas e críticos, é preciso ter resiliência e entender que isso é próprio da dinâmica dos saberes, para não se deixar se afetar, aproveitando para tirar das críticas algo de bom que exista nelas. Especificamente sobre o assunto que você tratou, criamos este artigo aqui, sobre psicanálise ser ciência, pseudociência etc.

      2. Marcelo Brito disse:

        Boa tarde esta é uma questão que foi dialogada e discutida por muitos profissionais da area recomendo que leia o livro Ciência pouca é bobagem – Por que psicanálise não é pseudociência EDitora UBU Christian Dunker, Gilson Iannini- Ed. Ubu,reponde bem a essta demanda.

    5. Rogério de Brito Santos disse:

      Deixo aqui uma pergunta com relação ao não fornecer o endereço de moradia. E quando se reside no mesmo prédio da nossa Clínica, não seria suficiente a determinação dos dias e horários de atendimento?

      1. Psicanálise Clínica disse:

        Sim, Rogério. Sendo o mesmo endereço, será inevitável o paciente conhecê-lo. De toda forma, a distinção de espaço (na medida do possível) e de horário deve ser combinada ou pressuposta.

    6. Deoclecia Lesla Souza da Silva disse:

      Excelentes esclarecimento quanto aos direitos e deveres do Psicanalista. Sou psicanalista e amo a profissão! Acredito muito na colaboração que a profissão pode dar a sociedade. E o tripé Freudiano nos capacita para o trabalho. As abordagens para aquele que leva a sério a terapia tem excelentes resultados. No entanto, sinto ainda uma certa rejeição, ou seja, ainda dão pouco valor por não se tratar de uma graduação. Apesar disso, também vejo que esse sintoma está perdendo a força, a Psicanalise está ressurgindo nos Centros de Saúde, mesmo existindo um grupo que ainda não esta aberto para a eficiência dos conceitos dos grandes Psicanalistas veteranos, os contemporâneos tem feito excelentes trabalhos de divulgação nas redes sociais e estão quebrando mitos. Na minha Clínica alguns que são indicados e chegam aqui com um certo “mal estar” ao entrar no consultório e ver o Divã rsrsrs tudo muda e ai começa a leitura, vejo o quanto o Divã promove acolhimento. Tenho pacientes que são psicólogos e sempre me indicam por conhecerem meu trabalho. Enfim, só um pequeno comentário para fortalecer nossos vínculos. Sou super grata a Psicanalise Clínica – IBPC – “A principal tarefa de uma existência é compreender a própria mente.” – Freud – Abraços!!

      1. Psicanálise Clínica disse:

        Deoclecia, agradecemos a gentileza de suas palavras, desejamos que você continue atuando com sucesso e responsabilidade, por meio da psicanálise. Obrigado.

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