Falar sobre sexualidade para a psicanálise nos dias de hoje ainda é um tabu muito grande, pois temos muitas limitações e interpretações erradas deste termo, ao qual faz as pessoas acharem que é algo que ainda não se deve falar muito, pois é muito individual e “íntimo”, onde poucas vezes entramos nesse assunto sem gerar algo polêmico ou até mesmo em alguns casos preconceito.
Entendendo a sexualidade para a psicanálise
Na psicanálise a sexualidade é vista de uma forma diferente, como um processo normal do desenvolvimento ao qual assim como outras partes da vida tem suas fases, e seus processos, não e visto somente como “sexo” mas algo muito alem e mais profundo que vem desde o nosso nascimento, ao qual levamos ate a vida adulta.
Assim como no desenvolvimento da vida, o da sexualidade tem suas fases e nela podemos adquirir inconscientemente alguns traumas, algumas receios e até mesmo alguns desejos que pela sociedade seria imoral, são coisas tão pequenas que quase sempre passam despercebidas, pois quando nascemos não sabemos diferenciar o que é moral ou imoral, vemos tudo como novo e uma descoberta, com isso na vida adulta em alguns momentos acaba regredindo a essas fases, pois foi onde esses traumas foram instalados, ocasionando certos comportamentos que podem ser exagerados ou até te mesmo considerados infantis.
Sexualidade para a psicanálise e a fase Oral – Nascimento
No nosso nascimento e onde tudo começa, vamos descobrindo desenvolvendo nossa psique, não temos muita distinção da moralidade, e somente conseguimos utilizar meios de sobrevivência, um deles seria a boca, onde por lá satisfazemos nosso instinto mais primitivo nossas pulsões primárias, onde inconscientemente satisfazemos nossos prazeres, um exemplo: quando o bebe termina de mamar e fica em êxtase totalmente anestesiado e relaxado, isso é sinal de satisfação, pois a mamada para o bebe e um momento que mais lhe dá prazer, pois é onde ele se sente seguro, acolhido, e alimentado, e tudo o que ele precisa está ali.
Essa sensação de prazer que o bebe sente e o que chamamos de início da libido, ou instinto libidinal, que através da boca, onde ele busca conhecer o seu mundo ao seu redor, e satisfazer sua necessidade que o leva ao prazer. Muitos dos nossos hábitos relacionados à boca provém dessa primeira fase do nosso desenvolvimento psicossexual, pois inconscientemente no processo desses primeiros anos de vida algo que lhe causou um pequeno trauma, que sem você saber trouxe para vida adulta pois é tão comum para você que nem percebeu, alguns desses traumas dependendo da gravidade, gera muitas doenças que hoje está na sua vida adulta, muitos hábitos ligados a boca, dependência emocional ou baixa tolerância a frustrações entre outros, fazendo você regredir a certos hábitos dessa fase.
Fase anal – Criança na fase de desfraude
Na fase seguinte começamos entender como funciona o seu corpo e começa a obter mais curiosidade, pois começa a controlar suas vontades básicas, e onde a criança começa a entender as diferenças entre pai e mãe, e principalmente o início de sua autonomia, pois já está começando a controlar os seus esfíncter e fazer sua necessidades no banheiro.
E com esse conhecimento sobre o controle de segurar e soltar sua função excretora, que começa a conhecer a sensação do prazer em fazer sua fezes, pois algumas crianças pela curiosidade e até mesmo para chamar a atenção dos pais acaba pegando com a mão sua fezes pois começa a entender que já não está tão dependente, e que os “pais” não estarão mais danto tando “atenção”, e outras pelo mesmo motivo acabam fazendo nas roupas para ter essa “atenção” que seria diminuída.
Pessoas com alguns hábitos de competitividade excessiva, desejo de controle e posse ou de manipulação ou acumulação, e até mesmos pessoas com problemas de compulsões e neuroses, nessa fase houve algum trauma no andamento de seu crescimento ao qual faz com que inconscientemente trouxesse para a vida adulta e sem notar acaba regredindo a certos comportamentos que nessa fase lhe fez esse trauma.
Sexualidade para a Psicanálise e a fase Fálica – A fala
A fase dos porquês, onde a criança começa a perguntar tudo, pois é a consolidação das duas fases anteriores onde ela começa a querer entender tudo ao seu redor e como as coisas acontecem, e onde também elas começam a pegar seus órgão genitais, claro que sem a malícia do adulto, porém começam a se comparar com o outro amiguinho para saber pra que serve de fato, e o porque a diferença entre seus amiguinhos.
Já falei em artigos anteriores sobre o complexo de édipo(quando o menino tem uma desejo de possuir a mãe e vê o pai como um rival, e o contrário com a menina),se a criança não consegue entender a diferenciação e se sente de “fora” da relação pai e mãe ela é acometida por sentimentos de abandono, medo, culpa, entre outros se frustrando e gerando a angústia de castração gerando um medo e abandono ao invés de amor, pois é nessa fase que o édipo é consolidado, e com isso ele acaba sendo mal fixado pois como ele começa na fase anterior, vem para essa fase como trauma, que definirá certas escolhas e caminhos na vida adulta.
Fase Latência e Genital
A fase de latência é onde a criança não se lembra de nada dessa descoberta onda a uma relativa amnésia, uma repressão no seu inconsciente sobre sua sexualidade infantil sobre esse início, como seu desenvolvimento social está em andamento, não ve vontade de lembrar e voltar a certos hábitos das fases anteriores, a qual o seu ego não costuma regredir.
Na genital e onde começa a puberdade, onde se e falado sobre o “sexo” que nos adultos conhecemos, e a fase de amadurecimento e fixação, nessa fase buscamos entender suas pulçoes e dejesos realmente mais levado ao lado de procriação como conhecemos, o “sexo” em si.
Quando o adulto ou o adolescente não está fixado nessa fase é onde começa a vir as regressões das fases anteriores como comentado, em formas de doenças e problemas mentais e emocionais.
Conclusão
Pela visão de Freud toda a nossa estrutura da libido é organizada nessas fases, pois em cada momento ela vai se definindo e se formando e nos tornando quem somos, traçando nossa personalidades e deixando em cada vivência marcas profundas pois cada experiência na nossa vida vai definindo nossa sexualidade.
Nenhuma dessas fases são fixas, mas pelo contrário dependerá muito da individualidade e estrutura de cada indivíduo perante suas vivências, pois o prazer libidinal em cada fase vai de cada um e de cada momento e cada experiência, e como ela é absorvida e vistas individualmente.
O presente artigo foi escrito por Rafaela Krubniki ([email protected]). Uma jovem que tem 25 anos em busca de ser reconhecida pela suas ideia e pensamentos, para ajudar as pessoas e se encontrar num mundo de caos.
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2 thoughts on “Sexualidade para a psicanálise”
Eu diria que a amistosidade nas relações interpessoais passa pela sexualidade resolvida, com emocional amadurecido, indo além da questão genital! Não é raro e, esta me chamando mais atenção, homens a partir dos 50/60 anos (tenho 55 anos), falantes e, mesmo “cuidadosos” em “arrumação”: quantas esposas reclamam de como o marido (em idade fértil) deixam o banheiro depois do banho! E tem um taxista, que me parece “saído do armário” nessa faixa etária, mas com detalhe de mesmo que tenha buscado a referência masculina (testosterona que nele esteja reduzida) em relação homoafetiva, está bem “falante” e presumo que o suposto namorado esteja com ele, por essa “característica” mais atrelada ao gênero feminino! Numa corrida, que fez comigo, eu percebi ele atendendo uma ligação de um homem! Ele, depois meio contido por ter dado de eu ouvir a ligação! Depois de pagar pela corrida, disse a ele, não te atrase mais e, finalizei que Não importa quem nos espere e, mesmo que seja outro homem, importa é se “entenderem”!
Muito bom comentário!