mãe perfeita

Procura-se a mãe perfeita

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Inicio esse texto sobre mãe perfeita, com a seguinte observação: toda opinião é válida e singular e o que nos move sempre, é o respeito.

Certa vez, escutei de um amigo querido, que a psicanálise não é uma receita de bolo e sim um compêndio das possibilidades da experiência simbólica de cada indivíduo, ou seja, cada um lida com a sua realidade, vivência e demandas.

Pode ser que esse texto mexa positivamente ou negativamente com você, mas o intuito é fazer cada um pensar que as realidades mudam de indivíduo para indivíduo. Vamos lá?

Procura-se mãe perfeita

A mãe perfeita existe, mas só na teoria. A mãe perfeita não se personifica na prática, pois nasce um filho e também nasce uma mãe e ninguém nasce sabendo.

Você pode ter uma dezena de filhos e mesmo assim, mesmo com as experiências adquiridas em toda a sua jornada como mãe, você não chegará à perfeição. Com o tempo você aprende a lidar de formas diferentes, todavia, cada filho também é diferente.

Ser mãe é uma eterna frustração, pois não importa o quanto você se dedica, você sempre vai pensar que poderia fazer melhor. E ta tudo bem, o importante é você desempenhar o seu papel com amor e cuidados.

Mas e quem não quer ser mãe perfeita?

Será que a mulher que bate no peito e diz que não tem vontade de ter filhos está errada ou será que ela esta indo contra a ordem natural da vida, afinal, nasceu mulher, tem útero e tem a obrigação de procriar? Não, ela não esta errada!

Vivemos em tempos que a mulher tem voz. Vivemos em tempo que a mulher pode escolher ser ou não ser mãe.

Tem mulheres que amam a maternidade e tem mulheres que não querem nem falar sobre, pois estão focadas em sua carreira, em seu relacionamento (por que não?) ou em viajar e obter experiências e de repente uma criança não encaixa nos planos. E também ta tudo bem também!

Amo meu filho mas odeio ser mãe

Alguém já ouviu essa frase? Recentemente uma atriz foi apedrejada pelos juízes da internet em dizer essa frase, mas vamos ser realistas, a maternidade não é um mar de rosas. A maternidade é abdicar da sua vida, mesmo por um período, principalmente nos primeiros anos da vida do filho. A maternidade real é cruel.

Depois que você vira mãe, existe centenas de apontamentos pelo senso comum, talvez respaldo ainda de uma sociedade patriarcal, que vão desde a amamentação em público à que uma mãe não pode sair e deixar o filho com os outros.

Além disso, a maternidade dói, desde os primórdios da gravidez, porque o corpo muda, os hormônios tomam conta da mulher, a responsabilidade e senso de segurança são aflorados, pois carregamos uma vida.

Mãe perfeita e contradições

Depois vem as contrações de treino, o cansaço, o inchaço, as contrações reais, o parto, o puerpério , que inclusive tem muito material para um próximo texto.

Tem a mãe solo, tem a mãe que precisa trabalhar e perde momentos preciosos porque não tem opção, tem mãe de crianças especiais, que essas sim, abrem mão de tudo para cuidar do filho.

Tem a mãe da periferia que não teve condições de melhorar a vida e talvez não tenha condições e oportunidade de cuidar de sua cria da forma que gostaria. Então, pessoal, não da pra romantizar!

As realidades são diferentes

A realidade da mãe A nunca será a mesma da mãe B, que nunca chegará perto da realidade da mãe C e assim sucessivamente. Não da pra julgar né?

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    Eu amo meu filho, não vivo sem ele, ele é tudo pra mim, mas se eu falar que eu amo a maternidade, estaria mentindo e esse texto não faria sentido pra mim também.

    Libertam-se

    Sejamos livres para compartilhar nossas experiências. Sejamos livres para sentir falta de estar sozinha por um momento, de sentir falta de sair com as amigas, de sentir falta do silêncio. Você não é uma bruxa por conta disso. Temos a nossa história, o passado é imutável e não é pecado você lembrar de que um dia você teve a liberdade que hoje mudou devido o seu compromisso com o seu filho.

    E se você tiver uma rede de apoio estruturada, você não vai ser uma mãe ruim, se um dia deixar seu filho com uma avó ou uma tia e sair pra curtir com o seu esposo e até mesmo sozinha. A sociedade em geral não tem o direito de te apontar como nada, pois somente você tem a consciência da sua realidade e em contra partida, a opinião alheia não deve fazer parte da sua vida. Eu sei que é difícil, mas trabalhe isso na sua mente. Só você tem o poder de decisão na sua vida.

    No mais, deixo registrada a minha admiração às mulheres que nasceram e amam todo o processo da maternidade, com suas dores e lutas e não são poucas. Eu mesmo tenho várias amigas com 3,4 e até mais filhos, que amam cada experiência que eles propõe. A elas o meu respeito sempre, pois eu que sou mãe de uma criança de 2 anos, não me vejo parindo de novo.

    Mas um adendo, esse texto foi escrito com muito carinho, pra você que tem medo de admitir que a maternidade não é cor de rosa com bolinhas brancas. Você não está sozinha.

    O presente artigo foi escrito por Bianca Castro. Psicanalista em formação. Contato: 21975192770

     

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