As Estruturas do Aparelho Psíquico

As Estruturas do Aparelho Psíquico

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Hoje falaremos sobre as Estruturas do Aparelho Psíquico. Sabe-se que Sigmund Freud, em seus estudos e investigações, estruturou o aparelho psíquico em divisões, explorando as atribuições dadas a cada uma dessas divisões. Essa estruturação é conhecida como Tópicas Freudianas, ou modelos topográficos.

Conhecendo as Estruturas do Aparelho Psíquico

Nesse texto veremos mais sobre essa estrutura, e cada uma das suas instâncias. Buscaremos realizar comparativos e diferenciações entre elas para que o conteúdo tenha mais aderência à medida que exploramos sobre. Já que apesar de serem bem divididos, seus conteúdos são extensos, cheio de detalhes que revelam suas diferenças e semelhanças, suas singularidades, e como trabalham em conjunto no indivíduo formando a psique.

A Primeira Tópica foi elaborada por Freud entre 1900 a 1915, onde nela ele apresentou três instâncias para a mente humana, mas essa seria apenas a sua primeira teoria, pois em 1920 a 1923 a teoria de Freud passou por uma reformulação, no qual ele apresentou mais 3 instâncias, e que hoje conhecemos como a Segunda Tópica.

Vale ressaltar que, a segunda tópica não anula o que foi apresentado na primeira, na verdade, uma é o complemento da outra e esse conjunto de instâncias formam a totalidade da nossa mente.

As Estruturas do Aparelho Psíquico e o Método Topográfico

Aprofundando um pouco mais o conhecimento, quando falamos sobre “Modelo Topográfico” referente a Primeira tópica, estamos falando da ideia de que as instâncias do aparelho psíquico se encontram em lugares “Topos” da mente. Já no Segundo modelo topográfico não mais seria relacionado a “lugares”, mas ao funcionamento e a relação entre as instâncias, por isso, a segunda tópica é conhecida também por modelo estrutural. Mas quais os nomes dessas instâncias?

Você deve estar se perguntando. Então vamos lá, falaremos a seguir sobre a divisão das tópicas criadas por Freud em cada uma das suas instâncias.

No Primeiro Modelo Topográfico, o médico vienense apresentou o consciente, o pré-consciente e o inconsciente. Três sistemas em que a mente pode ser compreendida. Também conhecido pelas siglas CS (Consciente), PCS (Pré-consciente) e ICS (Inconsciente). Torna-se importante aqui, retomar o caminho que levou Freud a descoberta dessas três instâncias psíquicas.

A histeria e Freud

Antes disso, não existia nada além do entendimento do consciente, era como se o indivíduo fosse 100% consciente, como se não existisse camadas para os traumas e memórias se “esconderem”. Hoje é difícil imaginar que alguém um dia já acreditou nisso, e a partir daí notamos a riqueza desta descoberta fantástica, que para os estudiosos da época parecia loucura.

Foi através do seu contato com pacientes acometidos pela Histeria que Freud caminhou rumo à descoberta das outras camadas da mente, já que durante suas análises ele notara que as correspondências sintomáticas não estavam necessariamente vinculados a acontecimentos traumáticos propriamente ditos, mas que poderiam ser fantasias, criações da mente que distorcem os fatos. E foi a partir dessas análises que Freud determinou a existência daquele que seria responsável por criar essas fantasias, o inconsciente.

Em 1900, Sigmund Freud publicou o livro “A interpretação dos sonhos”, que continha, no capítulo VII, a apresentação formal da estrutura do aparelho psíquico.

As Estruturas do Aparelho Psíquico e o inconsciente

O inconsciente é um “depósito” de pensamentos, sentimentos, memórias e impulsos desconhecidos pelo consciente, ou seja, foge a percepção do mesmo. O inconsciente é a parte mais arcaica do aparelho psíquico e é regido pelo princípio do prazer, tendo assim uma descarga pulsional incessante.

Entre o ICS e o CS iremos encontrar o PCS ou seja o Pré-consciente, essa é a instância que causa a restrição do contato entre a Inconsciente e o Consciente. Isso porque essa instância é que vai mediar o que vai ou não chegar ao nível de conhecimento do consciente. Em outras palavras, o PCS é o que não está presente na consciência, mas pode ser lembrado sem resistência ou repressão interna.

O Consciente, por sua vez, é a instância mais fácil de ser compreendida, já que não existe nela complexidade nem “segredos”. Essa instância tem disponível tudo aquilo que é acessível facilmente à mente do indivíduo. Vale ressaltar que nenhuma dessas instâncias pode ser separada, uma não funciona sem a outra, é como uma engrenagem e as três trabalham em conjunto na formação do aparelho psíquico.

A segunda tópica

O estudo de cada uma delas é além de como elas se dividem, mas também como atuam em conjunto promovendo causas e efeitos no indivíduo.

Na segunda tópica veremos a personalidade sobre três bases: O ID, EGO e SUPEREGO. Foi pelos anos de 1920 a 1930 que Freud reestruturou o aparelho psíquico, não anulando o que foi construído na primeira tópica, mas sim preenchendo as lacunas que existiam na estrutura da psique humana. Foi em 1923 que Freud apresentou essa reformulação no texto publicado “O ego e o id”.

O ID: É a parte mais arcaica da psique de um indivíduo, constituído apenas de desejos, pulsões e vontades, é formado por instintos. Para Freud todo ser humano nasce apenas com o ID e a partir dele que o EGO e o SUPEREGO se desenvolvem como parte da personalidade do indivíduo.

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    O ID

    O ID é a parte da personalidade imersa no inconsciente, sem qualquer contato com a racionalidade, a moralidade ou a sociabilidade, por isso o id é regido em sua totalidade pelo princípio do prazer.

    O SUPEREGO: É a instância psíquica que busca controlar o ID através do EGO. Nessa instância há o controle das regras sociais, sanções, normas e padrões. É ele que determina o que é ou não correto atender às tentativas pulsionais do ID pela busca do prazer. O Superego censura tudo o que não seria socialmente aceitável.

    Vale destacar que o superego é parte consciente e parte inconsciente, já que ele regula padrões comuns entre a sociedade, como, por exemplo, ser errado matar alguém.

    As Estruturas do Aparelho Psíquico e o ego

    Já a parte inconsciente dele é aquela que regula padrões de conduta pessoal, que geralmente o indivíduo acredita ser natural dele, porém, fato é que se trata de algo que ele aderiu de forma inconsciente devido ao meio que estava inserido. Exemplo disso seria, forma de se vestir ou o jeito de falar.

    O EGO por sua vez é parte da personalidade do indivíduo localizada em sua grande maioria no consciente. Essa instância é capaz de racionalizar, ter percepção e memória e é ela que faz a ponte entre o ID e o SUPEREGO. Podemos dizer que essa instância é a mediadora das outras duas instâncias.

    É através do EGO que há a harmonização do indivíduo, já que entre ele existe uma extrema divergência do ID e o SUPEREGO, sendo um extremamente pulsional e o outro extremamente perfeccionista.

    Conclusão

    Foi dito que o EGO é grande parte consciente, porém também existe o lado inconsciente, que no caso seria aquele que ‘trabalha’ na produção das angústias, mecanismos de defesa, fenômenos de identificações e na formação de símbolos. É nessa instância que vemos manifesto o princípio da realidade.

    Poderíamos detalhar muito mais sobre as estruturas que compõem o aparelho psíquico, mas visando simplificar e trazer uma assimilação rápida das instâncias foi apresentado apenas o nome e uma breve atribuição ao funcionamento delas.

    Mas para um estudante de Psicanálise faz-se importante a absorção e domínio dos conhecimentos das tópicas freudianas, já que a partir delas se faz possível entender as disfunções e desequilíbrios que podem ocorrer no aparelho psíquico.

    Este artigo foi escrito por Zana Hitzschky. Se quiser acompanhar meu desenvolvimento como aluna do IBPC siga-me no Instagram @zana_geritza. Ainda tenho uma jornada de estudos pela frente até me tornar uma profissional atuante e fico feliz de compartilhar o que tenho aprendido.

     

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