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O que é Geração Alpha e quais suas características?

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Hoje falaremos sobre a geração alpha. O ano é 2022 – vivemos na era da frustração, em que os jovens nascidos a partir do ano de 2010 são chamados de “geração Alpha”.

Esses jovens, nasceram – e continuam nascendo – conectados aos meios digitais. Esses, que são os filhos da geração Millennial pertencem a um mundo tecnológico e, por essa característica, são chamados de nativos digitais.

Entendendo sobre a geração alpha

Ao pensar nessa geração e no que eles vivenciam desde o nascimento, fica difícil dissociar a facilidade e a rapidez na obtenção das informações, já que desde os primeiros anos de vida são colocados em frente às telas nas mais diversas plataformas – celular, computador, televisão, tablet. Antes de aprender a falar palavras básicas como “mamãe” ou “papai” essa criança já saberá como procurar por determinado vídeo em plataformas on-line.

A facilidade e – principalmente – a rapidez que a internet proporciona é inerente aos estímulos primordiais que ela receberá na tenra infância. Analisando as situações abaixo, podemos identificar facilmente esse comportamento: “Fulano está chorando muito” – coloca o vídeo da Galinha pintadinha.

“Fulano não quer sentar à mesa pra comer” – coloca o celular ao lado do prato para que a criança se distraia e deixe os adultos aproveitarem a refeição em paz – e no silêncio. Tomando como base essa questão primária, penso também na evolução dessa criança. Ao se tornar adolescente, os hormônios estão em alta.

Tribos e a geração alpha

Tudo é visto como problema sem solução – os amigos se dividem em “tribos” e é chegada a hora de escolher qual caminho você deseja seguir. Ao voltarmos à origem desse então adolescente e ao meio que ele nasceu, não há como não fazer uma comparação de parte da sua frustração típica adolescente à facilidade de ter as informações e respostas sempre ao seu alcance.

Essa facilidade trará consequências em determinados períodos da vida: afinal, nada é tão fácil e rápido. Momentos de dificuldade e tristeza fazem parte da vida humana. E, são nesses momentos que é necessário receber os estímulos corretos, para que essa então frustração não se transforme em algo mais sério no futuro – como ansiedade e depressão, por exemplo.

É importante lembrar que além da frustração que pode ser presente na infância e adolescência, alguns comportamentos são comuns à geração Alpha: baixa habilidade emocional e dificuldade para lidar com o “não”, maior tendência de não aceitar o fracasso; dificuldade de conexão familiar e social; baixa auto estima decorrente da beleza estética vendida principalmente nas redes sociais; raiva ou frustração quando algo sai do controle; maior tendência à irritabilidade.

Winnicott e a geração alpha

Um aspecto muito importante a ser levado em consideração são as mídias sociais. Nesse mundo que acontece dentro do celular não existe problema, apenas likes. É fato que conviver e absorver esses conteúdos diariamente é difícil, já que inconscientemente incorporamos a vida das redes sociais como sendo modelo das nossas próprias vidas. Nesse momento de frustração que inicia na primeira infância, quando o pai ou a mãe retira o celular da mão da criança, podemos lembrar do que o pediatra e psicanalista inglês Donald Winnicott (1896 – 1971) nos apresentou em sua teoria sobre o ambiente familiar.

Para Winnicott, a família é a peça chave para o desenvolvimento de quem essa criança irá se tornar. O ambiente familiar é quem vai promover a construção do EU, e o papel da mãe também tem uma participação muito importante nesse processo. É ela quem irá assumir a postura ideal de acordo com as necessidades do bebê e também desiludi-lo quando for necessário. É nesse primeiro momento, que a criança desenvolverá seus primeiros traços de personalidade e formará o que a psicanálise chama de “ego”.

Outro aspecto muito importante na teoria de Winnicott é de que ele entendia que o bebê deveria, aos poucos, entender que ele precisa lidar com suas frustrações. Dessa forma, retira a sobrecarga da mãe e possibilita o entendimento de que ela não é responsável pela criança 100% do tempo. Ao pensar por esse viés de autonomia que gera menos dependência, podemos voltar ao assunto inicialmente abordado e refletir – seriam os pais os causadores dessa frustração desenfreada especialmente nessa nova geração? Difícil achar culpados.

Considerações finais

Afinal os pais dessa nova geração também consomem – mesmo que de maneira diferente – o meio digital. E, apesar de parecer muitas vezes que existe uma barreira separando pais e filhos, a geração Alpha vê e reconhece neles, papeis de ídolos e exemplos a serem seguidos.

E isso reforça o quão importante para a dinâmica familiar é viver os momentos off-line. É difícil a missão de gerar e manter vínculos e conexões emocionais fora das telas. São esses momentos que irão servir como base para o desenvolvimento intelectual e emocional dessas crianças.

Talvez a fórmula secreta para essa aproximação e a diminuição desse sentimento de frustração que se encontra na nova geração seja justamente esse: ambientes e experiências que aconteçam no off-line. Afinal, é aqui no mundo fora das telas que a vida realmente acontece.

Este artigo sobre a geração alpha foi escrito por Maria Eugênia, ou para simplificar: Maria. Formada em publicidade e propaganda, com bagagem profissional na área de comunicação e marketing. Desde sempre interessada pelo comportamento humano, tenta diariamente se auto-entender e compreender o mundo que a cerca. Curiosa, apaixonada pela vida, pela praia, família, amigos e seus 3 gatinhos. Contato: [email protected]

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    2 thoughts on “O que é Geração Alpha e quais suas características?

    1. A atriz Sophia Valverde, que tem 16 anos, se convalescendo de cirurgia oncológica e, se percebe ser desafiadora a adolescência (resistência a fase) para ela! Numa cena da novela em que ela contracena com ator com quem chegou a namorar “na vida real” e ele fazia ser vampiro chegando no pescoço dela, ela sorriu infantilmente, como interpretava na fase anterior da novela! Até a autora protelou o inicio do namoro da personagem dela com o personagem João! Noutra ponta, se percebe o amadurecimento do rapaz/ator (ex dela) em contracenarem, nesse momento de doença e transição difícil da atriz para a adolescência! E para essa geração que não foi criança como nós, em que brincar ia de bola de gude a subir em árvores, a vida ser digital, não deve ser nada fácil, amadurecer. Para quem começou a se comunicar por celular e redes sociais, perceber o corpo em transformação, assim como o dos/das colegas, mas que eles estão indo ao “encontro” dos impulsos hormonais, antes do tempo dela, pode causar certa pressão! E até o momento da contratação atual, todos os artistas adolescentes, perceberam que, dos 16 aos 18 anos, os pais assinam junto como “solidarios” e não com responsabilidade contratual, que já é do contratado!

    2. Mizael Carvalho disse:

      Muito bom comentário! Infelizmente é uma triste realidade, uma geração que na sua maioria das vezes são dependentes eternos. Não têm nenhuma iniciativa, depende dos seus pais para pagarem as suad despesas mensais, apesar de terem seus sustentou !

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