A forma do ser humano lidar com sua sexualidade muda no decorrer do tempo. Traremos um resumo sobre a História da Sexualidade e dos Transtornos de Sexualidade segundo Freud.
A história da sexualidade
Freud conceituou a sexualidade como a principal origem das neuroses devido as suas experiências e estudos, em que todos os indivíduos durante suas queixas sempre chegam a se relacionar a esse tema.
A história da sexualidade sempre foi considerada um tabu por razões históricas, sociais e religiosas. Freud transformou esses conceitos, permitindo que esses assuntos sejam abordados com naturalidade nos processos analíticos terapêuticos.
Tudo isso devido às descobertas de distúrbios relacionados à sexualidade, que dependem de uma grande disposição do terapeuta para abordar essas questões sexuais.
A história da sexualidade através do tempo
O tema da sexualidade, por ser vasto e abrangente, deve ser tratado com seriedade, pois sua história está diretamente ligada à história da humanidade.
Desde os primórdios até o tempo atual a história da sexualidade passou por evoluções. São preconceitos, mitos, e aspectos que geram, até os dias de hoje, discordância, ironia, preconceitos, por a liberação que hoje se tem a esse tema também gera ainda mortes e julgamentos por pessoas sem informações ou cultura a esse aspecto.
Na Pré-história, a sexualidade era usada apenas para saciar desejos e reprodução, e mesmo assim, por muito tempo os povos achavam que a gravidez era um presente dos Deuses. Cultuavam-se imagens femininas de Deuses até virem a perceber que era através do sêmen masculino que se dava a fecundação. Isto é, a partir da penetração na mulher.
As disfunções sexuais na história da sexualidade
Daí começam então a nascer os Deuses masculinos e o pênis passa a ser um grande e respeitado objeto, símbolo de força e fecundidade, passando a ser cultuado.
As disfunções sexuais são muitas, por isso, cabe ao Psicanalista analisar essas questões juntamente com outros profissionais (sexólogos, médicos), pois essas causas podem ser de origem orgânica, psicológica ou medicamentosa.
As disfunções e transtornos sexuais são muitas e não serão relatados as suas problemáticas aqui, porém, fica aberta a pesquisas as causas de cada uma citada:
- Transtornos do desejo sexual
- Transtornos da excitação sexual
- Transtornos do orgasmo (Anorgasmia)
- Transtornos de dor Sexual
Temos, também, as Parafilias ou distúrbios sexuais, sendo que os especialistas divergem em considerá-las (todas) como sendo transtornos, tais como:
- Exibicionismo
- Fetichismo
- Frotteurismo
- Sadismo ou Masoquismo
- Voyeurismo
- Fetichismo Transvéstico
- Necrofilia
- Zoofilia
- Urofilia
- Cropofilia e Clismafilia
- Parcialismo (contato oral)
- Escatologia telefônica
- Masturbação.
A história da sexualidade tratando da homossexualidade
Vejamos então que não são poucos os transtornos e disfunções. Desde que aceito pelos parceiros e que não seja de abuso, assédio ou desrespeito ao parceiro, não se configura violação ou ameaça a sociedade. Outros tipos de perversões acabam sendo violações por si só, quando existe uma pessoa na condição de vítima que não tem condição de discernir ou escolher tal situação.
Das orientações Sexuais, temos Heterossexuais, homens que têm preferências por mulheres e vice-versa, homossexuais, pessoas que gostam de indivíduos do mesmo sexo e os bissexuais que têm preferências por ambos os sexos.
Freud dizia que a homossexualidade poderia estar ligada a comprometimentos do desenvolvimento sexual, como a fixação pela mãe na infância, a inveja do pênis nas meninas, teorias Edipianas e Narcisista ao conceito de Freud. Ele porém, nunca considerou a homossexualidade como doença mental.
Importante ressaltar que a lista de parafilias varia de autor para autor. Quando um comportamento é visto como um desconforto ao sujeito ou a outra pessoa, entendemos que já avançou para o campo de um transtorno, que deve ser tratado pelo sujeito (em terapia) ou por medidas mais severas por parte da sociedade. É importante termos nossa percepção aberta para diferentes manifestações da sexualidade, mas com o cuidado necessário principalmente para ocasiões em que outras pessoas sejam feitas de vítimas, por atos sexuais contra sua vontade.
Alguns transtornos da sexualidade
Em minha opinião, a atração é uma escolha pessoal; ninguém é obrigado a se sentir atraído por algo ou alguém que não lhe traz conforto. Com a legalização do casamento homoafetivo, famílias agora se formam com base no amor e no respeito mútuo.
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Temos também a falta de desejo sexual, falha de ereção ou dispareunia, que não impossibilita o prazer, mas diminui o desejo ao ato sexual nos homens e nas mulheres torna mais difícil chegar ao orgasmo. Esse transtorno geralmente resulta de um parceiro inadequado ou de traumas causados por abusos de violência sexual.
Aversão Sexual, falta de prazer no ato sexual, provoca sentimentos negativos, e a relação acaba sendo evitada, denominada também como anedonia sexual.
Para Freud, muitas vezes a diferença entre o normal (que determina a personalidade) e o patológico é uma questão de “quantidade”, ou de percepção do sujeito sobre o assunto.
Por exemplo, muitas das parafilias podem ser sinais de um tipo de comportamento dentro do campo da perversão (não encare este termo no sentido pejorativo), ou seja, marcam a personalidade dos sujeitos.
Porém, nas ocasiões em que os sujeitos percebam um severo incômodo psíquico em relação a isso, ou na medida em que incluam outras pessoas contra a vontade delas, aí já seria um comportamento no campo patológico.
A importância de se conhecer a história da sexualidade
A falta de resposta genital, normalmente causada por causas psicológicas durante o sono, com parceiras diferentes, em homens e em mulheres, mais frequentemente na menopausa, pode ser uma resposta da falta de lubrificação vaginal. Além disso, pode ser fruto de infecções e até mesmo de deficiências de estrógeno, um hormônio feminino.
E são vários os problemas sexuais para futuro terapeuta conhecer e interagir em pesquisas, uma vez que a sexualidade abrange muitas disfunções psíquicas. Eles envolvem relacionamentos até a neuroses e doenças severas no distúrbio psicológico do indivíduo, trazendo danos a ele a e sociedade nos casos mais graves.
Tratamentos das Disfunções Sexuais
O prognóstico dessas doenças se torna desfavorável ao analista quando a busca pela melhora não parte do próprio indivíduo, talvez por culpa ou vergonha. A tendência é o indivíduo esconder esses fatores. Quando ainda no início desses distúrbios eles até gostam de vivenciá-los, principalmente se estiverem em tenra idade e envolvidos com drogas.
Nos tratamentos é muito importante buscar todas as causas desses transtornos, tendo um resultado mais favorável ao descobrir se a causa é de fator biológico, social, psicológico ou medicamentosa. A busca do tratamento em transtornos da sexualidade eleva a qualidade de vida dos indivíduos e casais a uma harmonização e uma relação mais prazerosa e duradoura.
Os casais têm que se conhecerem mutuamente em todos os aspectos sexuais, para que um não invada o espaço do outro ou deixe o outro a desejar. Por vergonha de falar de suas preferências ou magoar o parceiro, acabam se isolando e deixando a relação esfriar, levando a separações e frustrações.
As inibições dos instintos sexuais
A sexualidade, proveniente das pulsões do Id, pode modificar o aparelho psicológico. Nascemos livres, mas a cultura do país em que vivemos molda nossos desejos instintivos, gerando repressão e limitando a liberdade sexual.
Até os fatos preconceituosos levam aos parceiros a inibirem seus instintos sexuais. Ninguém é totalmente livre, mas a comunicação entre os parceiros pode direcionar para um melhor resultado. conquistando sempre a harmonia na vida sexual, de maneira que a cada dia possam se conhecer mais.
Em casos medicamentosos, não esquecer que medicações para doenças coronárias, depressivas, ansiolíticos, convulsivas, entre outras, alteram as funções sexuais. É importante nesse caso fazer a terapia com o acompanhamento do seu médico.
A nosso ver, a pedofilia é um exemplo de um transtorno de natureza mais grave. Não entendemos haver exceção, pois a criança ou o adolescente vítima da pedofilia não tem como realizar uma manifestação de vontade. Ou seja, em termos jurídicos, não será possível alegar que uma criança ou um adolescente consentiu com um ato de pedofilia, pois não possui autonomia de vontade para tal, perante a lei. Assim, entendemos que seja caso a ser tratado no campo do direito penal e da Justiça; claro, podendo a Psicanálise atuar como forma auxiliar de tratamento das vítimas e dos agressores.
Conclusão
A Psicanálise vai ajudar o indivíduo a ter orientação sobre as causas desses transtornos, arraigados na história da sexualidade. Ajudando-o, assim, a conscientizar-se , autoavaliar-se e autoafirmar nesses aspectos, levando a uma melhora.
Isto é dando lhe muito mais autoestima, quando se pode tratar-se e ter uma vida sexual sadia. Reformulado os eventos e tendo uma melhor dinâmica nesses aspectos.
A forma de ver a sexualidade e seus transtornos muda com o passar do tempo, sendo que há uma tendência científica de cada vez mais evitar patologizar os comportamentos.
Este artigo sobre a mudança de perspectiva histórica acerca da Sexualidade foi escrito por Maristela Morelli, exclusivamente para este blog. Deixe seus comentários abaixo, com dúvidas e sugestões. Inscreva-se no Curso de Formação em Psicanálise.
9 thoughts on “Uma breve história da sexualidade”
Eu estava lendo esse artigo historia da sexualidade e lá abordou o temo pedofilia poddo ter entendido errado mas a grosso modo o que entendi que se o menor consentir o ato sexual por que não faze-lo. Eu sou contra a envolvimento de adulto com menor pois acho que a criança e o jovem estão no processo de maturação sexual e uma relação com um adulto pode causa trauma maiores em sua psique em formação.Também acho que uma pessoa pedófila tem o superego fraco por deixa o Id se impor a uma vontade que a sociedade repudia.
Na verdade, não houve a citação da palavra pedofilia. Mas, quando se trata de abusos e assédios, há a alusão de que esse transtorno não é considerado como sendo algo entre parceiros reais ou legais, mas uma violência. Uma criança ou adolescente, mesmo que consinta, será um crime, segundo as nossas leis, por ser vulnerável e suscetível ao discurso ou ameaça velada de um pedófilo.
Desde que aceito pelos parceiros e que não seja de abuso, assédio ou desrespeito ao parceiro como a necrofilia e o exibicionismo*, não se configura violação ou ameaça a sociedade.
Faltou vírgula, criando outro sentido a frase.
Desculpe aminha falta de compreensão, não compreendi se ele apoia ou condena , conforme esta descrito no texto: Vejamos então que não são poucos os transtornos e disfunções. Desde que aceito pelos parceiros e que não seja de abuso, assédio ou desrespeito ao parceiro como a necrofilia e o exibicionismo não se configura violação ou ameaça a sociedade.
Muito bom o texto parabéns. Onde está escrito ANARGOMIA NÃO SERIA ANORGASMIA ? Se for tudo bem.
Na íntegra, o presente texto sobre a História da sexualidade é interessante, informativo e, portanto, desalienante. Um casal que se permite conhecer bem um ao outro, certamente, além da satisfação e bem estar, proporciona segurança e equilíbrio em suas relações sociais, trabalhistas etc por estar de bem consigo mesmo/a.
Confesso que me causou espanto a frase: “Vejamos então que não são poucos os transtornos e disfunções. Desde que aceito pelos parceiros e que não seja de abuso, assédio ou desrespeito ao parceiro como a necrofilia e o exibicionismo não se configura violação ou ameaça a sociedade.”
Por primeiro, enquanto advogada no tocante à necrofilia assevero que isso não corresponde à realidade jurídica, pois a necrofilia é considerada um crime sob a ótica do Código Penal, no art. 212, especificamente no contexto de Vilipêndio a Cadáver, com penas variando de um a três anos de prisão, além de multa.
O legislador o caracterizou como crime porque é uma prática sexual socialmente inaceitável. Ouso discordar da autora do texto, dizendo que sim, a necrofilia é uma violação e uma ameaça à sociedade na medida em que, todos nós um dia poderemos ter nossos entes em um laboratório de tanatologia. Então se alguém vilipendiar o corpo de algum de nossos parentes ou até mesmo os nossos corpos, isso não seria uma ameaça a toda a sociedade?
E mais, no texto consta “aceitação” da outra parte…como poderia um cadáver dar sua “aceitação” para que outrem lhe vilipendiasse o corpo?
Enfim, salvo melhor juízo, acredito que o conteúdo do texto deveria ter tomado cautela ao abordar estes aspectos dessa maneira, em especial, quanto à necrofilia porque estando na Rede-Internet o texto poderia induzir alguém em erro, no sentido de que “ok” a necrofilia não é uma ameaça à sociedade (!?). Todavia, reitero, é uma ameaça, e, além disso, é um crime.
Por segundo, no tocante ao exibicionismo, se for aceito por ambas as partes também estaria dentro da normalidade “dependendo do local”, porque juridicamente, ainda que haja concordância das partes, se o ato for em público também será passível de ser criminalizado, conforme art. 233 do Código Penal brasileiro, que define o ato obsceno como crime contra a norma social, modéstia, decência, pudor, decoro, lei natural e ordem pública, consistindo na prática de obscenidade em lugar público, ou aberto, ou exposto ao público. A pena para este crime é de detenção de três meses a um ano, ou multa. Além do que, há também situações específicas em que o exibicionismo pode resultar em penalidades mais severas, especialmente quando envolve menores de idade ou pessoas com deficiência.
Por derradeiro, finalizo com as considerações já expostas.
Agueda, bom dia. Importantes seus esclarecimentos. No entendimento do Blog, sempre que um comportamento gera um desconforto a outra pessoa (inclusive sob o ponto de vida social) ou ao próprio sujeito, já estaríamos entrando no campo do transtorno, que precisaria de ajuda psicológica ou, em casos extremos, de ação do poder público.
O texto é claro ao dizer que ; pode não ser considerado transtornos sexuais quando não há um sujeito em situação de vítima, a saber: pedofilia, necrofilia, zoofilia…são transtornos criminosos.