Formação Psicanalítica

Formação Psicanalítica e transmissão da psicanálise

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Como se Tornar um Psicanalista? Ou como se transmite o conhecimento da psicanálise? Mesmo que a formação tenha um desenvolvimento subjetivo no qual cada um assume em seu próprio nome, esta formação não é um processo solitário. Veja a seguir como é a formação psicanalítica.

Como se Tornar um Psicanalista?

Sendo, em todo modo, um processo direcionado ao outro. E as instituições psicanalíticas fornecem esta possibilidade de inter-relação entre as partes envolvidas, direcionando o avanço à psicanálise e difundindo sua transmissão.

Deste modo, as distinções na forma de concebimento da formação do analista delimitam distinções no modelo proposicional da formação teórico-clínica, marcando profundas distinções em como se conduzir a clínica psicanalítica.

Posicionamento Sobre a Formação Psicanalítica

Neste ponto, as posições aderidas por Lacan sobre as questões da formação de novos psicanalistas o põe em posicionamento radical diverso frente ás varias escolas de formação psicanalítica. Podemos mencionar a citação do Perrier da seguinte forma: “o problema não era como tornar-se psicanalista, mas que ter se tornado psicanalista criava o problema retroativamente.

Esta observação não apenas é bem bolada como revela um clínico brilhante. Esta é minha questão: se deixarmos de lado o prestígio social, o encantamento com os textos ou o duvidoso juízo de um júri, o que nos faz reconhecer o psicanalista em alguns e por que não conseguimos percebê-lo em outros?”

Como é a Estrutura da Formação Psicanalítica?

Chegou-se a conclusão em que a estrutura da formação psicanalítica natural ao seu tripé clássico (ensino teórico, análise pessoal e a supervisão clínica, mostrou que Lacan não chegou a romper com a tradição neste ponto, porém, ele instituiu um rigor psicanalítico e reformulou de modo decisivo suas distintas dimensões).

Todavia, a formação do analista é um projeto vivenciado, desenvolvido pelo próprio indivíduo, e a instituição que nem sempre pode ser necessária, é apenas um meio.

Sendo assim, isto já se mostra como algo disruptivo, como igualmente é disruptiva a continua base de formação do indivíduo psicanalista. Contudo, o que a disrupção, específica os fenômenos manifestantes do inconsciente, expressa-nos minimamente e maximamente, é que a segunda regra é fundamental.

Formação psicanalítica e o inconsciente

Podemos indicar que, na primeira regra, o inconsciente se encarrega malgrado o analista e o analisando; e na segunda regra, é sem exclusas. Sendo que até os místicos já haviam a desvendado – o pior dos equívocos que podemos cometer é o “apego à propriedade”.

Por tanto, a renuncia é o que esta segunda regra nos impõe, todavia de forma radical. Com isto, houve quem propusesse que o analista ouvisse seu paciente com uma espécie de terceiro ouvido. Seria isto, o prenúncio do grande Outro? Ou uma forma metafórica da radicalização da escuta analítica?

A interferência de Lacan

Sendo, em todo caso, a parte mais difícil da formação. E a pior exigência concreta da prática, no entanto que a análise não existiria. E o desvelamento do significante que a outro é remetido na história do indivíduo fora um demasiado passo dado.

E disto, Lacan o inverte em signo, fazendo o algoritmo da prática psicanalítica. E assim formulada a segunda regra nos mostra o caminho a seguir. Tornado-se uma nova ética, a do bem-dizer, ou seja, a abstenção total daquilo que é do analista, uma espécie de impiedade ou sublimação.

A noção de ascese é a questão mais difícil de todas e não é estranho porque Lacan gostava tanto dos místicos (Tereza de Ávila, João da Cruz, o grande e saudoso mestre Eckhart, assim como Ângelo Silesius – O peregrino querubínico”). E problematicamente, isto não se trata apenas de uma única vez, todavia de um programa de uma vida toda. Ou seja, ser psicanalista, de acordo com Fernando Pessoa: “buscar o micróbio da significação ou o estalido da diferença.

É um projeto da verdade. Do sujeito. Daí: analista é palha, o que sobra. Ele ainda adverte: “Com que confiança cremos no nosso sentido das palavras dos outros”. Por isso, recomenda: “Sê imprevenido por ti próprio”, já que “os não-incautos erram”.

Considerações finais sobre a Clínica Psicanalítica

Podemos dizer de forma específica que, a prática psicanalítica é o reconhecimento de transferências inconscientes, da resistência e da ajuda que eles operam no processo da análise e para o retorno do paciente que ela promove.

Deste modo, a arte de praticar a análise se confunde muito com a arte de resolver a neurose de transferência, que está presente no processo analítico e que pode fazer com que o analisando venha a ser analista. Sendo assim, uma vez que as transferências do analisando e o querer do analista estejam no começo da experiência – ou seja, o lugar do “indivíduo suposto saber” no qual o analista vem situar-se já é antecipado na história.

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    E o que se tornam as categorias nosográficas herdadas da psiquiatria? Seriam de fato as modalidades da transferência, da resistência e da colocação do “fantasma” em seu lugar – isto seria uma forma de relacionar o sujeito ao objeto de desejo, esclarecendo assim, o percurso da análise.

    O presente artigo foi escrito pelo autor João Lennon da Silva ([email protected]). João tem 31 anos, está concluindo a graduação em filosofia pela UFAL e fazendo a formação em Psicanálise Clínica.

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