É de fundamental importância sabermos e debatermos alguns aspectos sobre a interferência do inconsciente e a mente humana.
Entendendo a interferência do inconsciente
Dentro dessa órbita estavam no passado alguns dos problemas relacionados a ignorância humana sobre o tema apresentado e debatido, era tido com bruxos ou até mesmo endemoniados pessoas que por sua vez possuíam algum sintoma histérico ou algum tipo de patologia psíquica. Sendo assim, não proponho de forma alguma que toda a espécie humana seja um profissional da mente humana, mas afirmo que de fato saibamos alguns aspectos básicos sobre o mesmo, pois, todos nós temos esse complexo aparelho psíquico em nosso poder e por vezes não sabemos como controlar ou mesmo entender o nosso próprio corpo.
Não compreendemos a forma de agir, pensar e falar. Com essa falta de controle vêm alguns problemas oriundos dessa ignorância ou falta de informação. Alguns dele é ter uma pessoa com uma doença psíquica dentro de nossos lares e não perceber ou até mesmo achar que seja algum tipo de dramatização ou fingimento como meio de ganhar a atenção dos que o rodeiam, outro fator a ser levado em consideração é a forma de agir no cotidiano.
Por vezes não reparamos a influência que nosso inconsciente tem sobre nós, entrando em um dado estatístico, cerca de 3 a cada 4 pessoas no mundo tem medo de falar em público, muitas das vezes nem entendemos o motivo desse medo, uma afirmação, o inconsciente. É aqui que se inicia a psicanálise, pois de fato não há nenhum argumento plausível que de fato o impossibilite de falar em público, sendo assim o único caminho que possamos seguir é o caminho do inconsciente, que de fato nos afeta, seja de forma positiva ou negativa.
A interferência do inconsciente para a Psicanálise
A psicanálise tem como base o estudo do inconsciente, as associações e as relações e os efeitos causados por ele. Posso citar alguns aspectos desse estudo tais como: base na hermenêutica, ou seja, tem a necessidade de explicar aquilo que não é percebido pelo o analisando. Outro aspecto muito importante é entender toda e estruturação do aparelho psíquico e a sua forma de aprendizado, que se dá pela associação de um evento. Você pode nem mesmo lembrar de um evento que ocorrera, porém o seu inconsciente manda sinais de ensinamento.
Um exemplo bem simples de entender é uma criança em sua fase de desenvolvimento colocará a mão no fogo, o mesmo queimará a mão da criança, criando ali uma dor e quem sabe até uma bolha. O que mais importa pro inconsciente não é a dor a si, a dor é sim levada em consideração, porém o aprendizado que o evento cria no inconsciente é levado para toda a vida e aprimorado ao passar do tempo.
Então podemos afirmar que mesmo que não percebamos, somos moldados e afetados pelo nosso inconsciente, dentro desse gigantesco de mundo de associações que é nosso inconsciente podemos citar dentro desse contexto as histerias ou as neuroses, que nada mais são do que uma má associação do inconsciente a um evento, tornando assim um evento vivido em uma associação traumática ou como base desse evento a repressão de alguma emoção que deveria ser liberada.
Freud e a interferência do inconsciente
Quando Freud percebe esse aspecto do inconsciente, desenvolve o método catártico que tinha como fundamento primordial descarregar a emoção reprimida ligada a um evento traumático, o que chamamos de afeto, a não descarga das emoções vividas gera uma emoção reprimida, que essa trará sintomas sobre o indivíduo. Mais uma questão que de fato é notória em relação ao contexto mental e psíquico.
É o conjunto estrutural e organizacional, quando menciono a parte estrutural levo em consideração toda parte fisiológica que está dentro desse grandioso sistema. Em grande parte o ser humano por sua vez possuí a parte fisiológica idêntica, todo e qualquer ser humano que não possua nenhum tipo de doença terá essa mesma estruturação. Porém, coloco uma questão que por vezes não é levantada e nem sugerida com frequência, se toda a espécie humana possui uma estruturação similar, por qual motivo temos tanta diferença em relação ao modo de agir?
Fato é, que já sabemos que a estrutura cerebral é similar, com tudo, posso afirmar que uma estrutura sem uma devida organização não será bem sucedida, pois nós vemos pessoas extremamente brilhantes, e outras que não conseguem sair do lugar. Me proponho a citar um exemplo que ocorrerá a algumas décadas atrás, como bem sabemos os circos antigamente usavam muitos animais em suas atrações e espetáculos. Especificamente citarei os elefantes, eles eram doutrinados a seguir uma conduta específica, o mesmo quando filhote era amarrado a um tronco bem firme.
Considerações finais
No começo ele se batia tentando soltar, mas com o passar do tempo percebia ele que não tinha solução, esse evento criava uma afirmação no psicológico do elefante “quando eu estiver amarrado, não conseguirei sair”. Com o tempo o elefante acostumava com essa situação, logo não se batia mais, porém a situação mudava.
O elefante já adulto era amarrado em uma cadeira de plástico. O mesmo já nem acreditava na possibilidade de escape, pois fora doutrinado a ter sempre a mesma conduta, esse fato não está muito longe de nós seres humanos, pelo contrário. Isso é exatamente que acontece com a nossa espécie, somos doutrinados a ter certas posturas, certos pensamentos sem ao menos questioná-los, e sem ao menos percebermos que estamos amarrados em correntes imaginárias.
Somos presos a coisas imaginárias. Considero a psicanálise como o rompimento dessas correntes, esse é o fato que confirmo e afirmo que o estudo da mente é de suma importância para o desenvolvimento da humanidade, seja o desenvolvimento em grupo ou o desenvolvimento pessoal, pois agimos sem questionar, sem questionar repetimos o processo.
Este artigo sobre a interferência do inconsciente em nossas vidas foi escrito por Washington Galdino Junior, psicanalista em formação junto ao Instituto Brasileiro de Psicanálise Clínica.
2 thoughts on “A interferência do inconsciente na vida humana”
Excelente!!! Gostei demais do artigo.
Um belíssimo artigo! Realmente somos doutrinado a não questionar, ou seja “vaquinha de presépio ” concordar sempre questionar jamais!