o que é grafologia

O que é Grafologia: como estudar formas de letras e textos?

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O que é Grafologia? A escrita é uma das invenções mais importantes da humanidade. Pode ser considerada como uma tecnologia utilizada para comunicar os mais diferentes tipos de informações. Ela é usada para traduzir e disseminar desde emoções profundas de nossa mente, até o registro contratual de compra e venda de um determinado produto.

Os povos pré-históricos, os quais deram início a esse tipo de representação gráfica, se utilizavam de desenhos nas paredes como forma de expressar suas ideias, desejos e necessidades. Com o passar dos tempos o ser humano evoluiu muito o seu modo de escrever.

Grafologia e psicanálise: identificando e tratando perversões sexuais pela escrita

Vivemos em um mundo com escritas diversas que representam diferentes tipos de sons e revelam igualmente diferentes traços culturais. Um importante exemplo dessa evolução foi a invenção da prensa e dos tipos móveis por Johannes Gutenberg, onde a escrita ganhou uma nova dinâmica, possibilitando a disseminação da informação de uma forma mais rápida.

Como explica “Dilva Frazão” em seu artigo sobre Johannes Gutenberg no site “Ebiografia”, “Johannes Gutenberg (1396-1468) foi um inventor alemão, o primeiro a usar a prensa e os tipos móveis de metal, inventos que revolucionaram a técnica de impressão.” Como podemos notar, o homem evoluiu no seu jeito de escrever, chegando ao ponto de conseguir perceber que através da escrita se poderia fazer análises referentes à personalidade.

Grafologia: entendendo o que é desde o princípio

Os anos foram passando e no século XVII de acordo com “José Bosco” em seu livro “Grafologia, a ciência da escrita”, “o médico italiano Camilo Baldi (1547-1634) publicou a primeira obra a respeito da grafologia”, ciência essa que permitia esse tipo de análise.

No entanto, nos últimos cem anos a grafologia avançou muito, principalmente após o surgimento da psicanálise, a qual proporcionou uma fundamentação científica mais sólida.

Grafologia e relação com psicanálise

Sigmund Freud desenvolveu a ideia de que a mente humana trabalha com três setores básicos que se inter-relacionam: o superego, o id e o ego. Nessas três regiões os desejos e instintos primordiais se entrelaçam com as tentativas de controle desses impulsos. Tais tentativas de controle, em boa parte, são resultantes de tudo aquilo que aprendemos durante nossa vida e convivência com o meio social.

Isso resulta em um complexo jogo mental que pode ser revelado a partir da escrita, pois, é através desta, que todos os distúrbios de personalidade, bem como as tendências, qualidades, defeitos e até mesmo anomalias fisiológicas serão detectadas.

Porém, percebeu-se que era possível através da escrita, corrigir tais distúrbios e foi a partir dai que se desenvolveu a grafoterapia que, com certeza, é um dos métodos mais sofisticados de tratamento e que apresenta um alto nível de resultado, levando todos aqueles que são submetidos a exercícios específicos de caligrafia à eliminação de distúrbios e desvios de comportamento, bem como ao autoconhecimento e elevação de nossas potencialidades.

Grafoterapia e grafopatologia

Como explica “José Bosco” em sua outra obra “Grafoterapia e grafopatologia: a auto ajuda pela escrita”, “A Grafoterapia é, sabidamente, uma técnica terapêutica; é reconhecida internacionalmente como método natural e, como tal, permite o tratamento e a cura de desvios de personalidade por meio de exercícios específicos que trabalham a força de vontade e o autoconhecimento humano…”

Dentro desse contexto, um dos distúrbios de ordem psíquica mais estudados pela psicanálise e, consequentemente, pela grafoterapia, são aqueles relacionados às perversões sexuais. O conceito primordial da perversão elaborado por Sigmund Freud, de acordo com “Zimerman” em seu “Vocabulário contemporâneo de psicanálise” diz o seguinte: “o que uma pessoa neurótica reprime e pode gratificar somente simbolicamente através de sintomas, o paciente com perversão expressa diretamente por meio de sua conduta sexual”.

Acrescentando algo mais sobre esse conceito, pode-se dizer que uma conduta sexual pervertida seria aquela diferente do que se conhece como coito fálico-vaginal para se obter orgasmo.

O que o formato de letras e textos nos dizem? Um estudo sobre grafologia

Ao longo do tempo esse comportamento vem sendo atualizado e se adaptando às inúmeras mudanças sociais e, nessa medida, existem uma série de comportamentos identificados como condutas pervertidas sexuais patológicas, as quais fogem muito ao padrão e são praticadas de forma repetitiva, gerando importantes questionamentos. Entre elas estão a pedofilia, zoofilia e necrofilia.

Grafopatologicamente, esses comportamentos podem ser identificados a partir de algumas características apresentadas na escrita. “José Bosco” em sua obra “Grafoterapia e grafopatologia: a auto ajuda pela escrita” revela que “uma escrita com muita pressão na parte alta das letras, apresentando um aspecto pastoso e, consequentemente, um movimento muscular da mão fatigado e sem dinamismo”, se apresenta como um importante sinal.

Outros importantes sinais gráficos reveladores segundo esse mesmo autor são os “retoques desnecessários” e as “letras pictóricas em forma pornográfica” onde “um indivíduo sexualmente perverso revela inconscientemente toda a sua procura obsessiva por vítimas e/ou satisfação dos seus impulsos incontroláveis”.

Relação entre caligrafia e grafologia

Sabemos que em muitos casos a intervenção de outros profissionais como a do médico psiquiatra se faz necessária para o tratamento de pessoas que sofrem com esses males, porém o uso da psicanálise através da grafoterapia não pode ser esquecido, pois, se trabalhado em conjunto, se mostra muito eficaz.

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    Com o uso de exercícios caligráficos específicos como a correção desses gestos gráficos apresentados anteriormente e o acompanhamento de um profissional conhecedor das técnicas grafoterapicas, o tratamento, ao longo do tempo, pode oferecer inúmeros benefícios às pessoas acometidas por essas disfunções psíquicas.

    Uma síntese sobre como aplicá-la

    No entanto vale ressaltar um ponto importante referente às questões sociais as quais vivemos: na sociedade brasileira, especificamente, onde ainda estão presentes problemas estruturais graves como por exemplo o do analfabetismo funcional e total, os quais afetam diretamente questões referentes não só a interpretação de texto como também a escrita, se faz necessário um trabalho árduo daqueles que se propõe a usar a grafoterapia como método utilizado no tratamento psicológico.

    Uma das possíveis soluções seria um trabalho multidisciplinar envolvendo, além dos já conhecidos profissionais da área de saúde mental, educadores que tenham como missão a disseminação do conhecimento. Seguindo esse caminho, a grafoterapia caminharia a passos largos em direção à uma melhor aplicabilidade, promovendo para todos aqueles que a procuram uma melhor qualidade de vida.

    Referências bibliográficas:

    BOSCO, José. Grafoterapia e grafopatologia: a auto ajuda pela escrita. São Paulo: Madras, 2004. 187 p.
    BOSCO, José. Grafologia: a ciência da escrita. São Paulo: Madras, 2004. 175 p.
    FRAZÃO, Dilva (org.). Johannes Gutenberg: inventor e gráfico alemão. Inventor e gráfico alemão. 24/09/2019. Disponível em: https://www.ebiografia.com/johannes_gutenberg/. Acesso em: 01 nov. 2022.
    ZIMERMAN, David. Vocabulário contemporâneo de psicanálise. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001. 460 p.

    Este texto sobre grafologia, grafopatologia, grafoterapia e psicanálise foi escrito por Humberto Santos de Andrade (e-mail [email protected], site sites.google.com/view/ciclipsi), psicanalista clínico formado pelo IBPC – Instituto Brasileiro de Psicanálise Clínica, especialista em grafologia e neuro escrita.

    2 thoughts on “O que é Grafologia: como estudar formas de letras e textos?

      1. Humberto Santos de Andrade disse:

        Muito obrigado, Mizael Carvalho! Visite também a minha home page – sites.google.com/view/ciclipsi – Nela você encontrará uma série de conteúdos interessante sobre psicanálise. Agradeço sua atenção.

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