nível consciente

O nível consciente da nossa mente

Posted on Posted in Teoria Psicanalítica

Sabe aquela sensação de que a sua vida está ligada no “piloto automático”, igual ao filme “Click”, rodado em 2006 e estrelado por Adam Sandler? Continue a leitura e entenda o que significa nível consciente.

Refrescando a memória, o filme trata de um arquiteto que descobre um controle remoto que acelera os momentos “chatos” da vida e ele simplesmente não os sente passar. O problema é que ele usa tanto o controle remoto que no fim, ele deixa a vida passar, sem realmente vive-la. Qualquer semelhança com a vida real é mera coincidência?

Nível consciente

Muitos de nós passamos grande parte do tempo seguindo rotinas e hábitos que sequer nos damos conta de como começam e simplesmente não terminam. Ocorre que no início de qualquer ação, costumamos ficar atentos aos detalhes e ao modus operandi das atividades e das ideias.

É como uma pessoa que está aprendendo a dirigir: ela observa com cautela os pedais, o movimento dos pés, o passar da marcha e a distância dos demais veículos pelos espelhos retrovisores, de forma consciente e separadamente.

Até que todos os comandos são internalizados, a ponto de o próprio corpo funcionar como uma engrenagem do carro. Pronto, acabamos de entrar no automático.

Nível consciente e nossa rotina automática

Assim acontece com praticamente todos os nossos hábitos. Deixamos de ter consciência de cada movimento e passamos a economizar nos movimentos, nas sensações e nas atividades cotidianas. E quanto mais arraigados são os hábitos, mais o cérebro se sente confortável e seguro, estimulando ainda mais a manutenção dessas rotinas.

A nossa estrutura cerebral tem a capacidade de realizar as tarefas que considera rotineiras, de tal forma, que essas tarefas se tornam atividades de segundo plano.

Assim, o dia passa, o ano passa, a década passa e quando nos damos conta, a vida passou sorrateiramente, exatamente em segundo plano.

O costume do nível consciente

O problema é que costumamos pensar que estamos no comando das situações, que somos racionais e que mandamos no nosso cérebro, no nosso inconsciente e em todas as nossas atitudes, só que não.

Na verdade, é o próprio cérebro que acaba no comando. E ele nos liga no piloto automático porque é sabotador. Ele nos leva a encurtar caminhos para economizar o máximo de energia possível.

E por que o cérebro age assim em relação ao nível consciente?

O neurocientista Paul D. MacLean apresentou a Teoria do Cérebro Trino em 1990 no seu livro “The Triune Brain in Evolution: Role in Paleocerebral Functions”.

De acordo com essa teoria, o cérebro humano seria composto por três sistemas individualizados, porém interdependentes: essas unidades representariam a evolução do sistema nervoso dos vertebrados: o cérebro reptiliano, relacionado à garantia da sobrevivência e da regulação das atividades mais primárias da existência; o cérebro límbico, que é o segundo nível funcional do sistema nervoso, responsável por motricidade e memória e emoção; o terceiro então seria o neocórtex ou o cérebro racional, que desenvolve pensamentos abstratos e é capaz de inventar.

Dentre essas três estruturas cerebrais, o cérebro reptiliano é a estrutura mais antiga e é que está diretamente envolvida com o efeito “piloto automático”. Trata-se de uma estrutura não reflexiva, que age de forma inconsciente e instintiva e não raro costuma bloquear a genialidade e a vontade de começar algo novo, de lutar por um lugar ao sol.

O nível consciente e a zona de conforto

Afinal, pra que se arriscar se você pode viver tranquilamente em uma zona de conforto? É interessante observar que o termo “zona de conforto” não é exatamente algo confortável.

Ainda que uma determinada situação não seja a mais adequada ou realmente satisfatória para uma determinada pessoa, ela já é conhecida, portanto, não causa medo. O novo é que assusta e é desconfortável para o cérebro reptiliano. É justamente essa estrutura que costuma dificultar os objetivos pessoais.

Logo, ao tomarmos conhecimento de que possuímos estruturas neurais que nos condicionam naturalmente à estagnação, é necessário que conscientemente passemos a criar estímulos contínuos de novas conexões cerebrais.

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    Formas de se expor a situações fora do cotidiano

    Conhecer novas pessoas, mudar de ambientes, fazer novas atividades ou mesmo fazer as mesmas atividades de formas diferentes, de forma a nos expor a situações fora do cotidiano, acabam nos auxiliando a sair da zona de conforto.

    O uso da criatividade e a “presença” consciente nas atividades diárias e hábitos são inegavelmente uma forma muito eficaz de desligar o “piloto automático”. Manter o foco e viver mais integralmente o dia-a-dia é um desafio para o cérebro.

    E uma vez que o próprio cérebro é uma máquina biológica, ele também necessita de descanso, de bons “inputs”, como uma boa música, férias e um encontro com amigos, por exemplo.

    Considerações finais

    Tudo isso faz com que novos circuitos cerebrais sejam estabelecidos e o cérebro saia da zona de conforto e desligue o “piloto automático”.

    Obviamente, é impossível de se estar presente e consciente todo o tempo, em cada passo ou cada movimento, entretanto, quanto mais nos dedicamos a vivenciar integralmente o aqui e agora, passamos a viver a vida com mais plenitude e empoderamento pessoal.

    Viver o presente com consciência, além de evitar a sensação de que a vida simplesmente passou, também faz com que evitemos armadilhas como nos prendermos ao passado ou nos refugiarmos no futuro.

    O presente artigo foi escrito pela autora Ellyane Amigo([email protected]). Ellyane é jornalista, advogada, psicanalista e terapeuta holística, com ênfase em tratamento de fibromialgia. Atende na tijuca, Rio de Janeiro.

    One thought on “O nível consciente da nossa mente

    1. Esse empoderamento é maravilhoso! Quando ouvia em quiosque, em viagem, musicas dos anos 80, sendo encoxado por nativo da cidade em que eu estava disse, na época dessas músicas, eu era um jovem idoso, nem saia para tais “programas”! E ele disse, maroto, que começou a namorar cedo e casou cedo, nem imaginava que estaria ali, abraçando homem por trás!

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