Música Melancolia de Apocalipse 16

Música Melancolia, de Apocalipse 16 (cd D’alma)

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No artigo a seguir entenderemos sobre a Música Melancolia de Apocalipse 16. Continue a leitura para entender melhor sobre ela.

Música Melancolia de Apocalipse 16

“Depois do novo dia tudo vai ser diferente, só que o novo dia ainda não raiou. Enquanto espero a alva fico na companhia do passado, mas sem a companhia dos meus antepassados, melancolia não é obra do acaso…” Pregador Luo. Podemos ver eu diria até mesmo sentir no trecho dessa música uma tristeza, solidão, um vazio, um “buraco no coração” do autor. A “saudade de algo que não viveu”, ou queria ter vivido, o passado tão presente em sua vida mas sem as pessoas que amava como é dito em outro trecho “meu Deus quantos eu não vou voltar a ver! Minha avó, que saudades de você, meu avô um dia a gente se vê”.

Muitos de nós sabemos e mesmo por algum breve momento tivemos experiência com nossos avós, a “comida de vó, brincadeiras do vô, é algo que sempre citamos com um sorriso singelo e/ou lágrimas de saudade nos olhos, junto vem as lembranças dos primos e tios reunidos nos almoços de domingo, festas de fim de ano, e me atrevo a dizer que a ocorrência de episódios melancólicos são mais recorrentes nessas datas, quando se reúnem pra preparar as comidas montar a árvore de natal, o presépio e não ter mais ali presente a vovó que simbolizava fortemente esses momentos.

Ouvimos até frases do tipo “deveria ter aproveitado mais”, e no caso do autor “pena não ter nascido antes”. No refrão da música diz assim “Eu olho pra frente e sinto saudade do tempo da minha mocidade, no peito arde uma dor que me invade, contagia tudo e sobe até a mente, se não me cuido até fico doente, neurose deprimente”, nesse trecho podemos perceber que o autor está emocionalmente preso ao passado, e até queria voltar aos tempos de sua infância e adolescência, saber que isso não é possível muito o entristecia ao ponto de lhe causar dor, uma dor tão forte que consegue até transmitir através da canção.

Música Melancolia de Apocalipse 16 e Christian Pringent

Christian Pringent(2005) define melancolia como sintoma do furor dos alienados, acedia dos monges, genialidade da renascença, da tristeza do romantismo, ou seja, a melancolia era onde muitos se encontravam mais expressivos, criativos, a tristeza e angústia era externada de maneira intensa e profunda, de maneira que conseguimos perceber claramente.

Melancolia e a ausência dos pais “Quem falou que nunca é tarde é porque não sabe a falta que faz aos doze o carinho e afeto dos pais, ninguém mais toma esse lugar paternidade adotiva é boa e até chega a Se, mas mãe é mãe, pai é pai, gene não dá para trocar, família é presente ou maldição que vai perpetuar na FEBEM tem moleque maníaco por um lar”.

O autor cita a ausência dos pais, a falta que fez os pais em sua vida no período de sua adolescência, e ainda contesta aos que dizem que “nunca é tarde” pois a ausência dos pais muito o afetou, o que condiz com o que cita Lazzarini e Viana(2010) “É o outro que concede e possibilita o nascimento do corpo do sujeito e, portanto, a constituição do seu eu”(pág. 273).

Música Melancolia de Apocalipse 16 e André Green

O bebê como descreve André Green é como um quadro que só pode ser pintado sobre uma “tela branca segura”, e cabe aos pais a responsabilidade de “pintar” esse quadro da melhor maneira possível, passar referências, afetos, fantasias, é necessário o outro no caso os pais, para descobrir seu verdadeiro eu. Freud, em sua teoria sobre o complexo de Édipo, dizia que “a semelhança física e personalidade dos pais influenciam na escolha do parceiro a longo prazo”. Por pior (insuficiente) que sejam os pais, é muito importante a presença deles na vida do indivíduo até mesmo para saber a origem de suas melhores qualidades e até de seus piores defeitos.

O autor fala sobre a falta dos pais aos doze anos de idade, segundo Freud na fase pisicosexual de latência, o autor sente uma forte vontade de voltar ao passado, talvez até estivesse fixado em uma fase da infância onde se sentia seguro e confortável “Como não senti saudade dos tempos da menor idade, onde tudo era vaidade, tudo queria era que o Sol brilhasse até mais tarde Papai do céu, que os trocados da carteira nunca acabem Meu fliperama e meu sorvete, meu Falcon e meu Pégasus vão durar para sempre.

Mas o sempre, tá sempre lá na frente, a gente sempre cansa na metade Quando eu partir irei com a impressão que já fui tarde, vou dar falta do Aquaplay e também do meu Atari, do Genius que eu nunca ganhei mas sempre desejei”.

Conclusão

Foi possível perceber nesse trecho alguns sintomas da melancolia por exemplo, estar preso ao passado, desânimo, tédio, desesperança e em outro trecho outro sintoma que é a depreciação (“quando eu partir irei com a impressão que já fui tarde”). “ Se sentir ou se deixei saudade, tanto faz é tudo passageiro, mesmo assim me leve flores no dia do meu enterro”.

Algumas definições de melancolia em frases e reflexões “A melancolia é o gato perdido que acreditamos ter encontrado”. Léo Ferré “A melancolia é o prazer masoquista da alma”. Lisz Braun “A melancolia vê o pior das coisas, como podem ser e não são, ela olha um belo rosto e vê apenas uma caveira sorridente”. Christian Nestell Bovee

Acredite: quando um monstro ganha nome, fica bem mais fácil vencê-lo. Muitas vezes o sujeito melancólico é banalizado, até mesmo por melancolia ser algo ainda desconhecido ou tratado como “dramalhão mexicano” , porém se não tratado a melancolia pode levar á depressão e até mesmo suicídio, então cabe a todos ao estar atentos aos sintomas e sua duração, e procurar ajuda e tratamento, em alguns casos o tratamento precisa ser com medicamento por indicação do médico psiquiatra.

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