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Método catártico: qual sua contribuição para as teorias Freudianas

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Você já parou para estudar sobre o Método Catártico, seu desenvolvimento e suas contribuições para a Psicanálise? Não? Então confira tudo sobre esse método tão importante para Freud!

Início dos estudos de Freud

Em seu relatório sobre seus estudos no Hospital Salpêtrière de Paris (1886), Sigmund Freud apresenta à classe médica de Viena seu primeiro contato e estudos em hipnose. Além disso, Freud sempre atribuiu à Charcot uma grande contribuição de seus estudos.

De volta à Viena, Freud voltou a clinicar e trabalhar no Hospital da mesma cidade. Através das sessões, ele foi se desenvolvendo no processo analítico dos pacientes, começando a entender a psique do indivíduo.

Para Charcot, “os pacientes com sintomas nervosos, com histeria, eram acometidos por distúrbios mentais causados por anormalidades do sistema nervoso” (Publicações Pré-Psicanalíticas e Esboços Inéditos – Freud – 1886/1889). Esse pensamento despertou em Freud o pensamento de idealizar novas formas de tratamento.

O que é o Método Catártico?

A partir disso, cria-se o método catártico: origem da palavra grega “catarse”, que refere-se à libertação do que estava reprimido. O método catártico é utilizado por Freud especialmente na fase em que atuou com Josef Breuer. Consiste em submeter os pacientes a um procedimento terapêutico pelo qual consegue liberar, trazendo a sessão, os sentimentos e emoções reprimidos que até então estavam em algum lugar do cérebro.

Quando Freud aplica a hipnose ao paciente, este consegue reviver o trauma,ou as emoções, que numa conversa normal não conseguiria lembrar-se. Assim, Freud começa a desvendar a psique humana e a formular idéias e postulados, constituindo um novo entendimento para o tratamento das histerias.

Esse desenvolvimento possibilita Freud a utilizar as técnicas de hipnose, catártica e provisoriamente a técnica de pressão. Essa técnica consistia em pressionar a testa do paciente na tentativa de trazer ao consciente os conteúdos inconsciente. Porém, Freud logo abandonou essa prática, porque encontrou resistências e defesas dos pacientes.

Ao preferir a Associação Livre como método principal, Freud de certa forma entende que o procedimento analítico deve ser gradual e baseado na transferência e na redução das resistências.

Naquela época (fim do século XIX), não havia um tratamento exclusivo para as pessoas que eram acometidas por problemas mentais e/ou problemas somáticos relacionados a distúrbios mentais. Os tratamentos eram muitas vezes invasivos e traumáticos, como choque elétrico, isolamentos, e outros.

A evolução das pesquisas sobre o método catártico

As pesquisas de Sigmund Freud começaram a abrir luzes para mudanças de paradigmas, a fim de que se ampliassem os estudos nessa área. Assim, ele também contribuiu para fortalecer o conceito da psicanálise no campo da ciência.

Os estudos de Darwin (Charles Darwin, 1809-1882) tiveram grande contribuição para que Freud argumentasse e discutisse com os acadêmicos em que ramo de estudos científicos era classificada a psicanálise como ciência natural e empírica. Além disso, Jacques Lacan (1901-1981) também tentou posicionar a psicanálise no campo das ciências, reconhecendo mais tarde essa narrativa, porque não era possível fazer ciência do sujeito.

Ao passar dos anos e a maturidade no entendimento dos Freudianos, novos pesquisadores foram agregando conhecimentos aos métodos e conceitos. Bem como aqueles que reconheceram a abordagem de Freud, mas começaram a divergir em alguns deles.

Psicanalistas com visões diferentes sobre a psicanálise:

Carl Jung (1875-1961), médico suíço que se alia no desenvolvimento de diversos estudos na temática psicanalítica, principalmente  às questões de trauma sexual. Ademais, Jung rompe com grupo freudiano e passa a desenvolver suas teorias que, posteriormente, ficaram conhecidas como Psicologia Analítica.

Melanie Klein (1882-1960), formada por Sándor Ferenczi (1873-1933) e Karll Abraham (1877-1925) e recebendo influências desses, teve embasamento na psicanálise Freudiana para estabelecer sua obra. 

Assim, sua contribuição baseia-se na clínica de crianças e bebês, sendo pioneira e original em suas concepções, ideias e teorias. Além disso, ela afirma que um recém nascido possui um ego rudimentar. A pulsão de morte ou de vida seria inata e acompanharia o indivíduo pelo resto da sua vida. 

Então, ela contrapõe às ideias do desenvolvimento psíquico evolutivo de Freud, sugerindo uma posição de esquizoparanóide e depressiva. Ela também sugere discussões referentes à inveja e gratidão, culpa e reparação. 

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    Alguns outros psicanalistas:

    Jacques Lacan(1901-1981): seu entendimento estaria em que o inconsciente não seria uma manifestação do “EU”, mas do “OUTRO”. O sentido de si seria constituído pela percepção do outro, sendo a linguagem proveniente do outro o agente formador dos nossos pensamentos mais profundos. Portanto, cria três ordens conceituais no estudo clínico: imaginário, simbólico e real.

    Donald Winnicott 1896-1971): a tese de Winnicott está na premissa que o meio exerce uma influência fundamental para o desenvolvimento psicoemocional da criança. Então, cria o conceito de integração: há uma tendência inata ao indivíduo, uma busca que vai desde o nascimento (não-integração), cujo estado de dependência absoluta, passando a personalização, na qual a pessoa habilita seu próprio corpo. 

    Wilfred Bion (1896-1979):  esse psicanalista teve experiências no tratamento em grupos, com enfermos na reabilitação de ex-combatentes da segunda guerra mundial. Assim, ele elabora a ideia que no grupo existem funcionamentos que vão de encontro às práticas conscientes e inconscientes.

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     Essa idéias somam-se ao entendimento de um funcionamento mental, ou mentalidade grupal, na qual o indivíduo contribui para cada integrante.

    Conclusão sobre o método catártico

    Por fim, concluímos que as clínicas dos psicanalíticos, sejam utilizando os conceitos freudianos ou não, estabeleceram seus estudos no método catártico, contribuindo sobremaneira no desenvolvimento das teorias, ideias, estudos e conceitos na psicanálise. 

    Assim como Freud afirmava no começo de sua trajetória, de que ele estava apenas tateando um universo a ser esclarecido pelos pesquisadores e estudiosos que viriam corroborar e ampliar os conceitos da Psicanálise.

    O artigo presente foi escrito por Waldir Moraes, especialmente para o nosso Blog Psicanálise Clínica.

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