Fatos da história da psicanálise

Fatos da história da psicanálise

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Você sabia que Sigmund Schlomo Freud, nasceu em 1856 no Império Austríaco e morre aos 83 anos na Inglaterra? Ele pertenceu a uma família judaica, constituída pelo pai, mãe e cinco irmãs. Formado em medicina na Universidade de Viena em 1881, torna-se um psiquiatria e neurologista. Continue a leitura e veja mais fatos da história da psicanálise.

A proposta de Freud

Dentro dos fatos da história da psicanálise, Freud em sua atuação como médico se interessa pelas mulheres histéricas, cujo tratamento convencional da época não supriam as necessidades, sendo essas mulheres muitas vezes tratadas como se estivessem fingindo os sintomas.

A proposta de Freud para com as perturbações metais no final do século XIX, era de acolhimento e pesquisa. A psicanálise se desenvolve a partir das observações de um médico diante dos sintomas histéricos e que busca o esclarecimento e o tratamento desses males.

Hipnose e fatos da história da Psicanálise

Desiludido com a atuação da medicina em relação às pacientes histéricas, Freud vai a Paris, e encontra-se com o neurologista Jean-Martin Charcot, que usava a hipnose no tratamento desses pacientes. Pacientes histéricos eram considerados pessoas com distúrbios mentais causados por anormalidades no sistema nervoso.

Quando volta a Viena, começa a usar a sugestão hipnótica para tratar seus pacientes com sintomas histéricos. A hipnose é uma técnica, onde uma pessoa é induzida por outra, por meio da sugestão, a um estado alterado de consciência, onde é investigado se existe algo que se apresente e tenha ligação com o sintoma.

Durante o estado hipnótico, o médico consegue induzir o aparecimento e desaparecimentos dos sintomas apresentados. No entanto Freud percebe que nem todos os pacientes podem ser hipnotizados e muda sua técnica.

Método Catártico

Entre 1893 a 1896, Freud se une ao médico Josef Breuer, e por meio da experiência com o tratamento da paciente Ana O, foi constituída uma técnica que reduzia os sintomas, pedindo ao paciente que falasse sobre suas fantasias e alucinações, trazendo essas lembranças ao consciente.

Tal método chamava-se, Método Catártico, fazia com que o sujeito em terapia conseguisse a liberação dos afetos e emoções ligadas aos traumas, por meio da lembrança das cenas desses acontecimentos traumáticos. A ideia ou o afeto que fosse desagradável ao paciente, era suprimido do consciente, e reprimido, surge então o conceito de recalque, que mantém essas ideias e afetos no inconsciente, desencadeando depois os sintomas, nos mostrando mais sobre os fatos da história da psicanálise

Os sintomas dentro dos fatos da história da Psicanálise

O sintoma preencheria essa lacuna na memória, que quando revivida liberava o paciente dos sintomas. A Ab-reação seria essa descarga emocional promovida pela liberação dos afetos ligados às memorias de acontecimentos difíceis de serem processados devido a dor e angústia que causavam ao indivíduo, definido por trauma.

Associação livre

Freud e Breuer, 1897 rompem, devido à divergência de ideias. Breuer não concorda com os estudos de Freud sobre sexualidade ligada a infância. Freud continua seu caminho com a Psicanálise, termo que aparece a partir de 1896.

Abandona a hipnose e passa a usar a técnica da concentração, onde paciente e médico, conversam normalmente, é dado ao paciente a oportunidade de recordar o que tinha causado os sintomas, e quando o paciente dizia não lembrar o médico insistiria para que lembrasse. Durante a hipnose o paciente liberava o inconsciente, não havendo a repressão dos conteúdos fundamentais para o tratamento dos sintomas.

Freud percebe que era possível despertar essas memórias sem a hipnose e que poderia alcançar esse objetivo com o uso da insistência, transpondo assim a resistência ao tratamento. A Resistência foi um termo empregado por Freud para definir o tempo que levava para que os obstáculos que se manifestavam por parte do paciente em relação ao tratamento fossem derrubados.

A técnica psicanalítica e a hipnose

A técnica psicanalítica teve início com a hipnose, passa pelo método catártico, avança de maneira breve para a técnica da pressão, onde o terapeuta colocava a mão sobre a testa do paciente para trazer ao consciente as lembranças, até surgir a Associação Livre.

Na Associação livre o paciente diz tudo que lhe vier à cabeça, mesmo aquilo que ele não queira falar e Freud analisava e interpretava por meio da técnica da escuta, relacionando a fala do paciente com os acontecimentos guardados no inconsciente.

Esta técnica apresenta algumas vantagens como poder ser usada pela maioria das pessoas e permitir verificar a resistência dos conteúdos de repressões que precisavam ser trabalhadas. Algumas dificuldades aparecem com o uso desta técnica como quando o paciente diz não saber mais o que dizer, porém as ideias são constantes e nunca cessam. Neste caso, o que acontece é que o paciente é influenciado pela resistência, que o faz afastar as ideias.

Inconsciente, pré-consciente e consciente como fatos da história da Psicanálise

As teorias de Freud, sem dúvida causaram muito desconforto na sociedade da época, quebrando as regras estabelecidas pela medicina e pela religião. A descoberta do inconsciente por Freud, revolucionou o entendimento da mente humana.

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    O inconsciente é uma estrutura do aparelho psíquico, onde são depositados conteúdos que não estão presentes no consciente do indivíduo. Com o surgimento desse conceito, Freud organiza o aparelho psíquico em três instâncias psíquicas, originando a sua primeira tópica: o inconsciente, o pré-consciente e o consciente.

    O inconsciente, onde estão depositados conteúdos reprimidos, o pré-consciente onde se mantém conteúdos ligados ao consciente e ao inconsciente e o consciente, instância responsável pelo raciocínio, atenção e a percepção.

    Id, ego e superego

    A segunda fase da obra de Freud, foi a elaboração da segunda tópica, onde descreve as instâncias do aparelho psíquico como sendo:

    • ID: instância psíquica mais profunda, formada por pulsões e desejos inconscientes. Busca a satisfação dos desejos, estabelecendo uma relação de conflito com as outras instâncias.
    • EGO: instância psíquica que busca o equilíbrio entre os desejos do ID e a das exigências do SUPEREGO. Busca a adaptação à realidade e evita o sofrimento psíquico.
    • SUPEREGO: instância psíquica que surge da relação com os pais. São as proibições, representa a moral exigida pela sociedade e pela cultura em que o individuo está inserido.

    Conclusão

    A psicanálise investiga e busca a interpretação daquilo que se encontra além do que é manifestado, daquilo que se encontra oculto, sendo um método de investigação, utilizado na prática clínica com técnicas próprias.

    A psicanálise estuda a vida psíquica do indivíduo e como esta atua em sua vida. O individuo não atua somente baseado na racionalidade, pois suas ações são influenciadas pelo inconsciente, ou seja, a conteúdos guardados que não são acessíveis pela consciência. Várias técnicas são usadas para o acesso ao inconsciente.

    Neste artigo apenas abordamos alguns conceitos da psicanálise para ilustrar o quanto Freud desafiou seu tempo com novas propostas.

    Referências

    FREUD, S. A psicoterapia da histeria. In: FREUD, S. Obras completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996. ZIMERMAN, D. E. Fundamentos Psicanalíticos: Teoria, técnica e clínica. Porto Alegre: Artmed, 1999. LAPLANCHE, J; PONTALIS, J. B. Vocabulário da Psicanálise. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

     

    O presente artigo foi escrito pela autora Izabel Landro([email protected]), estudante de psicanálise.

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