significado de invisibilidade social

Invisibilidade Social: significado, conceito, exemplos

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Todos nós temos medo de alguma coisa, seja por trauma ou uma ideia negativa formulada a respeito daquilo que tememos. Entretanto, precisamos sempre buscar conhecimento e superar as adversidades para vivermos em sociedade. Sendo assim, no texto de hoje, saiba mais sobre o que é a Invisibilidade Social, seu significado, definições e possíveis causas e consequências.

Por fim, de maneira objetiva, romperemos os paradigmas e locuções equivocadas acerca do assunto, com o vislumbre de enriquecer a nossa visão de mundo, nossa cultura e razão coletiva; acompanhe nosso post e amplie seus conhecimentos!

Invisibilidade social: significado

“Eu não fico triste com nada, sempre tô se drogando. Sou ladrão. Roubo porque ninguém me dá nada. Eu roubo pra viver. Se morrer nasce outro que nem eu. Ou pior, ou melhor. Se eu morrer eu vou descansar. É muito esculacho nessa vida”.

A fala acima, retirada do documentário Falcão Meninos do Tráfico, evoca exatamente um sentimento causado em quem sofre com a invisibilidade social.

Em suma, o conceito de invisibilidade social tem sido aplicado a seres socialmente invisíveis, seja pela indiferença, seja pelo preconceito. Este fato nos leva a compreender que tal fenômeno atinge tão somente aqueles que estão à margem da sociedade.

O conceito da invisibilidade social

A invisibilidade consiste na característica de um objeto não ser visível, o que no caso dos seres humanos consistiria no fato da luz visível não ser absorvida nem refletida pelo objeto em questão.

Já no viés social, há várias ocorrências de invisibilidade: econômica, racial, sexual, etária, entre outras. É o que acontece, por exemplo, quando um mendigo é ignorado de tal forma que passa a ser apenas mais um objeto na paisagem urbana.

Contudo, isso tem nos levado, enquanto sociedade, a vazios existenciais nunca antes percebidos ou tratados.

Um vazio de sentido

Considerada a forma demasiado automática e apática a qual a sociedade tem se conformado ao costume, muitas vezes se passa desapercebido aos detalhes que enriquecem o cotidiano e dão sentido, preenchem nossas vidas.

Com isso, há de se imaginar quantas vezes passamos pela faxineira de nossa escola sem termos notado a cor dos olhos ou ouvido um murmúrio; aliás, quantas serão as vezes em que isso se deu e nem notamos a faxineira?

Por fim, são elementos que não nos interessam e não nos dizem respeito, por não comporem nossos pares afetivos, portanto, nada significam. Entram na estatística como mais uma maneira de discriminação, cada vez mais inserida na sociedade.

Elementos que não nos interessam

Como fora dito, somos seletivos e acabamos por não notar algo, se, de fato, não nos desperta o interesse ou empatia.

Em fato somático, tal tema nos traz uma série de questões sobre a marginalização, a exclusão social e suas incidências psíquicas.

Para tanto, a relação entre a situação de não reconhecimento e os processos subjetivos e identitários, nos trarão para a compreensão da marginalização sob a visão de Freud acerca da economia pulsional.

A marginalização

A partir deste ponto, teceremos considerações sobre a exclusão, pensando no laço social e sua estreita relação com o desenvolvimento narcísico-identitário.

Para tal feito, A compreensão de marginalidade pode ser remetida a uma divisão entre dentro e fora, a um contraste entre os que estão incluídos e os que são excluídos da ordem social, em situação de invisibilidade social.

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    Enfim, O excluído é invisível, está no âmbito do que não é inscrito ou representável. Podemos pensar a exclusão como um mecanismo de clivagem que é defensivo e ao mesmo tempo perverso.

    O narcisismo das pequenas diferenças

    Segundo Freud (1930), este narcisismo permite dirigir a raiva para o exterior, para aqueles que não pertencem a mesma comunidade, a mesma raça, a mesma religião, etc. E essa raiva pode inflamar sem limitações.

    Para o rapaz que saiu do anonimato, a partir da entrevista narrada acima, sua conduta ganhou desdobramentos para além de sua momentânea visibilidade. De maneira trágica, principalmente aos holofotes da mídia, um senso irracional de justiça prevalece.

    Como desfecho, há um discurso de ódio e facilidade voltados para a morte ou apodrecimento de bandidos, na cadeia, por exemplo, por parte da sociedade num geral.

    E assim se chega no beco sem saída da pobreza

    Marginal, excluído, estuprador são generalizações que reduzem o sujeito e impõem uma identidade que ofusca qualquer outra. O marginal passa de adjetivo a substantivo, uma categoria.

    Assim, a identidade se constrói entre o individual e o social: a identidade pessoal é sempre ligada ao cultural, ao laço social, aos valores e crenças que constituem o sujeito e são ao mesmo tempo por ele constituídos.

    Portanto, o reconhecimento é o que nomeia o sujeito não somente aos outros, mas para ele próprio. A impossibilidade de reconhecimento e de inscrições grupais e sociais ameaça o desenvolvimento narcísico-identitário, reduzindo as referências identificatórias e, portanto, as possibilidades criativas de existência.

    As referências identificatórias

    Em sequência, é fundamental um laço social que sustente a filiação, o pertencimento a um grupo, o reconhecimento. Cada grupo, cada comunidade precisa de seu mito de origem, seu lugar na genealogia.

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    Ademais, a filiação é o suporte da identidade a partir da história contada, das experiências de vida, da troca familiar. É esta herança familiar, essa história “que institui a ordem genealógica, que sanciona nosso pertencimento, que funda nossa identidade”.

    Em síntese, na exclusão, há uma ruptura da rede social por conta do isolamento, da pobreza, da violência, da fome, do desemprego etc. Não se trata apenas da precariedade objetiva, mas de um empobrecimento do laço social, da inscrição simbólica.

    As marcas deixadas pela invisibilidade social

    Referente ao exposto acima, a consequência de tudo isso é uma ferida narcísica profunda, que não cicatriza facilmente.

    Assim, além das marcas relativas à carência material e cultural e à vulnerabilidade ligadas à insegurança, à instabilidade e à exposição a situações-limite, a exclusão social é marcada pela marginalização, um processo ativo e reiterado de ataque aos processos de filiação e identificação.

    Concluindo, se tomarmos tais processos como parte da condição humana, sustentada sobre a relação entre espaço íntimo e espaço social, entendemos que a pobreza econômica desdobra-se em pobreza simbólica da capacidade de modificar o ambiente e de encontrar formas de inclusão, causando a invisibilidade social.

    Portanto, precisamos do conhecimento e inciativa

    O conhecimento é a principal arma de uma pessoa bem-sucedida em todas as áreas de sua vida. Por isso é importante buscar capacitações emocional e racional em busca de respostas e de uma vida melhor.

    Assim, no caso da invisibilidade social, há um ciclo-vicioso sem-saída: o excluído é aquele que não é visto, não é reconhecido, não pertence, e essa impossibilidade de ser olhado dificulta a criação de respostas que permitam algum tipo de inclusão produtiva. Seja um profissional Certificado em Psicanálise Clínica! Acesse nosso curso 100% online e prospere junto com pessoas que superão preconceitos e atingirão objetivos claros.

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