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Instinto para a Psicanálise, o que é?

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Você já sentiu uma “voz interior” ditando o que era necessário ser feito? Considera seus instintos aguçados? Veja, a seguir, nosso artigo sobre a concepção de instinto a partir da psicanálise!

O instinto em diversos sistemas

Comparado a um computador, considero o instinto como o programa da BIOS (que checa e verifica o bom funcionamento) mais o sistema operacional (suporte para todos os programas de múltiplas tarefas). Eles permitem toda a prática virtual, assim como a natureza sustenta toda a vida. Seja vegetal, animal ou humana, a natureza rege a todos, com suas particularidades e diferentes habitats

Um animal é, basicamente, regido pelo instinto. E, na minha opinião, ele carrega um princípio inteligente, ou uma inteligência rudimentar, primária, que tem seu papel estabelecido. Além disso, na cadeia alimentar, todos tem seu papel e o equilíbrio é a regra geral. Os que mais procriam tem mais predadores, e a oferta e demanda de comida ditam as regras.

O ser humano é instintivo?

No ser humano, a inteligência é muito mais desenvolvida, a autoconsciência é um diferencial. O instinto é base, mas não a essência, nem o fator principal. Diferente do passado, na era das cavernas, os anseios e desejos não se dão apenas na pulsão sexual, ou com base somente nela.

Quando nosso professor Freud começou a observar seus pacientes e revelou o animal no homem, ele estava olhando diretamente para o efeito de desequilíbrio. Ele não focava só no instinto primitivo de seus pacientes, mas em um complexo de sentimentos, pensamentos, desejos, e até mesmo no efeito físico.

Esse ternário complexo em seus detalhes, sempre nos causa perplexidade. As variáveis internas e externas aumentam ainda mais o problema. Os graus em que se dão mudam muito o comportamento e não permitem uma conclusão geral, causando a impressão de perdermo-nos com tanta informação.

Freud: o pai da psicanálise 

Freud foi grande, na sua batalha hercúlea de decifrar o humano. Diante de tantas dificuldades, na compreensão não só do outro, mas também nas profundezas de si mesmo, na busca da compreensão dos desiquilíbrios, das psicopatologias, para ter ainda como tarefa principal a cura.

Ele talvez não tenha sido mais um daqueles que nascem com um dom especial ou alguém com muita sorte. Por exemplo, como os que recebem uma obra quase pronta, na qual tem apenas que colocar a arte final, o que o torna ainda maior. O pai da psicanálise fez um trabalho de competência inquestionável, com paixão, dedicação e a generosidade de legar à humanidade uma compreensão maior do humano. A preocupação em melhorar a vida do outro, para que a vida de todos seja melhor, é a parte mais humana de sua obra.

A natureza e o instinto

A natureza é intimamente ligada ao instinto. Ele promove e garante a vida e ela é o suporte. Plantas, insetos, animais e humanos, todos dependem dessas duas forças. O homem é o único que pode se alterar ao acabar com eles.

A natureza e o instinto são constantes, mas o humano não, eis o fascínio de Freud. Como decifrar o enigma humano, o paradoxo dos paradoxos, pulsão, libido, recalques? Tantos são os mecanismos que fazem do homem o maior mistério da natureza, qual é afinal nossa verdadeira essência? Será que somos tanto o que vestimos em máscaras e ambientes que nós mesmos criamos? Quem é o nosso religioso? Cientista? Intelectual? Político? Ademais, quem de nós é o nosso verdadeiro eu?

Será que ainda descobriremos outros mecanismos em nós que ainda não conhecemos? O trabalho iniciado pelo nosso professor Freud precisa ser aprofundado. Para, assim, criar novas perguntas e nos dar outras respostas, não só para nosso esclarecimento, mas também para nosso bem.

Os instintos do ser humano

Nesse momento meu instinto me diz que temos muito a fazer, assim como a libido nos cobra para que renovemos as energias sexuais. Nossa mente nos impulsiona a entender cada sentimento, desde os que nos arrastam para o arrependimento ou pesar, até os que nos enchem de orgulho ou satisfação.

Talvez tenhamos que reconhecer que sabemos pouco a cerca de tudo e de nós mesmos. Além disso, discordamos daquilo que foge do nosso Ego antes de tentar entender. Corremos daquilo que nos causa vergonha tristeza, ao invés de enfrentar. Por fim, talvez as nossas fraquezas fossem menores se nos dispuséssemos a enfrentar os fantasmas que moram na(o) nossa(o) ID.

O homem instintivo é levado pelo vento como um folha seca, e arrastado pela água da chuva. Ele é o “animal racional”, mesmo tendo pouco de racional. Junto disso, ele leva uma vida sem sentido, às vezes medíocre, e se vê melhor do que é e aos outros menores do que são. Ou seja, se mantém vivendo de impulsos e atendendo às suas necessidades básicas e os desejos de seu corpo.

Há uma outra forma de vê-lo. O ser humano é o escravo do ID, movido por pulsões sexuais e de auto conservação. Então, vive sonhando com a próxima transa, vive feito um sapo, quando deveria aprender a ser o príncipe.

Conclusão

O instintivo atual recebe o que busca naturalmente, não se esforça, não se envolve. Alguns dizem que não toma partido, pois não gosta de polêmica. Além disso, ele permite que os acontecimentos determinem sua vida,  e se tiver comida em casa, uma boa pinguinha e uma mulher disposta, ele tem tudo que precisa para ser feliz, e a vida é boa.

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    Os instintos tiraram os homens das cavernas e os trouxeram até o começo das civilizações. Hoje, o homem moderno deveria ser um homem muito mais evoluído do que é, sua ciência e sua tecnologia denunciam isso. Mas o seu comportamento revela que falta muito para que o homem construa também um mundo justo e bom, para isso, precisamos continuar o legado de Freud, entender e curar o humano.

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    O artigo presente foi escrito por Nelson Domingos Dias, um de nossos alunos do curso de Psicanálise Clínica.

     

     

     

     

     

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