Eróstrato

Eróstrato: história, mitologia e complexo

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Eróstrato (ou Heróstrato) foi uma figura importante para a Grécia antiga. No entanto, sua fama se estabeleceu pelos motivos errados e, na verdade, esses motivos são pouco gloriosos. Lembramos de sua história na atualidade não apenas pelas coisas que marcaram sua história, mas pela analogia a comportamentos comuns na Modernidade.

Explicamos melhor: o Complexo de Eróstrato é o nome atribuído para pessoas que, por algum motivo, remetem às ações do personagem. Esse fenômeno é tema de estudo na Psicologia e pode ser identificado em muito mais casos do que se conhece.

Para você entender quais são as ações que geram semelhança com a figura de Eróstrato e, afinal, quem foi essa personalidade, preparamos este artigo que explica o mito grego e a sua intepretação na psicologia. Continue a leitura e confira!

Qual o mito de Eróstrato?

Antes de conhecer o mito de Eróstrato e as ações responsáveis por deixá-lo famoso, é importante entender quem ele era. Obcecado pela fama, pelo desejo de ser lembrado e de marcar a história para sempre, Eróstrato não media esforços para alcançar seu objetivo.

Não é à toa que a figura é conhecida unicamente por este objetivo, sem outra participação importante na mitologia grega. Contudo, essa motivação levou o personagem a executar uma ação — que será contada mais adiante — e foi suficiente para fazê-lo entrar para história, como ele desejava.

Em linhas gerais, o personagem era habitante de Éfeso, uma região da Grécia antiga onde hoje se encontra a Turquia. Além disso, seu nome também está diretamente associado ao templo de Ártemis, motivo pelo qual ele conquistou a sonhada fama.

Eróstrato na mitologia

Segundo o mito, como já adiantamos, Eróstrato estava disposto a fazer qualquer coisa para ganhar notoriedade e chamar atenção do mundo para si. Assim sendo, como forma de conquistar a tão sonhada fama, ele decidiu que incendiaria os monumentos mais belos e importantes da sociedade.

Foi então que esse indivíduo ateou fogo no templo de Ártemis, em Éfeso. O monumento honrava a deusa da caça, do nascimento e da vida selvagem. O templo era feito de mármore e, além disso, era um dos mais preciosos para os gregos, sendo uma das Sete Maravilhas da Antiguidade.

No entanto, ele foi incendiado em 21 de julho de 356 a.C. Ademais, Eróstrato fez questão de exibir-se como o autor do crime, assumindo ter orgulho do seu ato. Dessa forma, o criminoso também admitiu também ter incendiado o templo e admitiu que o fez apenas para se tornar imortal.

Eróstrato na história

Apesar de realmente ter uma participação relevante na história, o mito de Eróstrato não teve exatamente o final que ele esperava. Afinal, as autoridades de Éfeso não poderiam atribuir penas brandas a um criminoso que se orgulhava do crime.

Por esse motivo, Eróstrato foi condenado à morte, pena que não tinha o objetivo apenas de puni-lo, mas de advertir outros infratores. Logo, qualquer outro sonhador que quisesse ficar famoso cometendo crimes, saberia que as consequências seriam duras.

Fora isso, para infelicidade do protagonista desta história, as autoridades também proibiram a menção de seu nome pelas próximas gerações. Assim sendo, quem descumprisse a ordem e pronunciasse o nome do incendiário estava sob o risco de sofrer a mesma pena que ele.

O que é o Complexo de Eróstrato?

O Complexo de Eróstrato, para a psicologia, tem como objeto de estudo um indivíduo que gosta de ser o centro das atenções. No entanto, a pessoa com o complexo não quer só atenção naquele momento, ela quer ser lembrada para sempre. Isto é, ficar para a história.

Além disso, um traço importante sobre esse tipo de pessoa é que ela apela para crimes hediondos e chocantes. Com isso, ela garante que a atenção de todo mundo se voltará para suas ações após o seu momento de histeria.

É bastante comum que esse complexo seja identificado em terroristas e criminosos que realizam massacres imprevisíveis. A título de exemplo, considere os atentados em escolas e igrejas, onde dezenas pessoas são brutalmente assinadas sem nunca terem visto o assassino.

Alguns casos como esses podem ter motivações como intolerância religiosa, ou acerto de contas por bullying, por exemplo. Entretanto, a engenhosidade presente no planejamento e na execução de certos crimes, que até contam com um certo “ar de glória”, caracterizam o criminoso.

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    ‘Quanto mais aparência, mais carência’

    Estudiosos e psicólogos acreditam que o desejo compulsivo por atenção é apenas um reflexo de carência. Desse modo, quanto maior for o sonho do indivíduo de ser famoso e conhecido, maior parece ser a experiência de rejeição que essa pessoa sofreu ao longo da vida.

    Ou seja, a pessoa quer ser a mais conhecida do mundo, muito provavelmente por ter sido rejeitada a vida toda. Consequentemente, não admitindo a rejeição, o indivíduo cria um método de ação no qual seu nome, sua aparência e suas ações são imortalizadas, como foi o caso de Eróstrato.

    Ele incendiou o templo de Ártemis em Éfeso não porque tivesse algo contra a deusa, o templo ou seu povo. Ele simplesmente fez isso porque acreditou que esse fato lhe daria fama.

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    Características do Complexo de Eróstrato

    Pelas descrições que comentamos até aqui, é possível ter em mente que o complexo de Eróstrato torna as pessoas grandiosas, prepotentes e imponentes. Essa é a crença do indivíduo que apresenta o problema.

    Contudo, a verdade é que as pessoas sofrendo com o complexo apresentam emoções e crenças que as tornam muito instáveis e vulneráveis. Em razão disso, as características cruciais para identificar alguém assim são bem diferentes do que parecem. A seguir, veja as três principais:

    Baixa autoestima

    A baixa autoestima é uma característica que pode fazer o indivíduo se esconder tão bem que as pessoas não percebem que ele está presente. Assim, ao passo que essa pessoa não tem visibilidade, ela também quer que as pessoas a vejam e encontrará uma maneira drástica de fazer isso acontecer.

    Obsessão pela fama

    A pessoa que apresenta uma obsessão por ser famosa pode até tentar outras maneiras de conquistar seu objetivo antes de cometer um crime. Contudo, se nada lhe traz o resultado que ela espera, tentará sempre algo mais absurdo até que seu nome receba atenção.

    Comportamentos inconsequentes

    A consumação por excelência do complexo acontece com um ato criminoso, porém existem outros comportamentos que podem se manifestar antes. Por exemplo, a pessoa pode apresentar um perfil agressivo ou antissocial e evidenciar que vive em uma realidade que não existe.

    Vale destacar que o Complexo de Eróstrato não atinge apenas grandes criminosos. Alguns estudiosos defendem que ele pode atingir qualquer pessoa que faz de tudo para ser o centro das atenções. Seja de forma positiva ou negativa.

    Em outras palavras, muitas pessoas com o problema são capazes de cometer um crime, mas nem sempre elas vão fazer isso. Afinal, cada caso é diferente e envolve uma avaliação psicológica e social que vai muito além do que comentamos aqui.

    Considerações finais

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