“Quem tem medo do feminismo negro?”, de Djamila Ribeiro, é uma obra de 2018 publicado pela editora “Companhia das Letras”.
Nesta obra, entre tantos tópicos abordados – cotas, racismo reverso e hiperssexualização da mulher negra -, a filósofa também compila textos que publicou em jornais e revistas em que é colunista, sobre situações e eventos envolvendo pessoas negras, famosas ou não.
Demonstra como a abordagem midiática/jornalística sempre foi e é racista, propondo reflexões filosóficas e sociais sobre o poder da mídia de normalizar, institucionalizar e propagar esse discurso de exclusão e preconceito.
Quem tem medo do feminismo negro?
Quem tem medo do feminismo negro? Esta pergunta não é só o título do livro, é uma a questão interposta que emerge e quer ser respondida. Você tem medo do feminismo negro? Eu tenho medo do feminismo negro?
Mulheres brancas, feminista ou não, desejam conquistar mais espaço e respeito na sociedade, como profissionais, atletas, políticas, mães, etc. Mulheres brancas sofrem, são vítimas de violência de gênero, da desigualdade salarial, etc… Mas se para a mulher branca a coisa não está fácil, para a mulher negra está pior.
Muitos estereótipos são jogados sobre a mulher negra, renegando a ela o simples direito de ser mulher. Se mulheres brancas reivindicam salário iguais aos dos homens quando em posição de chefia, mulheres negras ainda lutam bravamente para terem acesso a educação, empregos formais ou simplesmente o direito de seguir uma profissão sem serem questionadas sobre suas capacidades ou habilidades.
A ressignificação do Feminismo
Um dos pontos cardeais é a urgência de ampliação ou ressignificação do Feminismo, abraçando toda a extensão do “ser mulher”. As lutas do Feminismo dito universal, precisa olhar e captar a demanda da mulher negra assim como também das mulheres trans, por exemplo, ampliando o olhar, o discurso e a ação.
A mulher branca não é o único “tipo de mulher”. Mulheres são muitas! Todas as mulheres são pessoas com suas prioridades, peculiaridades e necessidades.
O feminismo negro e a ressignificação do Feminismo
Angela Davis, uma grande filósofa contemporânea, disse que “Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela”.
Por quê? Porque a mulher negra está na base da estrutura social, assim como o homem branco está no topo.
Considerações finais
Focar nas demandas da mulher padrão muda algumas coisas mas não muda tudo. Somente quando a base se movimentar radical e definitivamente vamos reestruturar toda a sociedade, trazendo equidade, oportunidade e justiça. A questão está posta e nos interpela: Quem tem medo do feminismo negro?
O presente artigo foi escrito por Isabella de Oliveira([email protected]). Isabella estudou Filosofia e se graduou em Direito em Puc Minas. Escreve sobre feminismo no blog mulherdeverdade.home.blog.