O filme “O Pacto” está disponível na plataforma de filmes e séries por streaming Amazon Prime, vem trazendo em seu repertório as cores de um conflito entre as tropas norte-americanas e o grupo terrorista do Talibã.
O que vamos tratar aqui é, fazer uma análise do que o filme retrata tendo como referência primordial a Resiliência, também da ideia sobre Empatia e da Reciprocidade, essa tríade de palavras tão bem conhecidas do nosso cotidiano pode dar um corpo de amplitude de como o ser humano pode enfrentar inúmeros desafios para evidenciar a questão de Honra e Valor do desse mesmo ser humano.
O Ser Resiliente e o filme o pacto
Quando pensamos em resiliência devemos levar em consideração diversas situações como esse poder se rever como pessoa, diante das dores ou dos sofrimentos infligidos, que muitas das vezes podem ir maculando os anseios e desejos em cada pessoa, sempre importante frisar que todos temos uma diversidade diferenciada no que diz respeito ao sofrimento, sendo assim uma base importante no filme é fazer esse recorte de que o sofrimento está presente na nossa realidade e acima de tudo, quando temos pessoas para nos auxiliar é possível ter todo um diferencial em uma mudança em nós.
O ser resiliente não é um conformista, ao contrário, é alguém que se vê diante de uma dor e pode dar um direcionamento para superar a mesma, podendo também contar com pessoa ou pessoas que formam essa rede auxilio.
No filme nos apresentado tal situação o personagem do sargento Kinley se encontra capturado por soldados do Talibã e é agredido de tal forma que chega a correr risco de vida, quando em dado momento surge o soldado intérprete Ahmed que o salva dos soldados terroristas, com isso o mesmo soldado deverá carregar por dias, tentando salvar a si e ao sargento convalescente das mãos do grupo terrorista.
O filme o pacto e os sofrimentos
Aqui deve ficar claro para nós que muitas e muitas das vezes podemos estar cercadas de situações que uma pessoa que pode ser do nosso círculo de amigos ou familiaridade aparecerá para servir de suporte para nós diante de nossas inúmeras necessidades ou sofrimentos.
Importante é dar um entendimento para esse suporte, de suportar e não de aturar. Às vezes somos levados a acreditar que suportar é o mesmo que aturar, quando na verdade ser suporte é saber se colocar no lugar do outro, é saber ter empatia.
A Empatia
Quando temos a ideia de olhar o outro e nos colocar no lugar do outro damos o nome de Empatia, mas não podemos dar redundância a palavra e a toda e qualquer situação de se colocar no lugar do outro, afinal isso é muito mais, é algo que vai bem além, é coisa de olhar, de sentir o mesmo do outro, ou seja, muito se pode falar de empatia para toda e qualquer situação vivenciada na qual um se coloca no lugar do outro e pronto.
Porém é preciso levar em consideração que a palavra suporte novamente pode ser empregada no quesito de empatia, é preciso ter próximo que as realidades do outro não é “apenas se colocar no lugar da outra pessoa”, é muito mais que isso é um saber se ver como um suporte para outra pessoa de fato, o que na realidade será ter que ver as mazelas que a outra pessoa tem e saber se colocar e suportar, ser suporte dessa pessoa.
Trazendo a tona o filme a tona podemos perceber essa ideia de empatia, pois o mesmo sargento antes salvo pelo soldado intérprete fará esse papel tanto de empatia, quanto de suporte.
Uma questão que pode ficar para nós no filme o pacto
Até que ponto podemos chegar para ajudarmos uma pessoa, que possa ter passado na nossa vida de maneira breve e rápida? Afinal acreditar que empatia é se colocar no lugar de uma pessoa próxima a cada um de nós, como parentes, filhos, pais é algo muito distante da realidade, afinal por essas pessoas naturalmente já somos hábeis a fazer esses procedimentos.
Mas o que dizer no caso de pessoas que pouco ou quase nenhum contato tivemos, ou aquelas pessoas que muitas das vezes não são tão íntimas nossas, mas somos levados, por uma questão de honra, de humanidade a nos colocar no lugar destas?
O filme certamente nos coloca diante deste patamar, nos faz rememorar situações presentes no nosso cotidiano em que podemos associar a realidade da empatia e no suportar; no quesito de ir até o que padece, até aquele que não consegue por si resolver determinada situação, aqui nos é apresentada a real ideia de, tanto empatia e suportar, ou seja, além de nos colocar no lugar do outro, também suportar suas dores e conflitos.
A Reciprocidade
Ao imaginar a ideia de reciprocidade, deve haver em nós a seguinte dimensão que, além de me colocar no lugar do outro, também de percebermos a ideia do ser resiliente e juntar isso ao processo de reciprocidade, que vem agregar a essas duas dimensões.
A reciprocidade é algo que nos leva à proximidade com o outro, uma proximidade que gera uma ramificação de querer estar, de ser presença, mesmo na ausência, como é tão comum nas nossas relações, devido a virtualidade também presentes no cotidiano.
Essa ideia do ser recíproco faz com que haja a ideia de preocupação, de saber como está a outra pessoa, de enfim sentir falto daquela pessoa que faz parte da nossa rede de contatos, isso certamente vem balizar as nossas relações não mais frias e estanques, mas que de fato proporcionam humanidade, um sentimento de pertença na vida do outro, assim podemos relacionar partes do filme “O Pacto” a realidade da reciprocidade.
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Conclusão
Por fim é necessário entender que cada pessoa em suas diversas situações, nas suas interações sempre poderá precisar dessas três premissas tratadas aqui, aliás cada pessoa, não apenas o outro, mas todos nós, independente de qual situação sempre iremos pautar nossas relações sociais por meio tanto da Empatia e Reciprocidade, levando em consideração toda ideia presente também da Resiliência.
Este artigo sobre o filme O Pacto (2023) foi escrito por Anderson Oliveira ([email protected]). Professor da Rede Pública Estadual, formado em Filosofia e Ciências Sociais, também realiza palestras e é escritor.