Conceito de Repressão

Conceito de Repressão em Psicanálise

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A técnica psicanalítica como o conceito de repressão trata-se de um método original inventado por Sigmund Freud para facilitar a verbalização do que é, para o indivíduo, inacessível porque está em repressão.

Isso deve ser visto como uma descrição dos meios efetivamente implementados na condução de um tratamento e não como a codificação a priori de procedimentos que tendem a se tornar ritualizados.

Entendendo o Conceito de Repressão

A descoberta freudiana supõe a existência de uma psique inconsciente que nos determina sem o sabermos, inconsciente que não é uma simples ausência de consciência, mas o efeito estrutural de uma repressão. E estabelece que uma série de dificuldades próprias do indivíduo, uma série de sintomas, só podem desaparecer se a repressão é pelo menos parcialmente levantado, se o indivíduo tiver acesso ao que é normalmente inacessível.

Existe, portanto, um paradoxo que parece difícil de superar. Como o indivíduo pode tomar consciência do que é, por definição, o próprio inconsciente? O projeto seria impraticável, ao que parece, a menos que promovesse um método muito específico, uma técnica capaz de superar a repressão. É preciso também situar o que corresponde à regra fundamental em relação ao psicanalista.

Freud recomenda que ele se mantenha ele mesmo em uma receptividade, em uma abertura, em uma disponibilidade tão grande quanto possível em relação ao que o paciente pode dizer. Em termos de prática diária, isso implica que ele não precisa favorecer um tipo de afirmação em detrimento de outro. Ele deve prestar a mesma atenção a tudo, o que é indiscutivelmente denominado de forma imprecisa, sempre com atenção.

Conceito de Repressão e a Resistência

Uma Análise da Resistência é um dos pontos de pesquisa e estudos de Lacan, que percebe que a noção de resistência tem estado no centro de alguns dos debates mais animados sobre a técnica psicanalítica. Freud havia, desde o início, reconhecido que a repressão tem efeitos no próprio tratamento. Quando a análise se aproxima muito do núcleo patogênico, ou seja, do conflito inconsciente fundamental, a fala do paciente torna-se mais difícil ou mesmo cessa.

E na maioria das vezes, quando não consegue mais enfrentar a própria verdade, transpõe suas dificuldades para o nível de sua relação com o analista, repetindo na transferência o que não consegue verbalizar em seu discurso. No nível descritivo, ninguém pode contestar que a experiência requer o reconhecimento dessas dificuldades. O problema está além disso, no nível das mudanças na teoria e na prática que produziram o que foi chamado de análise de resistência.

Se a leitura dos textos de Freud permite postular, apesar de algumas ambiguidades, a origem da resistência ao nível das dificuldades para o indivíduo se aproximar do real de seus conflitos inconscientes, não foi o mesmo para os analistas que o seguiram. Insistindo no que se manifesta ao nível da transferência, fizeram da resistência uma dificuldade na relação pessoa-a-pessoa, de mim para mim e, sobretudo, codificaram uma técnica que visava essencialmente analisá-la neste plano.

Conceito de Repressão e a agressividade do paciente

Wilhelm Reich, por exemplo, que dirigiu o seminário técnico em Viena durante vários anos, exigiu que analisássemos a resistência antes de analisar o conteúdo dos conflitos que constituem o problema do paciente. Se o analista não conseguisse superar a agressividade do paciente, agressividade dirigida àquele que tentava fazê-lo reconhecer seus impulsos reprimidos, ele inevitavelmente fracassaria. Uma interpretação dada antes de ter reconhecido e vencido todas as resistências era inútil.

Ao propô-lo, o analista só perderia ser munida em horário inadequado, correndo o risco de ficar sem argumentos quando assuntos sérios tiverem que começar. Jacques Lacan deveria se opor a essa técnica, que se tornou bastante difundida após a Segunda Guerra Mundial. Ele mostrou que qualquer análise de resistência ao nível da relação imaginária com o analista, qualquer interpretação que situasse os problemas ao nível do ego, do ego, só poderia aumentar as dificuldades porque sempre se reforçam as reações.

Presença, ciúme, amor ou ódio, analisando-os neste nível. A análise não é uma relação minha comigo, supõe sempre um terceiro, ainda que seja o próprio discurso. Essa posição tem efeitos imediatos e constantes na prática. Na interpretação, por exemplo.

Considerações finais

Na verdade, interpretar não consiste em oferecer ao paciente um sentido que vai contra o que ele acredita compreender, e principalmente não em tentar impor isso à sua aceitação consciente, ao seu eu oficial, mas sim em fazer de jogo o enigma que envolve o a própria enunciação.

Da mesma forma, a escansão, a interrupção da sessão fora da jurisdição do relógio, não só permite trazer à tona no discurso algum termo essencial que ela destaca: impede o indivíduo, confuso do que poderia dizer, de tranquilizar ele mesmo de sua completude imaginária, ele frustra a resistência ao invés de lutar ou analisá-la.

Tudo isso, é claro, só é possível se não considerarmos as regras técnicas de Freud como prescrições deduzidas de uma vez por todas de uma ciência concluída. Além disso, o próprio Freud disse que sua técnica era apenas um instrumento, um instrumento que lhe convinha, mas que outros poderiam ter que usar outros instrumentos. Assim, nenhuma regra técnica isenta o analista de assumir a seu modo a responsabilidade pelo seu ato.

O presente artigo foi escrito por Michael Sousa([email protected]). Possui MBA em Gestão Estratégica pela FEA-RP USP, é graduado em Ciência da Computação e especialista em Gestão por Processos e Six Sigma.

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